Escolher a residência médica é sempre um passo decisivo e conhecer a rotina de cada programa pode fazer toda a diferença nessa escolha. A de Pneumologia na USP-SP é referência nacional e desperta o interesse de muitos médicos que desejam se aprofundar na especialidade, mas que ainda podem ter dúvidas sobre como é, na prática, a formação no programa. Quer entender como funciona a estrutura, a rotina dos residentes e os diferenciais do serviço? Então siga no texto e descubra tudo sobre a residência médica em Pneumologia da USP-SP!
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A residência em Pneumologia na USP-SP
Atualmente, o programa oferece nove vagas por ano, com duração de dois anos. Para quem deseja se especializar em um centro de referência nacional, a residência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) se apresenta como uma das principais opções no Brasil.
Para compreender melhor a rotina do programa, conversamos com o Gustavo Schincariol, R3 da especialidade. Ele compartilhou detalhes sobre o funcionamento do serviço, a vivência prática e os diferenciais do programa. Acompanhe abaixo!
Estrutura da instituição
A residência médica em Pneumologia da USP-SP é vinculada ao Instituto do Coração (InCor), dentro do Complexo do Hospital das Clínicas (HC). A maior parte das atividades ocorre no InCor, onde estão a enfermaria, a UTI e parte dos ambulatórios. A outra parte dos atendimentos ambulatoriais acontece no prédio dos ambulatórios do HC.
O serviço conta com enfermaria própria, que abriga em média de 10 a 20 pacientes internados, podendo eventualmente chegar a 25 ou 30 casos. Já a UTI exclusiva de Pneumologia possui 10 leitos, quase sempre ocupados. Além disso, os residentes acompanham o pronto-socorro específico da área.
Rotina através dos anos
O primeiro ano da residência em Pneumologia tem uma dinâmica diferenciada: os rodízios duram 40 dias — em vez de 30, como ocorre em outras áreas. As atividades incluem:
- Enfermaria: dois rodízios, totalizando 80 dias;
- Transplante pulmonar: acompanhamento de enfermaria e ambulatório, com participação em avaliações, reuniões e consultas de pré e pós-transplante;
- Ambulatórios: três rodízios, contemplando áreas como DPOC e asma (presentes em todos os estágios), além de subáreas variáveis como doenças pleurais, ocupacionais, intersticiais e vasculites;
- Interconsultas: 40 dias de atuação em diferentes institutos do HC e também no Hospital Emílio Ribas; e
- Função pulmonar: 50 dias com foco em métodos diagnósticos, incluindo espirometria, provas completas de função pulmonar, sono e broncoscopia.
O R3 também inclui plantões noturnos e de fim de semana na enfermaria, em média 44 a 45 por ano, respeitando uma carga horária aproximada de 60 horas semanais.
Já no R4, o foco se amplia para áreas mais complexas, com rotina dividida entre:
- Ambulatórios: três rodízios, incluindo consultas especializadas em hipertensão pulmonar, câncer e nódulos pulmonares;
- Instituto do Câncer: estágio voltado à avaliação de neoplasias pulmonares;
- UTI: dois rodízios de 40 dias cada, em momentos distintos;
- Interconsultas: realizadas em conjunto com os residentes do R3; e
- Pronto-socorro de Pneumologia: estágio em tempo integral, considerado um dos mais exigentes da residência.
Carga teórica e atividades acadêmicas
A residência em Pneumologia da USP-SP se destaca pela forte ênfase na formação teórica. Os residentes participam de um curso estruturado pelos preceptores, com aulas semanais online todas as quartas-feiras. Além disso, acontecem ao menos duas a três aulas semanais em diferentes estágios, voltadas a reuniões e discussões clínicas.
Segundo Gustavo, as atividades acadêmicas são contínuas, mas equilibradas com a prática clínica. Apesar da alta demanda assistencial, o programa mantém a preocupação em integrar ensino e prática. O grande volume de pacientes é acompanhado por discussões frequentes e momentos de aprendizado formal, favorecendo a formação abrangente do especialista.
Outro diferencial citado é a proximidade com os preceptores — em sua maioria ex-residentes que hoje assumem papel ativo na orientação —, além do ambiente fortemente voltado para o ensino.
Clima entre residentes e chefes
Um dos pontos que mais surpreende positivamente é o clima acolhedor da Pneumologia na USP-SP. Diferente do que pode ocorrer em programas muito grandes, o ambiente é descrito como pessoal e próximo: chefes e colegas conhecem os residentes, preocupam-se com suas trajetórias e oferecem suporte até em questões práticas, como moradia.
Essa integração começa antes mesmo do início da residência, com reuniões de acolhimento e apresentação, o que facilita a adaptação, especialmente para quem vem de fora de São Paulo.
Outro aspecto importante é que, ao contrário do que muitos acreditam, não há preferência exclusiva por residentes da “casa”. A maioria dos pneumologistas em formação no HC vem de outros hospitais, tanto de São Paulo quanto de diferentes regiões do país. Assim, a especialidade é reconhecida por receber médicos de origens diversas, quebrando o mito de que apenas quem fez Clínica Médica no HC consegue vaga.
Quer saber ainda mais sobre o programa? Descubra com o bate-papo “Vida de Residente” entre a Professora Ana Luiza Viana e o Dr. Gustavo Schincariol, R3 na especialidade pela USP-SP, no vídeo abaixo:
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