Resumo sobre a Pesquisa Epidemiológica: definição, classificação e mais!

Resumo sobre a Pesquisa Epidemiológica: definição, classificação e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre pesquisa? Agora vamos comentar sobre a Pesquisa Epidemiológica, que emprega técnicas quantitativas para investigar a incidência e prevalência de doenças em grupos de pessoas, bem como para identificar os fatores que influenciam sua propagação.

O Estratégia MED está prestes a apresentar uma inovação significativa que enriquecerá seus conhecimentos e impulsionará seu desenvolvimento profissional. Preparado? Vamos lá!

Definição de Epidemiologia

A epidemiologia é uma disciplina científica que desempenha um papel fundamental na compreensão e no enfrentamento dos desafios de saúde pública em todo o mundo. Seu escopo abrange a investigação da distribuição, determinantes e consequências dos estados de saúde e eventos relacionados em populações específicas

Por meio da análise sistemática de dados e da aplicação de métodos quantitativos, a epidemiologia busca identificar padrões e tendências nas ocorrências de doenças, lesões e outros problemas de saúde, permitindo assim uma abordagem mais informada na prevenção e controle desses problemas.

Os epidemiologistas não se limitam apenas a estudar a doença em si, mas também se preocupam com uma visão ampla da saúde pública, incluindo a promoção da saúde e o aprimoramento dos indicadores de bem-estar. 

Ademais, a epidemiologia desempenha um papel crucial na formulação de políticas de saúde e na orientação de intervenções para melhorar a saúde pública. Ao identificar grupos de risco e determinantes de saúde, os epidemiologistas podem direcionar recursos e esforços para onde são mais necessários, maximizando o impacto das medidas preventivas e terapêuticas.

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Classificação dos Estudos Epidemiológicos

Os estudos epidemiológicos podem ser observacionais ou experimentais. Os observacionais incluem estudos descritivos, que descrevem a ocorrência de doenças em populações, e estudos analíticos, que investigam as relações entre o estado de saúde e outras variáveis. Embora a maioria dos estudos epidemiológicos seja analítica, os estudos descritivos puros são raros.

Já os estudos experimentais ou de intervenção tentam modificar os determinantes de uma doença, ou interromper seu progresso por meio de tratamentos. Os principais delineamentos experimentais incluem ensaios clínicos randomizados, ensaios de campo e ensaios comunitários.

Em todos os estudos epidemiológicos, é essencial definir claramente o que constitui um caso da doença em questão e o que define um indivíduo exposto a determinado fator de estudo. A falta de definições claras torna a interpretação dos dados epidemiológicos muito difícil.

Tipos de Estudos Epidemiológicos Observacionais

Estudos Descritivos

Estudos descritivos constituem muitas vezes o primeiro passo em investigações epidemiológicas, envolvendo a simples descrição do estado de saúde de uma comunidade. 

Estes estudos utilizam dados rotineiramente coletados, como dados de mortalidade, para examinar padrões ao longo do tempo ou em diferentes grupos populacionais. Geralmente, não buscam analisar associações entre exposições e efeitos. 

Um exemplo é a comparação das taxas de mortalidade por doenças cardíacas em diferentes países ao longo das décadas, revelando variações significativas entre países. 

Esses estudos descritivos fornecem insights valiosos sobre tendências de saúde, mas são frequentemente seguidos por investigações mais detalhadas para entender as causas subjacentes das variações observadas.

Estudos Ecológicos

Os estudos ecológicos, também conhecidos como estudos de correlação, são úteis para gerar hipóteses epidemiológicas, utilizando grupos de pessoas como unidades de análise em vez de indivíduos. 

Esses estudos podem ser realizados comparando diferentes populações em um mesmo momento ou comparando a mesma população em diferentes períodos, reduzindo assim o efeito de confusão causado por fatores como o nível socioeconômico.

Por exemplo, um estudo ecológico encontrou uma associação entre a média de vendas de drogas antiasmáticas e o número elevado de óbitos por asma em diferentes províncias da Nova Zelândia. 

Apesar de serem fáceis de realizar, os estudos ecológicos são frequentemente difíceis de interpretar, pois raramente é possível encontrar explicações claras para os resultados obtidos. 

Falácia Ecológica

A falácia ecológica ocorre quando conclusões inadequadas são tiradas com base em estudos ecológicos. Esse viés acontece porque a associação observada entre variáveis no nível de grupo não necessariamente reflete a associação existente no nível individual. 

Pode-se erroneamente estabelecer uma associação entre mortalidade neonatal e materna e a falta de atendimento qualificado durante o parto, ignorando outros fatores que também podem influenciar as condições de nascimento. 

Embora essas inferências ecológicas possam desencadear estudos epidemiológicos mais detalhados, é importante reconhecer suas limitações e evitar conclusões precipitadas com base apenas nos resultados de estudos ecológicos.

Estudos transversais

Os estudos transversais, também conhecidos como estudos de prevalência, medem a prevalência da doença ao analisar exposições e efeitos simultaneamente. Embora seja difícil avaliar associações nesses estudos, eles são úteis para investigar características fixas individuais e surtos epidêmicos. 

São relativamente baratos e fáceis de conduzir. Os dados obtidos ajudam a avaliar as necessidades de saúde da população e fornecem indicadores de tendências quando repetidos ao longo do tempo. 

Porém, é crucial ter um questionário bem elaborado, uma amostra adequada e alta taxa de resposta. Muitos países realizam pesquisas transversais regulares sobre características demográficas, doenças e hábitos de saúde, incluindo fatores de risco para doenças crônicas.

Estudos de Casos e Controles

Os estudos de casos e controles são uma maneira simples de investigar a causa de doenças, especialmente aquelas raras. Eles envolvem pessoas com a doença (casos) e um grupo controle sem a doença, comparando a ocorrência de possíveis causas entre eles. 

Esses estudos são longitudinais, ao contrário dos estudos transversais, e são retrospectivos, pois os investigadores procuram causas no passado. No entanto, os termos retrospectivos e prospectivos também podem se referir ao momento da coleta dos dados em relação ao presente. 

Assim, os estudos de casos e controles podem ser retrospectivos, quando os dados são coletados sobre eventos passados, ou prospectivos, quando os dados são coletados ao longo do tempo.

Estudos de coortes

Os estudos de coorte, também conhecidos como estudos longitudinais ou de incidência, começam com um grupo de pessoas livres da doença, que são classificadas em subgrupos com base na exposição a uma possível causa da doença. Esses estudos acompanham a coorte inteira ao longo do tempo para observar o surgimento de novos casos de doença em relação à exposição. 

Os estudos de coorte podem ser prospectivos ou retrospectivos, dependendo do momento da coleta dos dados em relação à exposição. Eles fornecem informações valiosas sobre a causa das doenças e o risco de desenvolvê-las, mas podem ser caros e requerem longos períodos de acompanhamento, especialmente para doenças com períodos de indução longos. 

Os estudos de coorte histórica utilizam registros de exposição no passado e são comumente usados em estudos sobre câncer ocupacional. Além disso, os estudos de casos e controles aninhados a uma coorte reduzem custos, selecionando casos e controles de uma coorte previamente definida.

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Tipos de Estudos Epidemiológicos Experimentais

Ensaio Clínico Randomizado

Um ensaio clínico randomizado é um tipo de estudo usado para investigar os efeitos de uma intervenção específica. Nele, os participantes são selecionados aleatoriamente para receber a intervenção ou fazer parte de um grupo de controle. 

Depois, os resultados são comparados entre esses grupos para avaliar os efeitos da intervenção. Esse método garante que os grupos sejam comparáveis desde o início, reduzindo a possibilidade de influência do pesquisador nos resultados.

Ensaios de Campo

Os ensaios de campo são estudos que envolvem pessoas livres de doença, mas com risco de desenvolvê-la. Eles são realizados na população geral, fora de ambientes institucionais. 

Geralmente, visam prevenir o desenvolvimento de doenças, por isso requerem um grande número de participantes, tornando-os caros e logisticamente desafiadores. Esses ensaios podem avaliar intervenções para reduzir a exposição a certos riscos, mesmo que não avaliem diretamente os efeitos na saúde. 

Testes de proteção contra pesticidas ou medidas de redução de chumbo em tintas podem ser feitos em pequena escala e com custos menores, já que não exigem acompanhamento prolongado ou a medição direta de doenças como desfecho.

Ensaios Comunitários

Nos ensaios comunitários, as comunidades são os grupos de tratamento em vez de indivíduos. Esse tipo de estudo é adequado para doenças com origens sociais e que podem ser influenciadas por intervenções comportamentais em grupo ou individuais. Doenças cardiovasculares são frequentemente investigadas dessa forma. 

No entanto, esses ensaios têm algumas limitações, incluindo a dificuldade de incluir um grande número de comunidades e a impraticabilidade da alocação aleatória. 

Outros métodos são necessários para garantir que quaisquer diferenças observadas sejam atribuídas à intervenção e não a características intrínsecas das comunidades. Além disso, é difícil isolar as comunidades onde a intervenção ocorre devido a mudanças sociais em curso. 

Visão Geral dos Estudos Epidemiológicos

Estudos Epidemiológicos
FONTE: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2017

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Referências

Bonita, R., Beaglehole, R., & Kjellström, T. (2010). Epidemiologia básica. (2nd ed.). São Paulo: Santos.

Organização Pan-Americana de saúde. Tipos Metodológicos de Estudos. 2017

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