Resumo de alopecia: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de alopecia: diagnóstico, tratamento e mais!

A alopecia é uma condição clínica comum, que gera transtornos sociais importantes nas pessoas acometidas. Pode ser causada por diversas doenças e condições, mas discutiremos as duas que mais aparecem nos atendimentos e que são mais cobradas nas provas de residência médica: areata e androgênica. 

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à alopecia.

  • A alopecia é a queda ou rarefação dos cabelos 
  • Os tipos principais de alopecia são areata e androgenética
  • O ciclo capilar envolve fases: anágena, catágena e telógena
  • Para alopecia androgenética a finasterida oral é a droga de escolha
  • Na areata o tratamento é sintomático e não altera o prognóstico da doença

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Definição da doença

Alopecia ou calvície é a ausência ou rarefação dos cabelos ou dos pelos, podendo ocorrer de forma local, regional ou total, além de ser transitória ou definitiva. As duas principais causas de alopecia na prática clinica e para sua prova são a areata e androgenética.

Epidemiologia 

A alopecia areata ocorre em todo o mundo, com prevalência estimada de aproximadamente 1 em 1.000 pessoas, com um risco ao longo da vida de aproximadamente 2%. Tanto crianças quanto adultos podem desenvolver, e o distúrbio ocorre em taxas semelhantes em homens e mulheres. 

A alopecia androgenética é um distúrbio pós-puberal comum tanto no sexo feminino e masculino, causa mais comum de queda de cabelos em homens, apresenta prevalência crescente com a idade. 

Fisiopatologia de alopecia

Anatomia 

O pelo nasce de uma estrutura chamada de Folículo Piloso ou canal folicular que cresce em direção à epiderme. As duas principais estruturas do folículo são a haste, parte livre da pele, e a raiz, sua única parte viva.

A raiz é formada por quatro estruturas principais: infundíbulo, istmo, papila dérmica e bulbo capilar. Mas também é formada por uma protuberância chamada glândula sebácea que aparece na parte superior do folículo, responsáveis pela produção de sebo que é secretado no folículo capilar, lubrificando e condicionando tanto o cabelo quanto a pele. 

Folículo piloso.

Ciclos capilares

O folículo piloso tem uma atividade intermitente, isto é, não para, após um ciclo, logo se inicia outro. Ocorre uma fabricação de queratina por alguns anos, depois ela é eliminada, e renovada ao fim de determinado tempo. As fases do crescimento dos pelos são:

  • Anágena – Dura cerca de 3 a 5 anos, onde ocorre multiplicação desenfreada de células matriciais do bulbo, contínua fabricação de melanina e intensa atividade mitótica com queratinização do cabelo. 

#Ponto importante: A maior parte dos cabelos estão nessa fase (80 a 90%)

  • Catágena – Costuma ser breve, não durar mais que 3 semanas, no qual as células param de se multiplicar, há suspensão da queratogênese e a melanina deixa de ser produzida. Ocorre morte bulbar. No entanto, o folículo também está preparando novo crescimento, produzindo células germinativas para fase catágena. 
  • Telógena – Dura cerca de 3 a 6 meses, onde uma nova matriz desenvolve-se após um período de descanso e, isto faz com que um novo cabelo comece a crescer no mesmo folículo. O fio de cabelo antigo pode cair a qualquer momento. 

Patogênese da alopecia areata

A alopecia areata é uma doença autoimune na qual os folículos pilosos na fase de crescimento (anágena) transitam prematuramente para as fases de involução não proliferativa (catágena) e de repouso (telógeno), levando à queda repentina de cabelo e inibição do crescimento capilar. 

Patogênese da alopecia androgenética

A alopecia androgenética é considerada uma doença hereditária, conceito apoiado pelos resultados de estudos familiares e a diidrotestosterona (DHT) é o andrógeno chave envolvido na indução e promoção da alopecia androgenética masculina. 

Os efeitos da diidrotestosterona nos folículos suscetíveis contribuem para a encurtamento da fase anágena (crescimento) dos folículos capilares e miniaturização folicular, que se manifesta clinicamente como a substituição dos pelos terminais por pelos curtos e finos (velus).  

Manifestações clínicas de alopecia 

Alopecia androgenética pode ser masculina e feminina, sendo o tipo mais comum de queda de cabelos no homens. A perda dos cabelos é progressiva e segue um padrão básico de queda. Para os homens, as áreas temporal, anterior, média do couro cabeludo e/ou vértice do couro cabeludo são tipicamente afetadas.

Nas mulheres ocorre transição lenta e progressiva de pêlos terminais no couro cabeludo frontal e/ou vértice do couro cabeludo para pêlos mais curtos e finos (velus). O processo resulta em uma redução visível da cobertura capilar no couro cabeludo. 

#Ponto importante: Em ambos os sexos, couro cabeludo occipital geralmente é poupado. 

Alopecia areata

Os pacientes com alopecia areata geralmente apresentam áreas de perda de pelos redondas ou ovais, principalmente no couro cabeludo, mas pode ocorrer em qualquer área que se desenvolvem em um período de algumas semanas. 

Pêlos em ponto de exclamação, cabelos curtos quebrados para os quais a extremidade proximal do cabelo é mais estreita do que a extremidade distal, são um achado comum. Os pacientes também podem ter anormalidades ungueais associadas.

Alopecia areata em homem

Diagnóstico de alopecia

A avaliação do paciente com perda de cabelo começa com a obtenção de uma descrição da perda de cabelo do paciente, bem como um histórico médico e histórico familiar. O exame físico inclui a inspeção do couro cabeludo, cabelo e outros locais do corpo. 

Quando o diagnóstico permanece incerto após o histórico do paciente e o exame clínico terem sido realizados, técnicas de diagnóstico, como exame microscópico de fibras de cabelo cortadas ou arrancadas e biópsias do couro cabeludo, podem fornecer informações adicionais úteis para o diagnóstico. Dependendo do diagnóstico diferencial, estudos laboratoriais adicionais podem ser realizados.

Tratamento de alopecia

Para pacientes com alopecia androgenética que desejam tratamento, a finasterida oral (1 mg/dia) é preferível em vez de minoxidil tópico. O tratamento com solução ou espuma de minoxidil a 5% é uma terapia alternativa de primeira linha que pode ser preferida por pacientes que preferem evitar a terapia sistêmica. 

#Ponto importante: A resposta ao tratamento com ambos não foi comparada em nenhum estudo randomizado de qualidade. 

Outras terapias com menos evidências têm sido utilizadas para alopecia androgenética, incluindo a dutasterida (um inibidor da 5-alfa-redutase tipo 1 e tipo 2), terapia de luz e plasma rico em plaquetas. 

O tratamento da alopecia areata é sintomático e não altera o prognóstico da doença. Para quadro limitado do couro cabeludo pode se utilizar injeções intralesionais de corticosteroides. 

Pacientes que não responderam à terapia acima, ou quadros de alopecia areata extensa, incluindo alopecia total, podem ser tratados com imunoterapia tópica, mas esse manejo é feito com dermatologista. A terapia sistêmica com glicocorticóides em tratamentos curtos podem ser utilizados para tentar interromper a progressão rápida da doença generalizada. 

O transplante capilar está na moda né? Realmente, a melhora permanente da alopecia androgenética pode ser alcançada por meio de terapia cirúrgica. O transplante capilar usando unidades foliculares tornou-se a base do tratamento cirúrgico ele pode resultar em melhorias permanentes no crescimento capilar em áreas do couro cabeludo afetadas pela alopecia androgenética. A continuação do tratamento com minoxidil e finasterida após o transplante capilar pode ajudar a minimizar a perda adicional de cabelos terminais preexistentes. 

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Referências bibliográficas:

https://www.uptodate.com/contents/androgenetic-alopecia-in-men-and-women-beyond-the-basics/print

Rivitti, Evandro A.Alopecia areata: revisão e atualização. Anais Brasileiros de Dermatologia [online]. 2005, v. 80, n. 1. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0365-05962005000100009

Imagens:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alopecia_areata_1.jpg

https://www.maralhairklinik.com/wp-content/uploads/2019/09/1-hair-growth-cycle.jpg (licença Creative Commons) 

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