Resumo de amebíase: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de amebíase: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Quer conhecer mais sobre a amebíase, doença comum da prática clínica e que pode cair na sua prova de residência? Leia esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você!

Dicas do Estratégia MED para provas

Caso queira focar nos principais pontos sobre a amebíase, sugerimos os seguintes tópicos para você

  • Etiologia e ciclo de transmissão do agente infeccioso
  • Quadro clínico da amebíase
  • Possíveis complicações
  • Tratamento

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Definição da doença

A amebíase é uma doença infecciosa que acomete o trato gastrointestinal humano, causada pela Entamoeba histolytica, protozoário popularmente conhecido como ameba.

Epidemiologia e fisiopatologia da amebíase

A amebíase intestinal foi primeiramente descrita, em 1875, na Rússia. Ela é uma doença de distribuição universal, entretanto suas incidência e prevalência variam muito em relação às condições ecológicas e socioeconômicas das diversas regiões, pois isso afeta tanto a transmissão, quanto a virulência do patógeno.

No Brasil, a amebíase é mais frequente na Amazônia e sua forma hepática é mais incomum na região Sul e mais comum na região Norte. Os fatores de risco para se contrair a amebíase são clima, baixa condição socioeconômica, higiene precária, saneamento básico deficitário e viagem para regiões endêmicas.

A infecção pela E. histolytica. ocorre, majoritariamente, pela ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes contendo os cistos do protozoário. No entanto, há formas mais raras como sexo oral e anal com pessoas infectadas. 

Os trofozoítos, forma que coloniza o intestino humano, aderem ao epitélio colônico e a reação de polimorfonucleares pode ser capaz de eliminá-los, entretanto causam disenteria com presença de sangue e muco

Os protozoários são capazes também de degradar a matriz extracelular e invadir a parede intestinal, disseminando pela circulação portal e causando abscessos hepáticos e, em sequência, acometer espaço pleural, pulmão e pele, entre outros sítios mais raros.

Manifestações clínicas da amebíase

A grande maioria das amebíases são assintomáticas, pois a cepa da E. histolytica é não invasiva, entretanto os pacientes infectados eliminam fezes com cistos do protozoário no ambiente.

Alguns elementos colaboram para que a infecção seja sintomática, como a cepa do agente e fatores do hospedeiro, como susceptibilidade genética, idade e imunocompetência. 

As principais formas clínicas da amebíase intestinal invasiva são a disenteria ou diarreia sanguinolenta, a colite fulminante, a apendicite amebiana e o ameboma de cólon.

Já a principal forma extraintestinal é a amebíase hepática, que leva a formação de abscessos hepáticos, podendo causar  dor abdominal, febre, anorexia, tosse não produtiva e perda ponderal.

A forma extraintestinal necessita ser tratada, visto que pode levar a complicações tais como envolvimento pleuropulmonar, derrame pleural, empiema amebiano e fístula broncopleural.

Diagnóstico da amebíase

O diagnóstico da amebíase se inicia com a anamnese do paciente e exame físico que indiquem sintomas, história clínica e achados compatíveis com a doença. Na forma intestinal, os exames complementares mais solicitados são exames de fezes a fresco e sorologia para E. histolytica.

Já o abscesso hepático por amebíase merece investigação complementar com hemograma, que pode apresentar leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda, enzimas hepáticas elevadas e sorologia por hemaglutinação indireta. O exame de imagem de escolha para avaliação do abscesso é a tomografia computadorizada.

Tratamento da amebíase

O tratamento de primeira escolha para a amebíase é o metronidazol oral, 500 a 750mg, 3 vezes ao dia em adultos, ou 12 a 17 mg/kg, 3 vezes ao dia em crianças por 7 a 10 dias. 

A fim de erradicar a colonização, complementa-se o tratamento de metronidazol com etofamida, teclozan, iodoquinol, diloxanida ou paromomicina, que são medicações com ação intraluminal

Prevenção

A principal forma de prevenção da amebíase é evitar ingerir alimentos e água contaminados, de maneira que lavar e cozinhar bem os alimentos e ferver a água é de grande auxílio.

Também é necessário que haja políticas públicas para investimento em saneamento básico, para que as fezes sejam tratadas de forma apropriada e não contaminem o meio ambiente. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Veronesi : tratado de infectologia / editor científico Roberto Focaccia. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo : Editora Atheneu, 2015
  • Amebíase – MSD Manuals
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