Hemartrose: o que é, causas e muito mais!

Hemartrose: o que é, causas e muito mais!

Quer saber o que é hemartrose? O Estratégia MED separou para você as principais informações sobre o assunto. 

O que é hemartrose?

Hemartrose é a presença de hemorragia no espaço intra-articular. Pode ocorrer em diversas articulações, porém as mais acometidas são tornozelos, joelhos e cotovelos

Os sintomas são inespecíficos, uma vez que podem corresponder aos de outras artropatias. São eles:

  • Dor;
  • Edema na articulação;
  • Redução da amplitude do movimento;
  • Calor local;
  • Prurido; e
  • Parestesia.

Dessa forma, é fundamental levar em conta a história clínica do paciente para diagnosticar a hemartrose. Alguns fatores importantes são:  presença de doenças prévias e ocorrência de traumas recentes no local afetado. 

O que causa a hemartrose? 

A hemartrose pode ser idiopática, isto é, sem causa definida. Porém, na grande maioria dos casos, ela ocorre em pacientes hemofílicos e após traumas na articulação afetada, como luxações. 

Hemartrose e hemofilia

hemartrose e hemofilia

Os pacientes hemofílicos têm hemorragias recorrentes, o que leva a diversas manifestações musculoesqueléticas. Uma delas é a hemorragia intra-articular, ou hemartrose.

A hemofilia é um conjunto de doenças hereditárias ligada ao sexo, que pode ser classificada em dois tipos principais: hemofilia A e hemofilia B. O tipo A afeta um a cada 5 mil nascimentos masculinos, enquanto que o tipo B acomete um a cada 30 mil nascimentos masculinos. Tal doença é causada por deficiência em fatores da coagulação, como o fator VIII (hemofilia A) ou o fator IX (hemofilia B).

Muitas vezes, a hemartrose é uma das primeiras manifestações clínicas da hemofilia na criança. A doença pode aparecer quando o bebê começa a se levantar e a andar sozinho, de maneira que a articulação do tornozelo é a mais acometida até os 5 anos de idade. 

Fisiopatologia da hemartrose

Quando o sangue se mistura com o líquido sinovial, acontece a irritação da membrana sinovial e da cartilagem articular. A resposta imune resulta na infiltração de polimorfonucleares e mononucleares na articulação, que liberam substâncias causadoras de proteólise. Além disso, também há migração de macrófagos,  que produzem substâncias oxidativas ao fagocitar o ferro da hemoglobina.

Todo esse quadro causa a proliferação e, consequentemente, o espessamento da membrana sinovial, o que caracteriza a evolução do quadro clínico da hemartrose. 

Fases da hemartrose 

A hemartrose em pacientes hemofílicos pode ser classificada em três fases: 

  1. Hemartrose aguda: é a fase que traz os sintomas mais clássicos, como dor, edema e limitação à movimentação. O processo se resolve lentamente sem intervenção, porém existem alguns tratamentos para acelerar a melhora do quadro clínico. 

Como exemplo de medidas paliativas, podemos citar  a reposição imediata e diária do fator de coagulação deficiente e aplicação de gelo local. Caso haja muito extravasamento de sangue ou dor importante no local, também é possível aspirar a articulação.

  1. Artropatia subaguda: a repetição de episódios de hemartrose evolui para o quadro de artropatia subaguda. Nessa fase, existe dor mesmo sem ocorrência de novos sangramentos, além de sinovite, caracterizada por derrame articular e espessamento sinovial. 

A artropatia subaguda causa fraqueza muscular, dano ósseo e degeneração articular, de forma que favorece a ocorrência de novas hemorragias e gera um ciclo vicioso. 

  1. Artropatia crônica: surgem sinais de osteoartrite secundária, com dor que varia de intensidade ao longo do tempo. Pode ocorrer também fibrose e anquilose, que levam a grande limitação de movimentos. 

Articulação-alvo

Articulação-alvo é aquela que sofreu três ou mais hemartroses no período de 6 meses. Uma articulação que já sofreu com hemorragias fica suscetível a novas ocorrências, visto que o espessamento da membrana sinovial cria vilosidades, que são friáveis e sangram facilmente. 

Diagnóstico

O diagnóstico da hemartrose envolve anamnese e exame físico. De forma adicional, é possível fazer uma radiografia para avaliar a existência de trauma, além de um ultrassom ou ressonância magnética para verificar a presença de líquido no espaço articular. É importante se fazer a artrocentese em episódios monoarticulares agudos, a fim de se afastar outras causas, como, por exemplo, a pioartrite. 

Profilaxia 

Ao administrar o fator de coagulação de forma profilática, há redução do risco de hemorragias e, consequentemente, da ocorrência de hemartroses. Essa profilaxia faz com que o quadro clínico de pacientes hemofílicos graves se torne moderado, devido ao aumento da presença dos fatores de coagulação na corrente sanguínea.

A profilaxia deve ser feita de duas a três vezes por semana, com a administração regular e contínua de fator VIII ou IX, dependendo do tipo de hemofilia que o paciente apresenta. 

A profilaxia pode ser classificada da seguinte forma:

  1. Primária: iniciada na ausência de doença articular instalada, antes do segundo grande sangramento articular e na idade de 3 anos ou menos;
  2. Secundária: após dois ou mais sangramentos articulares, sem a instalação da doença articular;
  3. Terciária: ocorre após instalação de doença articular. 

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