A realidade dos partos prematuros no Brasil

A realidade dos partos prematuros no Brasil

Novembro é o mês voltado ao combate à prematuridade dos partos, mais especificamente, em 17 de novembro passamos pelo Dia Mundial da Prematuridade. Mas, o que realmente se sabe sobre a situação de partos prematuros aqui no Brasil? Como essa situação afeta a saúde pública e o quão preparados os médicos estão? O Estratégia MED está aqui para elucidar todas as suas dúvidas, por isso, não saia do texto!

Situação dos partos prematuros no Brasil

Como aponta a pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), um a cada dez bebês, nasce prematuramente no Brasil, o que resulta em uma taxa de 11,5% de partos prematuros. Só em 2010, 15 milhões de crianças nasceram prematuras no Brasil, deixando o país em 10º colocado no ranking de lugares onde mais nascem prematuros no mundo.

Esses dados colocam o Brasil em posição igual aos países de baixa renda, que possuem um percentual de 11,8%, enquanto países de média renda, tendem a uma porcentagem de 9,4%, como foi elucidado no relatório Born to soon da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2012. 

A realidade por trás dos números

O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de S. Paulo (IAMSPE) trouxe dois casos que representam um pouco da realidade de mães que passaram por partos prematuros. 

A primeira história é da funcionária pública Verena Alves Rodrigues, de 32 anos. Às vésperas de completar 32 semanas de gestação, Verena recebeu o diagnóstico de polidrâmnio, o que transformou sua gravidez tranquila, em uma gestação de alto risco. A funcionária pública deu à luz a Leonardo, um bebê de 2.890kg – peso comprometido devido ao inchaço do corpo, causado pela hidropisia fetal. Leonardo sofreu oito ataques cardíacos, por conta de seu quadro grave de arritmia cardíaca, precisando ficar por mais de duas semanas na UTI Neonatal do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). Atualmente, já de alta hospitalar, ele segue na luta para manter seu coração com os batimentos cardíacos em ritmo considerado normal para os seus quatro meses de vida.

Como segundo relato, temos o de Thaís Medeiros, submetida a um parto prematuro após dar entrada no HSPE com queixas de leve desconforto abdominal. Com apenas 19 semanas de gestação, ela precisou antecipar o parto, já que havia sofrido um rompimento da membrana amniótica da bolsa. Ela deu à luz a Isabella, bebê que veio ao mundo com apenas 500g. Devido a sua situação emergencial, a criança foi levada imediatamente à UTI Neonatal, onde permaneceu por 7 meses. Nesse período ela passou por três cirurgias e até hoje, mesmo estando em casa, recebe auxílio de oxigênio para respirar durante o sono.

Essas são apenas algumas das histórias que acontecem no país diariamente, por isso, é de extrema importância que tanto a gestante quanto seus familiares saibam do que se trata a prematuridade, seus riscos, diagnósticos e o que fazer ao se deparar com esses casos.

E na prática? 

Na faculdade de medicina, por mais que Neonatologia ou Pediatria não sejam a Residência Médica escolhida, é muito importante que o médico saiba como agir na ocorrência de um parto prematuro para reduzir possíveis riscos tanto à mãe quanto ao feto. Condutas mais precisas ficam à critério dos especialistas, porém, cabe ao profissional saber ao menos identificar possíveis fatores de risco para o parto prematuro. 

Segundo o secretário de Atenção Primária à Saúde, cerca de 50% dos partos prematuros poderiam ser evitados. Mais uma vez, reforçando a importância não só do ensino médico, mas também de políticas públicas para acompanharem de perto as gestações com os riscos de prematuridade.

Ainda no internato, ou até mesmo antes dele, o estudante de medicina, em algum momento, se depara com partos prematuros, justamente pela sua alta taxa de ocorrência, ele é apresentado aos diferentes parâmetros associados aos pacientes recém-nascidos. É importante que, além dos fatores de risco, o aluno compreenda sua apresentação clínica, diferente de crianças nascidas à termo, e associe sua conduta a partir de então.

Esse conhecimento é necessário para evitar possíveis maiores riscos ao nascido pré-termo, como complicações neurológicas, pulmonares, ortopédicas, cardiopatias congênitas, entre outras. Por exemplo, esses pacientes necessitam de ventilação mecânica por um período após o nascimento, pois seus pulmões ainda não estão completamente desenvolvidos, e é na faculdade de medicina que o profissional já aprende o mínimo da conduta, especializando em sua Residência Médica posteriormente, caso seja almejado. 

Agora você já sabe a realidade por trás dos partos prematuros no Brasil e a grande problemática do quadro, futuro residente! Se quiser se aprofundar no assunto, consulte o material completo do Estratégia MED, que você encontra na área do aluno.

Para receber mais materiais como esse, acompanhe o blog EMED, pois estamos sempre trazendo as principais pautas do mundo médico!

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