Olá, futuro Residente! Procurando entender mais sobre o aleitamento materno para as provas de Residência Médica? Aqui no resumo exclusivo do Estratégia MED você tem acesso a tudo que precisa, desde algumas definições, até suas técnicas, benefícios, contra indicações e composição. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!
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Introdução
O aleitamento materno é extremamente importante tanto para a mãe, quanto para o bebê, e deve ser exclusivo até o 6° mês de vida e mantido até os 2 anos ou mais. Mas, a princípio, é importante que você saiba algumas denominações adotadas pela Organização Mundial da Saúde.
Aleitamento materno exclusivo: bebê recebe somente leite materno da mama ou ordenhado, sem outros alimentos líquidos ou sólidos.
Aleitamento materno predominante: recebe leite materno e água (ou bebidas à base de água, como sucos de frutas), sem receber outro tipo de leite.
Aleitamento materno: recebe leite materno independente de receber outros alimentos.
Aleitamento materno complementado: recebe leite materno associado a qualquer alimento sólido ou semissólido.
Aleitamento materno misto ou parcial: leite materno associado a outros tipos de leite.
Também é importante entender que a manutenção de produção de leite depende da própria sucção do bebê e do esvaziamento da mama, uma vez que boa parte do leite é produzido no momento da amamentação sob estímulo do hormônio prolactina. A ocitocina tem ação no reflexo de ejeção do leite, sendo liberada no estímulo da sucção.
Por isso, a amamentação é indicada nos primeiros meses em livre demanda, amamentando a criança sem restrições de horários ou tempo de duração da mamada, tanto pela produção do leite quanto pelos benefícios da amamentação.
Técnica de amamentação
É crucial sempre orientar a exclusividade do aleitamento materno associada a maneira correta de amamentar, sempre corrigindo a técnica, quando necessário.
Portanto, existem alguns pontos importantes a cerca da técnica de amamentação que você deve saber. Confira:
Posicionamento: rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo e seu corpo próximo do da mãe, bem apoiado e com cabeça e troncos alinhados.
Pega adequada: aréola mais visível acima da boca do bebê, boca bem aberta com lábio inferior virado para fora e queixo tocando a mama.
Sabendo isso, é possível perceber alguns sinais indicativos de pega inadequada, sendo eles: bochechas do bebê encovadas a cada sucção, ruídos da língua, mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada, mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama e dor na amamentação.
Importância do aleitamento materno
Os benefícios do aleitamento materno são imensos, para mãe e para o bebê, sendo o último o mais frequentemente cobrado em provas.
Para o bebê, o aleitamento evita morte infantil, evita diarreia e infecções respiratórias, diminui o risco de alergias, de hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes, reduz chances de obesidade, tem efeito positivo na inteligência e melhora o desenvolvimento da cavidade bucal.
Já para a mãe, protege contra o câncer de mama, ovário e útero, hipercolesterolemia, hipertensão, obesidade, osteoporose, entre outras patologias, além de evitar nova gravidez, ter menor custo financeiro e principalmente promover um vínculo afetivo entre mãe e filho.
Portanto, são pouquíssimas as restrições para aleitamento materno, sendo elas: mãe infectada com HIV, HTLV 1 ou 2, criança portadora de galactosemia e uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação, como os antineoplásicos e radiofármacos, entre outros. E pode ser suspensa temporariamente, em casos de infecção herpética, varicela, doença de Chagas, consumo abusivo de drogas, psicose puerperal grave e a vacina da febre-amarela (por 10 dias).
Risco de desmame
Apesar do aleitamento materno exclusivo ser o indicado, o retorno da mãe ao trabalho indica risco de desmame, portanto é importante orientar a mãe a retirar o leite e armazená-lo adequadamente para que seja ofertado ao bebê na sua ausência. Observe as orientações da OMS sobre reserva de leite:
- Leite ordenhado e mantido em temperatura ambiente: consumido o mais rápido possível.
- Leite ordenhado e mantido na geladeira: consumido em até 12 horas.
- Ordenhado e congelado no freezer: consumido em até 15 dias.
- Após descongelado pode ser mantido na geladeira e consumido em até 12 horas, sempre descongelado em banho-maria fora do fogo.
Além do retorno ao trabalho, outros fatores podem culminar no risco de desmame, sendo eles o uso de chupetas e mamadeiras, mastite e ingurgitamento mamário, seus fatores de risco envolvem justamente a técnica incorreta da amamentação que já foi descrita acima.
A mastite é caracterizada pela inflamação de um segmento ou da mama inteira, com presença de nódulos mamários sensíveis e dolorosos, podendo associada a mal-estar, calafrios, febre e sinais inflamatórios. Seu tratamento é feito com o esvaziamento adequado das mamas, associado a antibioticoterapia, AINE, suporte emocional e uso de sutiãs firmes.
Já o ingurgitamento mamário é uma junção de 3 fatores: aumento da vascularização da mama, edema por congestão e obstrução na drenagem do sistema linfático e compressão dos ductos lactíferos, caracterizadopela interrupção da produção de leite. Está associado às mamas edemaciadas, lustrosas e avermelhadas e é tratado com massagem nas mamas, analgésicos, uso de sutiã firmes, crioterapia, mas principalmente ordenha manual.
Também podem estar presentes como fatores de risco para desmame o trauma mamilar, mamilos planos ou invertidos e candidíase mamária na mãe e oral no bebê. Para saber mais sobre esses, consulte o material exclusivo do Estratégia MED!
Obs.: o leite deve ser armazenado em recipiente de vidro esterilizado previamente e guardados imediatamente, permanecendo na posição vertical na geladeira ou freezer.
Tipos de leite e suas características
A princípio é importante que você saiba a diferença entre colostro, leite de transição e leite maduro.
O colostro é o primeiro leite produzido pelas mamas, na primeira semana após o parto até o início da apojadura (descida do leite), ele é extremamente rico em proteínas e componentes imunológicos, sendo considerado a primeira vacina do bebê. O leite de transição está presente desde a apojadura até a segunda semana de vida, seguido do leite maduro.
O leite materno maduro é composto por altos níveis de ácidos graxos essenciais e de cadeia longa, sendo importante na maturação do sistema nervoso central e visual do lactente, além de possuir lactose como principal proteína e probióticos e prebióticos.
Geralmente, o leite materno é substituído ou associado ao leite de vaca ou fórmulas infantis, e cada umapossui suas particularidades com benefícios e malefícios. Para saber detalhadamente, não deixe de conferir nossa plataforma Estratégia MED!
Dez passos para o aleitamento materno
Para finalizar, o Ministério da Saúde elaborou critérios para dar aos hospitais um selo de “Hospital Amigo da Criança”, para aqueles que cumprem os dez passos. São eles:
- Ter norma escrita sobre o aleitamento materno, rotineiramente transmitida a toda equipe de serviço;
- Treinamento e capacitação de toda equipe para implementar a norma;
- Orientação de todas as gestantes sobre os benefícios e técnicas da amamentação;
- Ajudar as mães a iniciarem a amamentação na primeira meia hora após o nascimento do bebê;
- Mostrar a técnica de amamentação e sua manutenção para a mãe mesmo que afastada de seu bebê;
- Não ofertar ao recém-nascido qualquer alimento ou bebida que não seja o leite materno, sem indicação médica;
- Praticar alojamento conjunto 24 horas por dia da mãe com o bebê;
- Encorajar a amamentação livre demanda;
- Não oferecer bicos superficiais ou chupetas às crianças amamentadas; e
- Encaminhar as mães para grupos de apoio ao aleitamento materno na comunidade e em serviços de saúde.
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