A paralisia do sono (PS) é uma parassonia que pode diminuir bastante a qualidade do sono de quem é acometido. Confira os principais aspectos referentes a esta condição, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à paralisia do sono.
- É marcado pela experiência incomum de acordar durante a noite sem a capacidade de se mover.
- A paralisia do sono ocorre quando a atonia do sono REM continua ao despertar.
- A polissonografia do sono pode auxiliar no diagnóstico em alguns casos e ajuda a diferenciar de outros distúrbios do sono.
- O principal tratamento é a realização de uma boa higiene do sono.
Definição da doença
A paralisia do sono é um distúrbio que acomete o sono marcado pela experiência incomum de acordar durante a noite sem a capacidade de se mover. A grande maioria dos episódios está associado a medo extremo e, em uma minoria dos casos, pode levar a níveis clinicamente significativos de sofrimento.
Quando ocorre de forma isolada estão relacionados a outros distúrbios do sono, por exemplo, a narcolepsia, ou a efeitos de medicamentos ou outras substâncias. Por outro lado, a paralisia do sono recorrente (PSR) é definida como a uma parassonia benigna que consiste em pelo menos dois a cada seis meses, associada a sofrimento clinicamente significativo.
Epidemiologia e fisiopatologia da paralisia do sono
A prevalência estimada da PSR é de 8%, no entanto,as estimativas de estudos individuais variam de 2 a 60%. Acredita-se que a falta de critérios clínicos padronizados contribuam para essa variação.
Entre os jovens estudantes a prevalência parece ser maior, chegando a 30%, além de acometer mais pessoas do sexo feminino. Outros fatores de risco são a má qualidade ou privação do sono (principalmente higiene do sono inadequada), transtornos de ansiedade e certos traços de personalidade.
Dois grandes estágios compõem o sono do adulto, o sono não REM (NREM) e o sono REM. Eles se intercalam em ciclos e, durante um sono adequado, ocorrem no mínimo quatro vezes. O NREM corresponde a 75% e é subdividido em 3 estágios: N1, N2 e N3.
No N1 é a transição entre a vigília e o sono com redução do tônus muscular e dos movimentos oculares. No N2 o batimento cardíaco e a respiração diminuem, e os músculos relaxam mais. Dessa maneira, a temperatura corporal cai, e o movimento dos olhos cessa. N3 é a fase do sono profunda e ondas cerebrais ainda mais lentas, fazendo com que o batimento cardíaco, a respiração e os músculos estejam mais relaxados.
O sono REM corresponde a 25% do sono, caracterizado por uma atividade cortical de frequência mista e baixa amplitude, redução do tônus muscular e movimentos rápidos dos olhos. Nesta fase, ocorrem os sonhos e consolidação das informações aprendidas durante o dia.
#Ponto importante: A paralisia do sono ocorre quando a atonia do sono REM continua ao despertar sem outras características clínicas de narcolepsia.
Manifestações clínicas da paralisia do sono
Esse distúrbio é uma parassonia caracterizada pela incapacidade de se mover após acordar. Quando ocorre de forma recorrente, pode vir a prejudicar a qualidade do sono, uma função biológica fundamental na consolidação da memória, na conservação e restauração da energia e do metabolismo energético cerebral.
A má qualidade do sono está associado a maior nível de stress, ansiedade e depressão. Indivíduos com sintomas de insônia reportam uma maior irritabilidade, desequilíbrios nas funções cognitivas, ansiedade, depressão, cansaço e um declínio na qualidade de vida.
Alucinações são geralmente o sintoma mais perturbador. Pressão no peito é relatada em até 50% dos casos e sensação de estrangulamento em 20%. A presença de alguma destas características são comuns, mas não essenciais para o diagnóstico.
Lista de manifestações:
- Medo de dormir
- Alucinações
- Pressão no peito
- Ansiedade e depressão
Diagnóstico da paralisia do sono
O diagnóstico é feito na maioria das vezes através do relato do paciente da impossibilidade de movimentar-se logo após despertar. É necessário preencher alguns critérios clínicos que envolvem a frequência de eventos (pelo menos 2 episódios em 6 meses para PSR), grau de sofrimento psíquico relatado pelo paciente, ausência de outros distúrbios do sono, uso de medicações ou substâncias que possam explicar a presença dos sintomas.
Eventualmente, pode se lançar mão da polissonografia do sono quando o quadro ficar mal caracterizado e para descartar diagnósticos diferenciais. Este exame avalia o grau de relaxamento muscular, além da atividade respiratória e cerebral das fases do sono.
Tratamento da paralisia do sono
O tratamento da PSIR inclui evitar a privação de sono e identificar precipitantes. Por isso, uma higiene do sono adequada é o pilar no tratamento da PS.
A higiene do sono engloba modificações no ambiente do sono, práticas e rotinas favoráveis a um sono de melhor qualidade. Além disso, inclui a prática de atividades no período de vigília que possam favorecer a chegada ao momento do sono, de maneira a favorecê-lo, como possuir horários consistentes para deitar-se e despertar, o estabelecimento de um local apropriado para se iniciar o sono, diminuir estímulo luminoso perto de dormir, não tomar cafeína à noite, não ficar monitorando as horas no relógio e diminuir as períodos de sono durante o dia.
Veja também:
- Distúrbios do sono: o que é, sintomas e muito mais!
- Resumo de transtorno de ansiedade generalizada: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!
- ResuMED de hipertrofia da adenóide – síndrome do respirador bucal e apneia do sono infantil
- Resumo de psicofarmacologia
- Resumo de delirium: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais
- Demência: o que é, sintomas e muito mais
- Resumo de transtornos psicóticos
- Resumo de transtorno de ansiedade generalizada
- Resumo de dependência química
Referências bibliográficas:
- COSTA, Lílian Neves Ribeiro da. A influência da ansiedade no distúrbio da paralisia do sono sob o olhar da terapia cognitiva comportamental. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.7.n.3, mar. 2021..
- Ramos, Daniela Figueiredo et al. RECURRENT SLEEP PARALYSIS – FEAR OF SLEEPING. Revista Paulista de Pediatria [online]. 2020, v. 38, e2018226. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1984-0462/2020/38/2018226>
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