Resumo sobre articulações sinoviais: definição, tipos e mais!
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Resumo sobre articulações sinoviais: definição, tipos e mais!

E aí, doc! Vamos explorar mais um tema essencial? Hoje o foco é são as Articulações sinoviais, tipo de articulação que permite amplo movimento entre os ossos, graças à presença do líquido sinovial, que reduz o atrito e protege as estruturas articulares. 

O Estratégia MED está aqui para descomplicar esse conceito e ajudar você a aprofundar seus conhecimentos, promovendo uma prática clínica cada vez mais eficaz e segura.

Vamos nessa!

Tipos de articulações

As articulações são classificadas em três tipos principais, de acordo com sua estrutura e mobilidade: sinoviais, fibrosas e cartilaginosas.

Articulações Sinoviais

As articulações sinoviais possuem uma cavidade articular preenchida por líquido sinovial, que lubrifica e reduz o atrito entre as superfícies ósseas. Essas superfícies são revestidas por cartilagem hialina, um tecido liso que impede o contato direto entre os ossos, protegendo-os contra o desgaste.

A cápsula articular envolve toda a articulação e é composta por duas camadas. A membrana sinovial, localizada internamente, é responsável pela produção do líquido sinovial, essencial para a nutrição da cartilagem e a redução do atrito. Já a membrana fibrosa externa confere estabilidade, protegendo contra deslocamentos excessivos.

As articulações sinoviais permitem uma ampla gama de movimentos e podem ser 

classificadas em diferentes tipos, como plana, gínglimo, trocóidea, bicondilar, elipsóidea, selar e esferóidea. Exemplos comuns incluem o ombro, o joelho e o cotovelo, que desempenham papéis fundamentais na mobilidade do corpo.

Articulações Fibrosas

Nas articulações fibrosas, os ossos são conectados por tecido conjuntivo fibroso e não possuem cavidade articular. Esse tipo de articulação apresenta pouca ou nenhuma mobilidade, proporcionando estabilidade e suporte estrutural.

Existem três subtipos principais de articulações fibrosas. As suturas são encontradas no crânio e formam conexões firmes entre os ossos, protegendo o cérebro. As gonfoses conectam os dentes aos ossos da mandíbula e maxila, garantindo sua fixação. Já as sindesmoses unem ossos por meio de ligamentos, como a membrana interóssea entre o rádio e a ulna, permitindo certo grau de movimento controlado.

Articulações Cartilagíneas

As articulações cartilagíneas unem os ossos por meio de cartilagem, proporcionando um nível intermediário de mobilidade. Esse tipo de articulação pode ser temporário ou permanente, dependendo da função que desempenha no organismo.

As sincondroses são articulações temporárias encontradas em ossos em desenvolvimento, onde a cartilagem hialina separa as partes ósseas. Um exemplo são as placas epifisárias, responsáveis pelo crescimento ósseo durante a infância e adolescência.

As sínfises, por outro lado, são articulações permanentes formadas por fibrocartilagem, conferindo resistência e amortecimento. Elas estão presentes na sínfise púbica e nos discos intervertebrais, estruturas fundamentais para a absorção de impacto e a mobilidade controlada do tronco.

Estrutura das articulações sinoviais

As articulações sinoviais são as mais móveis do corpo humano e possuem uma estrutura complexa que garante tanto a mobilidade quanto a estabilidade dos ossos. Sua principal característica é a presença de uma cavidade articular, que separa as superfícies ósseas e permite o movimento.

A cápsula articular envolve a articulação e é composta por duas camadas. A camada externa, chamada de membrana fibrosa, é formada por tecido conjuntivo denso, conferindo resistência e proteção contra deslocamentos excessivos. Já a camada interna, conhecida como membrana sinovial, reveste a parte interna da cápsula e produz o líquido sinovial, responsável por lubrificar a articulação e reduzir o atrito entre os ossos.

A cartilagem articular, formada por cartilagem hialina, reveste as extremidades dos ossos que participam da articulação. Essa estrutura evita o contato direto entre os ossos, minimizando o desgaste e absorvendo impactos.

Além dessas estruturas básicas, algumas articulações sinoviais apresentam elementos adicionais que auxiliam na estabilidade e no funcionamento. Os meniscos, encontrados no joelho, são formados por fibrocartilagem e ajudam a distribuir a carga sobre a articulação.

Os ligamentos, tanto internos quanto externos, conectam os ossos e limitam movimentos excessivos, prevenindo lesões. Já as bursas sinoviais, pequenas bolsas cheias de líquido, reduzem o atrito entre os tecidos ao redor da articulação, como tendões e músculos.

Fonte: Gray’s Anatomia Clinica para Estudantes – 3ª Edição

Classificações específicas das articulações sinoviais

Articulação Gínglimo ou Dobradiça

A articulação gínglimo, também chamada de dobradiça, é caracterizada pela conexão entre a extremidade convexa de um osso e a extremidade côncava de outro. Esse formato permite movimento apenas em um eixo único (uniaxial), funcionando de maneira semelhante a uma dobradiça de porta, permitindo apenas flexão e extensão.

As superfícies ósseas dessa articulação são reforçadas por ligamentos colaterais que impedem movimentos laterais excessivos, garantindo estabilidade e direcionando o movimento ao longo de um único plano.

Exemplos:

  • Cotovelo (entre o úmero e a ulna)
  • Joelho (entre o fêmur e a tíbia, apesar de apresentar leve rotação)
  • Tornozelo (entre a tíbia, fíbula e tálus)
  • Interfalângicas (entre as falanges dos dedos)

Articulação Condilar

Também chamada de articulação elipsoide, a articulação condilar é formada entre uma depressão rasa (superfície elíptica) de um osso e uma estrutura arredondada de outro. Essa configuração permite movimentos em dois eixos (biaxial), possibilitando:

  • Flexão e extensão
  • Abdução e adução

Por não permitir rotação, essa articulação apresenta um grau de mobilidade maior do que a gínglimo, mas menor do que a esferoide. O suporte de ligamentos circundantes contribui para a estabilidade e controle dos movimentos.

Exemplos:

  • Articulações metacarpofalângicas (entre o metacarpo e as falanges proximais dos dedos)
  • Articulações radiocarpais (entre o rádio e os ossos do carpo no punho)

Articulação Selar

A articulação selar ocorre entre dois ossos que possuem formato semelhante a uma sela de cavalo, ou seja, um osso apresenta uma curvatura côncava em um sentido e convexa em outro, enquanto o osso oposto se encaixa de forma complementar.

Esse tipo de articulação é biaxial, permitindo movimentos em dois eixos perpendiculares:

  • Flexão e extensão
  • Abdução e adução

O formato dessa articulação permite um movimento especial: a oposição do polegar, essencial para a habilidade de agarrar objetos.

Exemplo principal:

  • Primeira articulação carpometacarpiana (entre o trapézio e o primeiro metacarpo do polegar)

Articulação Plana

As articulações planas são compostas por superfícies ósseas achatadas ou levemente curvas, que deslizam umas sobre as outras. Diferente das articulações anteriores, esse tipo não apresenta um eixo fixo de movimento, sendo multiaxial, mas com uma amplitude reduzida devido à presença de ligamentos que limitam os deslocamentos.

Os movimentos dessa articulação envolvem principalmente deslizamento e rotação limitada, proporcionando estabilidade e pequenos ajustes necessários para a função das articulações circundantes.

Exemplos:

  • Articulações intercarpais (entre os ossos do carpo no punho)
  • Articulações intertarsais (entre os ossos do tarso no pé)
  • Articulação acromioclavicular (entre a escápula e a clavícula)

Articulação Pivô

As articulações pivô permitem rotação em torno de um eixo único, sendo uniaxiais. Nessa configuração, um osso arredondado ou em formato de pino gira dentro de um anel ligamentar ou ósseo, permitindo um movimento rotacional controlado.

Essas articulações são essenciais para movimentos como o giro da cabeça e a pronação/supinação do antebraço.

Exemplos:

  • Articulação atlantoaxial (entre C1 e C2, permitindo a rotação da cabeça)
  • Articulação radioulnar proximal (permitindo a rotação do rádio sobre a ulna)

Articulação Esferóide

A articulação esferoide, ou bola e soquete, é a mais móvel do corpo humano. Ela é formada por uma cabeça arredondada de um osso que se encaixa em uma cavidade côncava de outro osso. Essa estrutura permite movimentos em três eixos (multiaxial), possibilitando:

  • Flexão e extensão
  • Abdução e adução
  • Rotação

A grande amplitude de movimento dessa articulação é determinada pela profundidade da cavidade onde o osso arredondado se encaixa. No ombro, por exemplo, a cavidade glenoidal é mais rasa, proporcionando maior mobilidade. No quadril, a cavidade acetabular é mais profunda, garantindo mais estabilidade.

Exemplos:

  • Articulação do ombro (glenoumeral)
  • Articulação do quadril (coxofemoral)
Vários tipos de articulação sinovial. A. Elipsóidea (radiocarpal). B. Plana (radioulnar). C. Em gínglimo (cotovelo). D. Esferóidea (quadril). E. Selar (carpometacarpal do polegar). F. Trocóidea (atlantoaxial). Fonte: Gray’s Anatomia Clinica para Estudantes – 3ª Edição

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Referências

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R.. Anatomia orientada para a clínica. 8 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

PARESQUE, Roberta. Sistema articular: Junturas. Laboratório de Anatomia Humana Prof. Valdenir José Belinelo, Universidade Federal do Espírito Santo.

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