Aumento global de casos de coqueluche faz Ministério da Saúde emitir alerta

Aumento global de casos de coqueluche faz Ministério da Saúde emitir alerta

Publicada ontem (03) em conjunto pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações, a Nota Técnica nº 70/2024 traz um alerta sobre a ocorrência de surtos de coqueluche em países da Ásia e Europa. Ainda, o documento recomenda a intensificação e ampliação – em caráter excepcional – da vacinação contra a coqueluche, bem como o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica da doença no Brasil. Confira o documento oficial:

Panorama global: principais dados da coqueluche

De acordo com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), foi atestado um aumento de casos de coqueluche em pelo menos 17 países da União Europeia. O Boletim Epidemiológico do órgão, publicado em maio de 2024, registrou 25.130 casos da doença de janeiro a dezembro de 2023 na União Europeia. 

Embora o número já seja alto, a situação se torna ainda mais alarmante se comparado ao período entre 1ª de janeiro e 31 de março de 2024 que, embora mais curto, notificou ainda mais casos de coqueluche: 32.037 no total. Os casos acometem diversos grupos etários, com maior incidência nos menores de um ano de idade, seguidos pelos grupos de 5 a 9 anos e de 1 a 4 anos, porém, com variações entre os países. 

O Boletim do ECDC também atestou o aumento de casos em Montenegro e Sérvia, além de outros países fora da Europa, como:

  • China;
  • Israel; 
  • Austrália; 
  • Bolívia; 
  • Canadá; e 
  • Brasil.

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Coqueluche no Brasil

De acordo com a Nota Técnica, no Brasil, o último pico epidêmico da doença ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. O número de casos confirmados variou entre 3.110 e 1.562 de 2015 a 2019 e, a partir de 2020, observa-se uma redução importante no número de casos confirmados. 

Porém, o aumento de casos registrado em outros países a partir de 2023 sinaliza que um cenário semelhante poderá acometer o Brasil dentro de pouco tempo. Isso ocorre porque, desde 2016, o país vem acumulando lacunas graças às quedas nas coberturas vacinais em menores de um ano de vida e brechas na vigilância e diagnóstico clínico da doença.

Medidas de prevenção e controle da doença 

Dado o alerta, o Ministério da Saúde recomenda uma intensificação e ampliação da vacinação contra a coqueluche, principal forma de prevenção da doença. A vacinação tem como foco crianças menores de 1 ano, sendo também necessária a aplicação dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade, bem como a vacinação de gestantes e puérperas e de profissionais da área da saúde

Ainda, a Nota Técnica pede o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica da doença no Brasil. O processo da vigilância começa a partir da notificação de casos suspeitos ou confirmados da doença, seja pela vigilância passiva ou busca ativa de casos, para evitar o aumento da transmissão e adotar as medidas de controle oportunamente.

Coqueluche, transmissão e agentes etiológicos

Também conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença infecciosa aguda imunoprevenível altamente relacionada à taxa de morbimortalidade em lactentes jovens. 

A coqueluche possui como característica a evolução em surtos, portanto, entender sua transmissão é fundamental. Seu principal agente etiológico é a Bordetella pertussis, uma bactéria tipo bacilo gram-negativo, aeróbia, encapsulada, que produz adesinas e toxinas que lesam o trato respiratório e causam depressão do sistema imune do paciente, predispondo-o a infecções secundárias. 

É uma doença de notificação compulsória e sua transmissão ocorre pelo ar. O período de incubação da bactéria é de 5 a 10 dias e a transmissão pode ocorrer desde o quinto dia após a exposição até a terceira semana após o início da tosse paroxística. Após o início do tratamento, o paciente ainda pode transmitir a doença por até 5 dias. 

Saiba mais: Coqueluche: o que é, causas e muito mais!
Confira também: ResuMED de coqueluche – agentes etiológicos, transmissão, diagnóstico, tratamento e muito mais!

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