Como apresentar um caso clínico: confira o passo a passo
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Como apresentar um caso clínico: confira o passo a passo

Durante a faculdade de medicina, o atendimento a pacientes sob supervisão se torna uma rotina. Além de ser uma oportunidade para desenvolver o raciocínio clínico, o planejamento dos tratamentos e refinar as técnicas aprendidas, os professores podem utilizar essa situação como uma forma de avaliação. Para isso, é comum solicitarem a apresentação de um caso clínico para avaliar a capacidade do aluno. Pensando em te ajudar com essa tarefa, o Estratégia MED preparou este texto para você entender, passo a passo, como montar a apresentação oral de um caso clínico. Confira abaixo algumas sugestões!

Como é a apresentação?

Seja durante a faculdade de Medicina, solicitada pelos professores, ou até mesmo pelos preceptores durante a residência médica, os casos-clínicos geralmente são apresentados de forma oral, muitas vezes aliados a slides para expor os principais tópicos e eventuais fotos e vídeos

Embora a apresentação inclua informações detalhadas e específicas, não é recomendado que se faça uma leitura mecânica dessas informações. Procure estudar os principais dados do paciente e coloque seu profissionalismo e didática em ação para explicar o caso aos seus ouvintes.

Convém destacar que as apresentações de casos clínicos na medicina seguem um formato específico e geralmente visam expor os resultados da anamnese, dos exames físicos e dos exames complementares. O objetivo é fomentar a discussão sobre o possível diagnóstico e tratamento do paciente, que também podem ser incluídos ao final da apresentação. 

É importante mencionar que algumas instituições possuem manuais específicos de como o aluno pode desenvolver as apresentações de casos clínicos. Vale consultar com a coordenação do seu curso ou programa se já existe um modelo pré-estabelecido para tal. 

Porém, se você não sabe por onde começar, confira abaixo um passo a passo para se sair bem na sua próxima apresentação!

Passo 1: introduzindo o paciente

A primeira coisa a se fazer é apresentar seu paciente ao público, mencionando principalmente as suas características e o motivo de ter procurado atendimento médico. Geralmente, esse primeiro passo já ocupa cerca de cinco minutos da apresentação, necessários para sintetizar as principais informações, que serão essenciais posteriormente na investigação do caso.  

Para estruturar a introdução do paciente, é de costume incluir os seguintes tópicos na sua apresentação:

  1. Identificação do paciente: idade, gênero, naturalidade, ocupação/profissão, estado civil, procedência. É opcional, mas se considerar relevante, você pode incluir: nome, condições da habitação, estrutura familiar, religião, esportes, lazer, nível de atividade física ou escolaridade.
  2. Queixa principal: motivo que fez o paciente procurar atendimento e deve ser apresentado nas palavras do próprio paciente ou de seu acompanhante responsável, geralmente sem termos técnicos. Se o paciente estiver internado em enfermaria, a queixa principal será aquela relatada no prontuário da folha de admissão. 
  1. Histórico da moléstia atual: Descreva, em ordem cronológica, os eventos mais significativos associados ao problema atual do seu paciente. Por exemplo: início dos sintomas, área do corpo afetada, fatores que pioram e aliviam os sintomas, intensidade dos sintomas, evolução dos sintomas ao longo do tempo e impactos sociais e econômicos, como afastamento do trabalho ou dificuldades no convívio social.
  1. História patológica pregressa: condições médicas do paciente, como doenças crônicas ou alergias, cirurgias e hospitalizações anteriores, medicamentos atuais com as devidas dosagens e frequência de administração.
  1. História familiar e social e outros itens da anamnese que achar válido: condições relevantes que ocorrem na família do paciente – especialmente considerando que algumas características podem ser hereditárias, além de atividades diárias habituais, como sono, alimentação, lazer, trabalho, educação, cultura, religião, família, condições de moradia e saneamento básico, condições financeiras, relações com parentes e amigos, vida sexual, tabagismo e uso de álcool e drogas.

Vale mencionar que nem todos os tópicos precisam necessariamente estar contidos na sua apresentação. É necessário dosar o que é essencial para entender o caso do paciente. Se alguma das sugestões acima não tiver relevância, basta salientar: “nada digno de nota”. Confira abaixo um exemplo:

Se quiser, após terminar de apresentar o caso do paciente, você já pode sugerir algumas hipóteses diagnósticas com base na anamnese ou até perguntar se algum dos ouvintes possui alguma sugestão. Assim, você pode confirmar alguma das hipóteses no decorrer da apresentação, após expor os resultados dos exames. 

Passo 2: desenvolvendo o caso

O objetivo dessa parte é expor os achados dos exames físico e complementares, como de laboratório e de imagem. Traga os diagnósticos obtidos nos exames e estimule a participação dos ouvintes, fazendo perguntas sobre como os achados dos exames se relacionam com o caso. 

Ainda, se o caso já estiver sendo acompanhado há um tempo e você tiver a evolução dos resultados dos exames ao longo do tempo e estes forem importantes para a compreensão do caso, traga-os. 

Atenção! É importante manter o foco do caso clínico, se algum dos exames não trouxer resultados úteis para interpretar o caso, é melhor focar apenas nos resultados necessários

Passo 3: diagnóstico e tratamento

A parte final da apresentação te dará a oportunidade de mostrar o seu grau de conhecimento acerca da condição. Assim, é importante definir com qual patologia a condição do paciente está mais compatível e sintetizar como se dará o tratamento do caso. 

Ainda, é importante fazer uma breve recapitulação. Após dizer qual é a doença do caso, traga a sua definição para os ouvintes, além de sua epidemiologia, fatores de risco e quadro clínico. Essas informações serão cruciais para amarrar a sua interpretação sobre o caso, além de te trazer pontos extras na avaliação por parte dos professores. 

Já no plano de tratamento, além dos medicamentos e dosagens, se possível, inclua os objetivos a curto, médio e longo prazo e as principais condutas. Se o paciente já estiver em tratamento e você puder trazer quais foram os avanços da terapia proposta, dificuldades, ou demandas para outras especialidades, certamente estas serão informações úteis aos ouvintes, bem como humaniza a prática. 

Para conferir alguns exemplos de casos clínicos, não deixe de conferir a categoria do Portal do Estratégia MED dedicada justamente ao assunto:

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