Confira os principais aspectos referentes à hipoglicemia, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à hipoglicemia.
- Definição da hipoglicemia, quais parâmetros devo observar;
- Epidemiologia e fisiopatologia, qual a população mais acometida;
- Manifestações clínicas, os principais sinais e sintomas;
- Diagnóstico, como bater o martelo; e
- Tratamento.
Definição da doença
A definição de hipoglicemia é dada pela chamada tríade de Whipple, que consiste na glicemia abaixo de 45 mg/dL, sintomas adrenérgicos ou neuroglicopênicos e resolução dos sintomas com a correção da hipoglicemia. Apesar de academicamente a definição ser essa, alguns pacientes não apresentam a tríade completa, como diabéticos de longa data e usuários de beta-bloqueadores. Não é comum de ocorrer hipoglicemia em indivíduos hígidos, normalmente é evidenciado em portadores de diabetes mellitus (DM). Além disso apesar do corte ser 45 normalmente com valores acima deste o paciente já apresenta sintomas e deve ser tratado.
Etiologia e fisiopatologia da hipoglicemia
Para manter a glicemia estável, o corpo humano em jejum utiliza-se da glicogenólise. Uma miríade de hormônios atua na regulação da glicemia do corpo humano, para baixar os níveis séricos o principal hormônio é a insulina, já para a contrarregulação existem o GH, a epinefrina, o cortisol e o glucagon, o mecanismo que evita a hipoglicemia funciona segundo essa hierarquia:
1º Diminuição na secreção de insulina;
2º Aumento da secreção de glucagon; e
3º Aumento da secreção de adrenalina.
Podemos categorizar em 2 as hipoglicemias:
- Em indivíduos aparentemente normais: pode ser acidental ou factícia, ou ainda por abuso de hipoglicemiantes orais, neste último faz-se mandatória a investigação clínica deste uso. Também pode ser ocasionada por um insulinoma, é mais raro mas pode ocorrer por auto-imunidade. Medicações que podem causar hipoglicemia: Acetazolamida, Acetohexamida, AAS, Cloroquina, Clorpromazina , Clorpropamida, Cimetidina, Difenidramina, Doxepina, Glimepirida, Glipizida, Haloperidol, Imipramina, Lidocaína , Lítio, Metoprolol, Oxitetraciclina, Paracetamol, Pentamidina, Pindolol, Propoxifeno, Propranolol, Quinina, Ranitidina, Sulfadiazina, Sulfametoxazol, Sulfametoxazol Trimetoprim, Terbutalina, Tolazamida e Tolbutamida.
- Em indivíduos aparentemente doentes: Os quadros sépticos são a principal etiologia, ocorre pelo aumento do consumo devido a citocinas inflamatórias, pode ocorrer em pacientes diabéticos insulino dependentes com doença renal crônica, ou ainda de maneira menos frequente em pacientes com desnutrição grave.
Em paciente convivendo com DM as principais causas de hipoglicemia são:
- Doses altas de insulina;
- Perda ou atraso de refeições;
- Má regulação de carboidratos com exercícios físicos;
- Álcool;
- Insuficiência renal; e
- Perda da contrarregulação
Manifestações clínicas da hipoglicemia
Os achados clínicos têm origem na tentativa do corpo compensar a hipoglicemia que está sofrendo podendo ser adrenérgicas ou neuroglicopênicas.
Lista de manifestações:
Adrenérgicas:
- Palpitações;
- Taquicardia;
- Ansiedade;
- Tremores;
- Sudorese;
- Fome; e
- Parestesias.
Neuroglicopênicas:
- Cefaleia
- Sonolência;
- Tonturas;
- Ataxia;
- Astenia;
- Lentificação;
- Dificuldade de concentração;
- Déficits focais;
- Convulsão; e
- Coma.
Diagnóstico da hipoglicemia
O diagnóstico é dado pela glicemia sérica, que pode ser estimada pela glicemia capilar. Normalmente o paciente começa a apresentar sintomas com níveis abaixo de 60 mg/dL, deve-se também fazer uma investigação mais ampla, com eletrólitos, função renal por exemplo, se o indivíduo é previamente hígido pode-se expandir a investigação com função hepática, cortisol, peptídeo C e insulina.
Lembrando que sempre em caso de rebaixamento do nível de consciência uma glicemia capilar deve ser sempre coletada no contexto da sala de emergência. Quando um paciente é levado para sala do trauma também é mandatório tal exame.
Tratamento da hipoglicemia
No caso de paciente com sintomas deve-se infundir de 15 a 20 g de glicose, quando há falha na obtenção do acesso venoso, pode-se fazer glucagon intramuscular na dose de 1 a 2 mg, lembrando que não se deve repetir a dose pois há a depleção das reservas hepáticas de glicogênio após a aplicação. No caso de pacientes desnutridos, hepatopatas ou etilistas deve-se infundir tiamina (vitamina b12), para a prevenção da encefalopatia de Wernicke-Korsakoff.
Prevenção
A prevenção é feita principalmente orientando o paciente com DM a um bom controle glicêmico e de comorbidades, com dieta adequada e exercícios físico o paciente pode evitar a hipoglicemia, no caso de pacientes hígidos é indicado uma alimentação balanceada sem jejuns prolongados.
Cai na prova
MS – UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL – UFMS (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MARIA APARECIDA PEDROSSIAM – HUMAP) 2010
São critérios da “Tríade de Whipple”:
A)Sintomas de hipoglicemia, hipoglicemia laboratorial e recuperação dos sintomas com correção da hipoglicemia.
B)Hipoglicemia documentada durante o jejum, aumento da insulina sérica e peptídeo C. Hipoglicemia, tumor pancreático e diarreia.
C)Hipoglicemia laboratorial com ou sem sintomas, recuperação dos sintomas com correção da hipoglicemia e aumento do nível sérico de insulina.
D)Hipoglicemia, tumor pancreático e aumento do peptídeo.
Gabarito: A.
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Referências bibliográficas:
- 14. ed. Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco … [et al.]. – 14. ed., rev., atual. e ampl. Barueri [SP] : Manole, 2020, Inclui bibliografia e índice ISBN 9788520462553
- https://www.uptodate.com/contents/hypoglycemia-in-adults-without-diabetes-mellitus-clinical-manifestations-diagnosis-and-causes?search=Hipoglicemia&source=search_result&selectedTitle=5~150&usage_type=default&display_rank=4
Autor(es), orientador(es), revisor(es)
- Autores: Rafael Franco Ignácio, Graduando de medicina
