As doenças exantemáticas são um tema de grande relevância entre questões de Infectologia no bloco de Pediatria em provas de residência médica e revalidação, exigindo que os candidatos tenham uma compreensão sólida do assunto. Ter familiaridade com a definição, a etiologia das doenças exantemáticas na infância, suas manifestações clínicas, entre outros tópicos é fundamental para alcançar um bom desempenho. Então, para aqueles que querem mandar bem na prova, veja abaixo 5 questões resolvidas para praticar e revisar o tema!
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O que são as doenças exantemáticas?
As doenças exantemáticas são quadros comuns da prática médica, impondo dificuldade diagnóstica frequente. O exantema é uma erupção cutânea que pode ser composta por maculopapular, papulovesicular ou formada por petéquias e púrpuras. As lesões podem apresentar aspecto irregular e edemaciado, estando ou não em associação com prurido, descamação, lesões bolhosas e crostas.
As causas mais comuns são infecciosas, sendo as infecções de etiologia viral as mais relacionadas com a doença exantemática da infância. No entanto, podem ser causadas por bactérias, fungos e protozoários, até causas não infecciosas, tais como reações medicamentosas, doenças autoimunes e neoplasias.
Etiologia das doenças exantemáticas na infância
O exantema maculopapular é a manifestação cutânea mais comum nas doenças exantemáticas da infância e a prevalência de cada uma varia de acordo com a faixa etária.
Para saber mais sobre as doenças exantemáticas, confira o resumo de doenças exantemáticas na infância: diagnóstico, tratamento e mais
PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU MG (2024)
Paciente de 7 anos de idade, residente na capital, procura a Unidade Básica de Saúde com relato de febre, cefaléia e dor abdominal há cinco dias sem melhora com tratamento. Ao exame físico, você percebe a presença de exantema maculopapular em tronco e membros. Assinale a alternativa que descreve UM DADO EPIDEMIOLÓGICO IMPORTANTE para o esclarecimento diagnóstico:
A. A história de contato com cavalos nos últimos 30 dias é importante, pois a febre maculosa ocorre após esse período de incubação.
B. O histórico vacinal é importante, pois nessa idade o paciente já deve ter recebido três doses da vacina contra sarampo, varicela e rubéola.
C. O mês em que o paciente adoece é importante, pois, a maioria dos casos de dengue ocorre nos meses de agosto a novembro.
D. O uso recente de penicilina ou derivados é importante, pois o exantema em pacientes com mononucleose é muito frequente após o uso desses medicamentos.
Resolução: Estrategista, questão bastante geral cobrada na prova do PSU-MG que nos descreve um paciente de 7 anos com uma síndrome febril bastante inespecífica associada à um exantema maculopapular em tronco, e sobre ela são feitas afirmativas a respeito de dados epidemiológicos que poderiam nos auxiliar no diagnóstico definitivo.
Alternativa correta D. Apesar de não mencionado outros aspectos clínicos para pensarmos em um quadro de mononucleose (faringite, adenomegalia…), o uso de penicilina nessas situações pode sim ser causa de exantema semelhante ao descrito na questão.
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL – AMRIGS (2024)
A insuficiência respiratória na sepse por Epstein-Barr na infância pode se apresentar em decorrência de:
A. Hipoxemia inicial com hipercapnia, secundárias especialmente à obstrução extrínseca de vias aéreas por linfadenopatia cervical.
B. Hipercapnia sem hipoxemia, pois existe comprometimento parenquimatoso pulmonar, dificultando mais a difusão de CO2 do que do O2.
C. Hipoxemia isolada sem risco de restrição de caixa torácica, já que essa situação não cursa com hepatoesplenomegalia.
D. Aumento da relação ventilação/perfusão por obstrução brônquica, fenômeno conhecido por efeito espaço-morto.
Resolução: Olá, Estrategista. A mononucleose infecciosa (MI) é causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), da família Herpesviridae (HHV tipo 4), transmitido por secreções orais. O EBV é um vírus sabidamente oncogênico, por esse motivo, relaciona-se ao linfoma de Burkitt e ao carcinoma nasofaríngeo, entre outras neoplasias malignas.
Adolescentes e adultos jovens apresentam mais frequentemente o quadro clínico completo. Os sintomas iniciam-se frequentemente de forma inespecífica, com febre baixa, cefaleia leve e mal-estar. Em seguida, geralmente se apresentam seus sinais e sintomas mais clássicos: amigdalite + linfonodomegalia generalizada (e cervical posterior) + hepatoesplenomegalia. No exame físico, a orofaringe apresenta-se classicamente com hipertrofia e hiperemia de tonsilas palatinas associadas a um exsudato esbranquiçado ou branco acinzentado. Na cavidade oral, podem ser vistas petéquias no palato. Também podemos ter hepato e/ou esplenomegalia e um exantema variável, geralmente maculopapular.
O acometimento pulmonar não é nada comum, sendo assim, quando há um quadro de insuficiência respiratória associado à infecção por EBV a principal suspeita recai sobre a compressão extrínseca devido à linfonodomegalia cervical.
O diagnóstico da mononucleose pode ser clínico, através da associação dos sinais e sintomas descritos acima. Contudo, em casos mais graves ou que necessitem de confirmação diagnóstica, existem exames complementares que podem auxiliar nesse fim. A sorologia (IgM e IgG) para detecção dos anticorpos específicos contra o EBV dá a certeza diagnóstica. Testes rápidos para a detecção de anticorpos heterófilos e/ou de anticorpos específicos para o vírus Epstein-Barr também são viáveis para o diagnóstico e podem ser utilizados. O hemograma pode trazer leucocitose, às custas dos linfócitos e com mais de 10% de atipias.
Alternativa correta A. Esta alternativa sugere a presença de hipoxemia inicial acompanhada de hipercapnia, destacando a obstrução extrínseca das vias aéreas por linfadenopatia cervical como uma causa principal. A linfadenopatia cervical pode comprometer a ventilação, levando a uma inicial hipoxemia com posterior retenção de CO2.
SELEÇÃO UNIFICADA PARA RESIDÊNCIA MÉDICA DO ESTADO DO CEARÁ – SURCE (2024)
Paciente, 2 anos, é atendido na emergência com quadro de febre (38°C), coriza hialina, tosse e recusa alimentar há 3 dias. Ao exame, apresenta orofaringe hiperemiada, com úlceras no palato mole e lojas amigdalianas. A conduta indicada nesse caso, além da orientação dos pais, consiste na prescrição de:
A. Azitromicina.
B. Sintomáticos.
C. Amoxicilina.
D. Aciclovir.
Resolução: O quadro clínico apresentado é característico da herpangina que é causada por três tipos de vírus, sendo o mais comum na prática clínica o vírus Coxsackie.
Contudo, essa infecção também pode ser desencadeada pelo ecovírus e pelos enterovírus A71, A68 e A72.
Pode apresentar-se em associação à doença da mão-pé-boca. Essa apresentação é causada pelos mesmos vírus, mas de cepas diferentes das que causam a faringite de forma isolada.
O sintoma mais comum na prática clínica é a odinofagia. Nos bebês, a dor na orofaringe pode manifestar-se como choro, irritabilidade e/ou “babação”.
A febre é um sintoma muito comum, frequentemente com temperaturas elevadas e duração de aproximadamente três dias.
Ao exame físico da orofaringe, são verificadas múltiplas úlceras razas de 4 a 8 mm nos pilares tonsilares anteriores, palato mole e tonsilas palatinas.
Essas manifestações apresentam-se de forma súbita na maioria dos casos.
O diagnóstico da herpangina pode ser feito clinicamente com base na aparência e localização típica das úlceras e enantemas, sendo caracterizada por pelo menos 10 lesões papulovesiculosas hiperemiadas amarelo/branco-acinzentadas nos pilares anteriores tonsilares, palato mole, amígdalas e úvula. O tratamento deve ser feito utilizando sintomáticos e medidas adjuvantes.
Alternativa correta B, o tratamento da herpangina é de suporte, com sintomáticos.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENAS – UNIATENAS (2023)
Paciente pré-escolar de três anos e 6 meses, é levado ao pediatra por apresentar febre alta há 10 dias. Exame físico: edema palpebral, petéquias no palato, exsudato amigdaliano, adenomegalia cervical anterior e posterior, fígado palpável a 4 cm do rebordo costal direito. O exame laboratorial indicado para a confirmação do diagnóstico é:
A. Aspirado de medula óssea.
B. Sorologia para vírus da dengue.
C. Bacterioscopia e cultura da secreção faríngea.
D. Teste rápido para pesquisa de estreptococo grupo A.
E. Sorologia para vírus de Epstein Barr.
Resolução: Olá, Estrategista, temos aqui um caso de mononucleose, vamos aprender sobre ela.
A mononucleose é uma infecção extremamente prevalente na população mundial, sendo estimado que 90% dos adultos são soropositivos para o agente causador, apesar de este apresentar baixo contágio e pouca sobrevivência de forma isolada no meio ambiente.
O agente causador é o vírus Epstein-Barr (EBV), da família Herpesviridae (HHV tipo 4).
Os sintomas iniciam-se frequentemente de forma inespecífica, com febre baixa, cefaleia leve e mal-estar. Em seguida, geralmente se apresentam seus sinais e sintomas mais clássicos: amigdalite + linfonodomegalia generalizada (e cervical posterior) + hepatoesplenomegalia.
A febre pode ser alta e prolongada. No exame físico, a orofaringe apresenta-se classicamente com hipertrofia e hiperemia de tonsilas palatinas (amígdalas) associadas a um exsudato esbranquiçado ou branco acinzentado. Na cavidade oral, podem ser vistas petéquias no palato, em semelhança à faringite estreptocócica.
Podemos ter também um exantema variável, apresentando-se mais frequentemente como maculopapular. Muito importante para a vida de médico e por isso bastante cobrado em provas é o conhecimento de que, em caso de uso de antibióticos na mononucleose (o que é contraindicado), o exantema exacerba-se e torna-se mais frequente.
As complicações são raras, mas devemos lembrar que o EBV é um vírus sabidamente oncogênico, relacionado ao linfoma de Burkitt e ao carcinoma nasofaríngeo, entre outras neoplasias malignas. A sorologia (IgM e IgG) para detecção dos anticorpos específicos contra o EBV dá a certeza diagnóstica. O tratamento é suportivo.
Alternativa correta E.
REVALIDA INEP (2022)
Criança de 5 anos foi levada por familiar para consulta na unidade básica de saúde, com quadro de febre não aferida havia 3 dias, odinofagia e recusa alimentar. No exame físico, observou-se presença de lesões vesiculares na mucosa bucal e na língua, além de erupções papulovesiculares localizadas em regiões palmares e plantares bilateralmente.
Considerando-se como principal hipótese diagnóstica a síndrome mão-pé-boca, qual é a conduta correta?
A. Orientar isolamento e afastar a criança da creche por sete dias ou até o desaparecimento das lesões cutâneas.
B. Notificar imediatamente o caso ao serviço de vigilância epidemiológica e agendar visita à creche para busca ativa de casos.
C. Recomendar isolamento domiciliar por sete dias e instituir tratamento ambulatorial com o antiviral plenaril.
D. Encaminhar a criança para internação hospitalar, para hidratação, se necessária, tratamento sintomático e aplicação de imunoglobulina endovenosa.
Resolução: Olá coruja, a criança do enunciado tem diagnóstico de síndrome mão-pé-boca que é uma infecção viral de transmissão fecal-oral ocasionada pelo Coxsackie A16. É uma doença de diagnóstico clínico que não requer notificação compulsória.
Por ser contagiosa, é recomendável que se afaste a criança de suas atividades habituais até o desaparecimento dos sintomas, que é usualmente de 5 a 7 dias. Não há vacina, imunoglobulina ou tratamento específico. O tratamento consiste em medidas gerais e sintomáticos.
Alternativa correta A, porque indicou a conduta correta para o caso.
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