ResuMED de Malária: diagnóstico, tratamento, prevenção e muito mais!

ResuMED de Malária: diagnóstico, tratamento, prevenção e muito mais!

Você sabia que a malária é uma doença endêmica em algumas regiões do Brasil e por isso é muito cobrada nas provas de Residência Médica? Sendo assim, nós do Estratégia MED elaboramos um resumo exclusivo com os pontos mais importantes para você saber tudo o que precisa para conquistar sua sonhada vaga na Residência. Quer saber mais? Continue a leitura. Bons estudos!

Introdução

A malária é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Plasmodium spp, ela é transmitida através da picada da fêmea do mosquito Anopheles. Cada espécie do plasmódio possui suas características (muito cobradas em provas).

A espécie P. vivax é muito comum no Brasil,e causa febre a cada 48 horas e forma hipnozoítos (com riscos de recaída).  A espécie P. falciparum é a segunda mais comum no Brasil e causa a malária grave, também com febre a cada 48 horas.  

Outra espécie é a P. malariae, encontrada no Brasil, mas menos comum que as outras espécies, essa causa febre a cada 72 horas. Por fim, a P. ovale não é uma causadora da malária no Brasil, mas sua febre periódica também é a cada 48 horas, formando hipnozoítos. 

Assim, é possível entender que o caso clínico da malária possui características inespecíficas, sendo o quadro de febre aguda elevada, associada a sintomas como cefaleia, mal-estar, sudorese, astenia e mialgia, além de hepatomegalia, esplenomegalia e icterícia em alguns casos. Nas provas, atente-se à informação da procedência do paciente, como seu local de moradia ou se visitou áreas endêmicas recentemente. 

Cerca de 99% dos casos de transmissão da malária no Brasil ocorrem na Amazônia Legal, mas além dela, o continente africano também pode ser considerado como área endêmica para as provas. 

Os pacientes que uma vez adquiriram malária, podem atingir um estado de imunidade parcial, com poucos ou até mesmo nenhum sintoma em casos de reinfecção.

Transmissão

Como dito anteriormente, a malária não é uma doença contagiosa, portanto, necessita de um vetor para se disseminar, sendo ele o mosquito Anopheles, infectado pelo Plasmódio. Desse modo, o mosquito pica uma pessoa infectada, levando o protozoário para outro indivíduo, causando a doença.

O período de incubação da malária é de uma a duas semanas, dependendo da espécie do Plasmodium envolvido. 

Diagnóstico da malária

O diagnóstico da malária ocorre a partir da detecção do plasmódio no sangue periférico do paciente, a partir do método de microscopia de gota, considerado o padrão-ouro pela Organização Mundial da Saúde.

Esse método é realizado a partir do teste de gota espessa de sangue, corada pelo método Walker (azul de metileno e GIemsa), realizando um esfregaço delgado para melhor estudo e identificação da espécie e morfologia do plasmódio, sendo ele cerca de 30 vezes mais eficaz para a detecção da infecção da malária. 

Também é analisada a densidade parasitária no paciente para avaliação prognóstica, especialmente em pacientes infectados pelo P. falciparum

Tratamento

Atente-se: esse é o assunto mais cobrado nas provas!

O tratamento da malária deve ser específico para cada espécie e deve considerar, além da espécie do plasmódio, a gravidade do caso, as características do paciente e até mesmo as contraindicações e efeitos adversos de algum medicamento. Deve ser dividido entre malária complicada e não complicada. 

O indivíduo deve ser tratado adequadamente, pois caso contrário, pode ser fonte de infecção para outros indivíduos. 

Malária não complicada

O mais simples é o tratamento para a espécie P. malariae, com o uso de cloroquina por 3 dias. Nos casos de malária  causada pela espécie P. vivax ou P. ovale, deve ser tratada com cloroquina por 3 dias com primaquina por 7 dias (ou 14 dias com metade da dose) para que haja a erradicação dos hipnozoítos – formas latentes do plasmódio -, podendo causar infecções, permanecendo inativos no fígado. 

Cuidado! Gestantes, puérperas e crianças com menos de 6 meses não devem usar primaquina, devido ao risco de hemólise. Nesses casos, gestantes devem receber cloroquina por 3 dias e outra dose profilática uma vez por semana até um mês após o parto. Já as crianças com menos de 6 meses devem receber artemeter, lumefatina (ou artesunato) e mefloquina por 3 dias. 

A espécie P. falciparum deve ser tratada com artesunato e mefloquina por 3 dias, seguida de primaquina em dose única, enquanto a P. falciparum é tratada com artemeter e lumefantrina por 3 dias, também com dose única de primaquina. A dose única de primaquina tem como objetivo eliminar rapidamente os gametócitos circulantes para reduzir a transmissão da doença. 

Malária complicada

A malária complicada, ou grave, é aquela que apresenta algumas manifestações clínicas e laboratoriais diferentes. São elas:

Manifestações clínicas: dor abdominal intensa, icterícia, mucosas descoradas, oligúria, vômitos persistentes, sangramentos, dispneia, cianose, taquicardia, convulsão ou desorientação, comorbidades descompensadas e  prostração.

Manifestações laboratoriais: anemia grave, hipoglicemia, acidose metabólica, insuficiência renal, hiperglicemia e hiperparasitemia.

Dessa maneira, seu tratamento é iniciado com a administração intravenosa ou intramuscular de artesanato, por, no mínimo, 24 horas e deve ser mantido por via parenteral até que a ingestão possa ser por comprimidos. Quando o paciente puder ingerir comprimidos, também deve receber artesanato com mefloquina ou artemeter com lumefantrina, por 3 dias. Nos casos de infecção pela espécie P. vivax, a primaquina também é indicada. 

Medidas de prevenção

A principal medida de prevenção da malária é evitar a disseminação e exposição ao mosquito Anopheles. Algumas medidas de prevenção são: uso de mosquiteiros, utilizar roupas que protejam áreas expostas, telas em portas e janelas, uso de repelentes, entre outras. 

Além disso, lembre-se, não existe vacina para malária no Brasil apenas na África devido ao seu contexto epidemiológico. No Brasil, sua quimioprofilaxia não é indicada devido à falta de eficácia para a espécie mais causadora, a P. vivax. 

Em casos de viagem para áreas endêmicas no continente africano, deve ser analisada a necessidade ou não de quimioprofilaxia.

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Referências bibliográficas:

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