Catarata: o que é, sintomas e muito mais!

Catarata: o que é, sintomas e muito mais!

Quer saber mais sobre a catarata? O Estratégia MED separou as principais informações sobre o assunto para você. Vamos lá!

O que é catarata

A catarata é uma doença oftalmológica causada por alterações no cristalino, normalmente relacionada à idade. Por definição, essa patologia é caracterizada pela perda da transparência que o cristalino precisa ter para que a fisiologia da visão aconteça adequadamente. É considerada a maior causa de cegueira no mundo, mesmo sendo tratável, cerca de 50% dos 50 milhões dos casos de cegueira do planeta são decorrentes da catarata, são, em média, 5 milhões de casos novos da doença todos os anos. A prevalência dessa doença é alarmante, segundo o estudo Framingham, chega a 73,3% em indivíduos acima dos 75 anos, 47,1% em indivíduos entre 65 e 74 anos e a 17,6% em pessoas com menos de 65 anos.

Além disso, a cegueira decorrente da catarata possui importantes implicações incapacitantes, sociais, familiares e econômicas. 

Causas da catarata

A etiologia da catarata é descrita como multifatorial, entretanto, costuma ser classificada em dois tipos principais: causas congênitas e causas adquiridas. Além disso, ela apresenta importantes fatores de risco associados, como: tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, diabetes melito, abuso de álcool e histórico familiar positivo.

Causas adquiridas

Catarata por causa traumática

É a principal suspeita em casos nos quais o relato da perda de acuidade visual em jovens é unilateral. A opacidade pode ser decorrente de choque elétrico, radiação ionizante (normalmente utilizada para o tratamento de tumores oftalmológicos), trauma contuso, trauma penetrante, exposição a raios ultravioletas ou radiação infravermelho. Nos casos de lesões penetrantes e/ou contusas a queixa de catarata tende a ser aguda ou progressiva, enquanto quadros decorrentes de choque elétrico tendem a ter evolução mais crônica, quando a progressão pode durar até anos. Quanto à exposição à radiação, raios-X e raios gama estão frequentemente envolvidos.  

Catarata relacionada à idade

Também chamada de catarata senil, é o tipo mais prevalente da doença. Esse risco é decorrente do fato que quase 95% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentam algum grau de opacificação do cristalino, situação que pode evoluir para perda de acuidade visual como a catarata.

Catarata por causa metabólica

Dentro desse grupo de etiologias possíveis, a diabetes melito é a principal causa associada. Nesses pacientes, a diabetes pode originar catarata de causa metabólica, por conta de hidratação osmótica do cristalino resultante do acúmulo de glicose e sorbitol, ou acelerar o desenvolvimento da catarata senil. Possivelmente, o nível sérico adequado de cálcio possui a função de garantir a integridade das membranas corporais. Dessa forma, pacientes com hipocalcemia tendem a aumentar a permeabilidade, influenciando na opacidade do cristalino. Vale ressaltar que, no adulto, tal quadro pode ser pós-cirúrgico, causando hipoparatireoidismo. Outras doenças metabólicas que podem cursar com catarata são:

  • Doença de Fabry;
  • Síndrome de Lowe;
  • Manosidose;
  • Galactosemia; e
  • Deficiência de galactoquinase.

Catarata secundária

É a situação em que a catarata é decorrente de outra doença primária como a síndrome de pseudoexfoliação, fechamento angular agudo, neoplasias oculares, tumores metastáticos e, principalmente, uveíte anterior crônica.

Catarata tóxica

É a catarata causada pelo uso de medicamentos, as drogas mais fortemente relacionadas são:

  • Clorpromazina;
  • Mióticos, que podem ser utilizados no tratamento de glaucoma;
  • Amiodarona, um antiarrítimico, quando utilizado em doses moderadas a altas;
  • Corticoides; e
  • Corpos estranhos como ferro e cobre, respectivamente siderose e chalcose, também podem causar catarata.

Causas congênitas

As principais causas congênitas associadas à catarata são:

  • Galactosemia: doença que provoca um erro no metabolismo da galactose, que se acumula no cristalino provocando sua opacificação;
  • Hipoglicemia: especialmente em recém-nascidos (vista em quase 20% deles), pode levar ao desenvolvimento da doença se manifestando, normalmente, entre os 2 e 3 anos de idade;
  • Rubéola: quando o feto é infectado antes da nona semana de gestação;
  • Síndrome de Lowe: que pode causar outras doenças oculares como glaucomas;
  • Deficiência de galactoquinase: quando a catarata é reversível com privação de galactose na dieta;
  • Distrofia miotônica;
  • Doença de Wilson;
  • Neurofibromatose tipo ll;
  • Síndrome de Stickler;
  • Síndrome de Rothmund-Thomson; e
  • Ictiose congênita.

Sinais e Sintomas

Queixas de sinais e sintomas associados à catarata são oculares e, normalmente, bilaterais. Os principais são:

  • Borramento da visão;
  • Distorção de imagens;
  • Visão duplicada monocular;
  • Ofuscamento;
  • Perda de contraste;
  • Necessidade de maior iluminação para ver bem;
  • Embaçamento;
  • Alteração na percepção das cores; e
  • Diminuição da acuidade visual, queixa comum na catarata avançada.

Quando a manifestação da doença é unilateral o paciente, geralmente, não apresenta queixas, ou seja, a catarata pode estar presente sem ser percebida. 

Pacientes em extremos da vida podem apresentar sinais relacionados à perda da acuidade visual o que deve levantar a suspeita de catarata. As crianças podem franzir a testa ou fechar um olho tentando compensar a visão durante as aulas, por exemplo. Já idosos, frequentemente, se queixam de dificuldade para dirigir a noite ou melhora das funções visuais para objetos próximos, o que ocorre pela miopização por conta da catarata senil, melhora de caráter passageiro. Vale ressaltar que crianças sem verbalização podem apresentar alterações de comportamentos indicativos de situação incômoda.

Diagnóstico

O diagnóstico da catarata costuma ser simples e deve ser feito por um oftalmologista de forma clínica. O principal exame utilizado é feito por meio da biomicroscopia com lâmpada de fenda que detalha bem as características da opacidade. Quando a pupila é dilatada, pode-se observar opacidades brancas ou cinzas na lente. Além disso, um exame oftalmológico completo, que contenha os seguintes exames pode, ajudar:

  • Medida da acuidade visual, que deve incluir para perto e longe, podendo também ser feito o teste funcional que avalia a sensibilidade do paciente a contrastes e ofuscamentos;
  • Exame de fundo de olho por oftalmoscopia direta;
  • Teste do reflexo vermelho, especialmente em crianças;
  • Avaliação dos reflexos pupilares, que precisam estar preservados;
  • Oftalmoscopia indireta, pode ser útil para afastar outras possíveis causas de dano ocular; e
  • Microscopia especular de córnea, especialmente em casos suspeitos de comprometimento endotelial.

Tratamento da catarata

A catarata possui cura de forma cirúrgica, entretanto, a presença de simples opacidades não é suficiente para a indicação do procedimento. Assim, deve ser estudada a necessidade de tratamento, principalmente por conta da avaliação do grau do dano presente, junto com prejuízo das atividades diárias do paciente. Quando o diagnóstico é confirmado, o médico deve explicar a possibilidade de cirurgia, para que o paciente avalie a real necessidade de se submeter a tal procedimento.

A cirurgia costuma ser curativa e simples, exigindo pouco tempo de internação. A principal proposta consiste na retirada do cristalino pouco translúcido e implante de uma lente artificial intraocular. Para isso, existem 3 principais técnicas que podem ser utilizadas:

  • Extração da catarata extracapsular, quando o núcleo central é removido de forma única e, então, a porção correspondente ao córtex suave pode ser retirada em várias pequenas partes;
  • Extração da catarata intracapsular, quando a porção opaca e a cápsula da lente são retiradas em uma peça única. Vale ressaltar que, por ser mais antiga e invasiva, tal técnica é raramente utilizada; e
  • Facoemulsificação é a mais comum das técnicas disponíveis, além de ser mais moderna, menos invasiva, mais rápida (dura cerca de 30 min) e exigir menor tempo de internação (normalmente é feita ambulatorialmente), além de não precisar de suturas. Ela é considerada um subtipo de extração extracapsular de cataratas. Consiste na dissolução do núcleo duro central por meio de ultrassom para, então, o córtex flexível ser retirado em diversas partes pequenas.

A cirurgia de catarata refrativa assistida por laser também pode ser utilizada, podendo atuar em algumas etapas operatórias antes da facoemulsificação, a qual é facilitada pela utilização de lasers femtosecond.

É interessante notar que após a retirada da parte comprometida, a nova lente que deve ser inserida pode ser de silicone ou de plástico. Pelo fato de ela poder ser multifocal, o procedimento pode, além de curar a catarata, fazer com que o paciente não dependa mais de óculos. 

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