Quer aprender mais sobre a ascaridíase, o que é, causas, sintomas e tratamento? Então leia esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você, futuro residente!
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Dicas do Estratégia MED para provas
Caso precise focar nos tópicos principais sobre ascaridíase, se atente aos seguintes temas:
- Ciclo de vida do parasita e de transmissão da doença
- Quadro clínico
- Tratamento
Definição da doença
A ascaridíase é a infecção do trato gastrointestinal pelo nematódeo Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga. É uma das parasitoses mais comuns, em especial em locais com saneamento básico inadequado.
Epidemiologia e fisiopatologia da ascaridíase
Em todo o mundo, o Ascaris lumbricoides pode ser encontrado, sendo que mais de 1 bilhão de pessoas estão infectadas. A doença é mais comum em crianças e adolescentes e a prevalência reduz ao longo da vida.
O verme adulto vive na luz do intestino delgado e as fêmeas colocam seus ovos, que são eliminados pelas fezes. Após a ingestão de água ou alimentos contaminados, os ovos eclodem liberando larvas que invadem a mucosa intestinal.
Após essa etapa, as larvas atingem a circulação sanguínea e, ao chegar nos pulmões, penetram os alvéolos, sobem para os brônquios até a faringe e são engolidas. Quando chegam no intestino delgado, as larvas se desenvolvem em vermes adultos, reiniciando o ciclo.
As larvas provocam dano tecidual tanto de maneira direta, quanto pela resposta imunológica do hospedeiro. Ao passarem pelos alvéolos pulmonares, podem ocorrer áreas de hemorragia, infiltrado inflamatório e edema.
Já os vermes adultos não invadem os tecidos e as alterações por eles causadas são decorrentes da sua presença mecânica, da liberação de antígenos e de sua capacidade de migração.
Manifestações clínicas da ascaridíase
Geralmente, a fase da invasão larvária é assintomática, exceto na presença de grande número de parasitas, quando pode haver hepatomegalia, durante o trânsito na circulação portal.
Durante a passagem pulmonar, pode haver um quadro respiratório chamado de síndrome de Loeffler, que abrange tosse, dispneia, sibilância e dor retroesternal. Hospedeiros mais sensíveis podem manifestar asma e urticária.
Já durante a etapa de desenvolvimento das larvas e a presença dos vermes adultos no intestino delgado, pode haver perda de apetite, dor abdominal, cólicas, náuseas, vômitos e diarreia.
Em alguns casos mais graves, pode ocorrer redução da absorção de proteínas, lactose e vitaminas, o que, a longo prazo pode levar à desnutrição e suas consequências, como déficit cognitivo em crianças.
Quando há um grande número de parasitas adultos, pode haver oclusão ou suboclusão do intestino, devido à compactação dos vermes. É possível que ocorra intussuscepção intestinal e volvos.
Diagnóstico da ascaridíase
O diagnóstico da parasitose é feito com o achado de ovos em fezes. Como os ovos são eliminados em grande quantidade, podem ser encontrados facilmente por qualquer técnica, entretanto as de sedimentação, como a de Lutz, são mais adequadas, devido ao seu peso.
Tratamento da ascaridíase
O tratamento com drogas que atuam nos processos metabólicos do parasita podem levar a complicações decorrentes da movimentação dos vermes no tubo digestório. Assim, albendazol e mebendazol não devem ser drogas de primeira escolha, conforme Veronesi et al. Entretanto, essa é uma discussão na literatura, visto que outros autores afirmam que essa medicação deveria ser utilizada como primeira linha.
O fármaco de eleição para tratamento é o levamisol 80 mg em dose única para crianças ou 150 mg para adultos, também em uma única tomada. Em caso de oclusão ou suboclusão intestinal, dá-se preferência para piperazina 50 mg/kg de peso com dose máxima de 3g, que deve ser administrada simultaneamente com 50 ml de óleo mineral.
Após o tratamento, é necessário realizar o controle de cura, com três exames parasitológicos de fezes, sendo o primeiro no 7º dia após a administração do medicamento, o segundo, no 14º e o terceiro no 21º.
Prevenção
A principal forma de prevenção da ascaridíase é atuar na interrupção do ciclo de vida do parasita, com melhoria do saneamento básico, lavagem adequada de alimentos, filtragem de água para consumo e tratamento dos indivíduos infectados.
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Seleção de artigos EMED:
Referências bibliográficas:
- Veronesi : tratado de infectologia / editor científico Roberto Focaccia. — 5. ed. rev. e atual. — São Paulo : Editora Atheneu, 2015.
- Ascaridíase – MSD Manuals