Resumo de Desejo Sexual Hipoativo: causas, tratamento e mais!
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Resumo de Desejo Sexual Hipoativo: causas, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O desejo sexual hipoativo representa uma das principais disfunções sexuais femininas, com repercussões que ultrapassam a esfera íntima e atingem a qualidade de vida e os relacionamentos. Trata-se de uma condição multifatorial, influenciada por aspectos biológicos, psicológicos, relacionais e socioculturais, que exige uma abordagem diagnóstica cuidadosa e terapêutica individualizada. 

Estima-se que a prevalência varie entre 8% e 19% das mulheres, dependendo da população estudada.

Conceito 

O desejo sexual hipoativo corresponde à redução persistente ou ausência de interesse sexual, acompanhada de sofrimento pessoal ou impacto negativo na vida relacional. Para o diagnóstico, é necessário que essa diminuição ocorra por um período mínimo de seis meses e envolva aspectos como falta de pensamentos eróticos, ausência de iniciativa ou baixa resposta a estímulos sexuais.

Atualmente, o DSM-5 engloba o desejo sexual hipoativo dentro do Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminino, enquanto a CID-11 descreve a condição como dificuldade em manter interesse após o início da atividade sexual ou ausência de desejo espontâneo, ou responsivo, sempre associada a sofrimento clínico relevante.

Etiologia e fatores de risco  

Aspectos biológicos

As alterações hormonais estão entre os principais fatores relacionados ao desejo sexual hipoativo. A redução de estrogênio e androgênios, especialmente após a menopausa, pode comprometer a lubrificação vaginal, a sensibilidade genital e a resposta erótica. Doenças crônicas como diabetes, hipertensão e cardiopatias também interferem na função sexual. Além disso, diversos fármacos — como antidepressivos, anticoncepcionais hormonais, anti-hipertensivos e agentes com efeito antiandrogênico — podem reduzir significativamente o desejo.

Aspectos psicológicos

Transtornos de humor, como depressão e ansiedade, são causas frequentes de redução do interesse sexual. Experiências prévias de trauma ou abuso, dificuldades de autoestima, percepção negativa da imagem corporal e crenças distorcidas sobre sexualidade também atuam como barreiras importantes para a vivência erótica.

Aspectos relacionais

O contexto conjugal tem influência direta na expressão do desejo. Conflitos de relacionamento, falta de comunicação, discrepância de interesse entre os parceiros e a presença de disfunções sexuais no(a) parceiro(a) podem comprometer a intimidade e agravar o quadro.

Aspectos socioculturais

Os fatores culturais e sociais exercem impacto significativo na forma como a sexualidade é vivida. Normas religiosas rígidas, tabus sociais, repressão da sexualidade feminina e pressões externas relacionadas ao desempenho podem inibir a expressão do desejo sexual, contribuindo para a persistência dos sintomas.

Epidemiologia 

O desejo sexual hipoativo é uma das disfunções sexuais mais relatadas entre mulheres. Estudos populacionais indicam que a prevalência varia entre 8% e 19%, dependendo da faixa etária e do método de avaliação utilizado. A frequência tende a aumentar em fases de maior vulnerabilidade hormonal, como no climatério e pós-menopausa, mas também pode estar presente em mulheres jovens.

Além disso, pesquisas mostram que aproximadamente 10% das mulheres entre 18 e 44 anos relatam dificuldades de desejo associadas a sofrimento, percentual que pode chegar a 15% na faixa dos 45 a 64 anos, com discreta redução após os 65 anos. É importante ressaltar que a ocorrência de sintomas sem impacto negativo não caracteriza o transtorno, reforçando a necessidade de avaliação clínica individualizada.

Avaliação clínica

Redução persistente do desejo

A característica central do desejo sexual hipoativo é a diminuição contínua ou ausência de interesse em atividade sexual, seja em pensamentos, fantasias ou iniciativa com o(a) parceiro(a). Essa redução deve ser distinguida de variações normais da resposta erótica, principalmente quando não há sofrimento associado.

Baixa responsividade a estímulos

Muitas pacientes relatam falta de excitação diante de estímulos eróticos, sejam eles visuais, táteis ou relacionados à interação com o(a) parceiro(a). Essa dificuldade compromete tanto o início quanto a manutenção da resposta sexual.

Impacto na intimidade

O transtorno costuma estar associado a dificuldades no relacionamento, incluindo afastamento afetivo, menor frequência de relações sexuais e até surgimento de conflitos conjugais. Em alguns casos, a paciente pode evitar situações de intimidade para não gerar expectativas de atividade sexual.

Sofrimento subjetivo

Para o diagnóstico, é necessário que os sintomas estejam acompanhados de sofrimento pessoal significativo ou prejuízo nas relações interpessoais. Sem essa condição, não se caracteriza disfunção sexual, mas apenas uma variação da expressão individual do desejo.

Diagnóstico 

Anamnese detalhada

A avaliação deve iniciar com uma história clínica, psicossocial e sexual completa, abordando início, duração e contexto dos sintomas. É importante investigar fatores médicos, uso de medicamentos, estado emocional e qualidade do relacionamento, sempre em ambiente de confiança.

Critérios diagnósticos

Segundo as classificações atuais, o diagnóstico exige persistência dos sintomas por pelo menos seis meses, acompanhada de sofrimento clínico relevante. Os sinais incluem ausência ou redução de pensamentos eróticos, iniciativa sexual, resposta a estímulos e prazer durante a relação.

Exame físico direcionado

Embora muitas vezes o diagnóstico seja clínico, deve-se realizar um exame físico ginecológico e geral quando houver suspeita de condições associadas, como atrofia genital, distúrbios endócrinos ou doenças crônicas.

Exclusão de causas secundárias

É necessário diferenciar o transtorno de situações em que a perda do desejo seja consequência de doenças médicas, transtornos psiquiátricos, efeitos adversos de medicamentos ou conflitos relacionais.

Instrumentos de avaliação

Questionários padronizados podem auxiliar na mensuração do quadro, como o Female Sexual Function Index (FSFI) e a Female Sexual Distress Scale (FSDS), que permitem quantificar a intensidade da disfunção e do impacto emocional.

Tratamento

Intervenções psicoterápicas

As abordagens psicológicas são a base do manejo. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), individual ou em grupo, tem mostrado eficácia ao modificar crenças disfuncionais e favorecer a reconexão com a sexualidade. Técnicas como foco sensorial, treinamento em habilidades sexuais e mindfulness auxiliam na redução da ansiedade e no aumento da percepção corporal. A terapia de casal também pode ser indicada, especialmente quando há conflitos ou discrepância de desejo entre os parceiros.

Tratamento farmacológico

Algumas opções medicamentosas estão disponíveis, sobretudo para mulheres premenopáusicas. A flibanserina, modulador serotoninérgico de uso diário, e a bremelanotida, agonista melanocortínico de aplicação sob demanda, são aprovadas em alguns países para o tratamento do desejo sexual hipoativo. Em mulheres pós-menopausa, pode ser considerado o uso de testosterona transdérmica a curto prazo, após adequada avaliação de riscos. Além disso, a bupropiona, um antidepressivo com ação dopaminérgica e noradrenérgica, tem demonstrado benefício em pacientes selecionadas.

Abordagens combinadas

A integração de psicoterapia e farmacoterapia tende a oferecer melhores resultados, uma vez que aborda tanto os aspectos emocionais e relacionais quanto os mecanismos neurobiológicos envolvidos no transtorno. Essa combinação é especialmente útil em casos persistentes ou quando há múltiplos fatores associados.

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Referências Bibliográficas 

  1. LERNNER, Théo et al. Cognitive-behavioral group therapy for women with hypoactive sexual desire: A pilot randomized study. Clinics, v. 77, p. 100054, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.clinsp.2022.100054.
  1. WARREN, Michael S. et al. Female Sexual Dysfunction. DynaMed, Ipswich: EBSCO Information Services, 2025. Disponível em: https://www.dynamed.com/condition/female-sexual-dysfunction. Acesso em: 25 set. 2025.
  1. NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH. Advances in the Treatment of Female Sexual Dysfunction. NIHMS, 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC/. Acesso em: 25 set. 2025.
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