Resumo de impetigo: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de impetigo: diagnóstico, tratamento e mais!

O impetigo é uma doença infecciosa bacteriana da pele comum em crianças e adultos, sendo esta condição é frequente nos consultórios da atenção básica. Confira os principais aspectos referentes à impetigo, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à impetigo.

  • É a doença infecciosa da pele mais comum, principalmente em crianças.
  • Causado principalmente por Staphylo e Streptococcus.
  • Classificado em crostoso ou bolhoso, de acordo com as características clínicas. 
  • Limpeza e retirada das crostas fazem parte do tratamento.
  • Antibióticos tópicos, como mupirocina, retapamulina ou gentamicina, são usados. 
  • Antibioticoterapia sistêmica quando há mais de um local anatômico acometido ou sinais de infecção sistêmica. 

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Definição da doença

O impetigo é uma infecção cutânea contagiosa, causado historicamente por estreptococos β-hemolíticos do grupo A ou Staphylococcus aureus, observado especialmente em crianças. 

O impetigo primário ocorre quando há invasão bacteriana direta da pele previamente normal. Já o impetigo secundário é a infecção em locais onde ocorrem pequenos traumas na pele, como no eczema, picadas de insetos e pequenos traumas cortocontusos. 

Além disso, é classificada de acordo com a apresentação clínica em impetigo não bolhoso ou crostoso e o impetigo bolhoso. 

#Ponto importante: Muitas vezes a pioderma e o impetigo contagioso são algumas vezes usados ​​como sinônimos de impetigo primário. 

Epidemiologia e fisiopatologia de impetigo

É a doença infecciosa de pele mais comum. A faixa etária mais acometida é em crianças entre 2 e 5 anos de idade, mas acomete adultos e adolescentes com alta frequência também.  

Impetigo crostoso 

Representa cerca de 70% dos casos de impetigo. O S. aureus, sozinho ou em combinação com o estreptococo beta-hemolítico do grupo A, é responsável pela quase totalidade dos casos. A forma mais comum é a secundária, principalmente em crianças com dermatose prévia, como dermatite atópica. Higiene inadequada e desnutrição para favorecer o desenvolvimento da doença. 

Impetigo bolhoso  

Responsável por cerca de 30% dos casos, é o mais comum entre as crianças menores de 5 anos. Causado exclusivamente pelo S. aureus, pois a repercussão clínica é derivada da produção de uma toxina epidermolítica por essa bactéria, sendo considerado por alguns autores uma forma localizada de síndrome da pele escaldada. 

Manifestações clínicas de impetigo

Impetigo crostoso 

A lesão segue uma evolução clínica. Inicia-se com vesículas, bolhas ou pústulas sobre uma base eritematosa,que se rompem rapidamente formando áreas erosadas com as típicas crostas de coloração amarelada, conhecida como crosta “melicérica”. 

A localização típica envolve a face, principalmente ao redor da boca e nariz. Braços, pernas e nádegas também podem ser envolvidos. As lesões do impetigo duram dias ou semanas. Pode haver linfadenomegalia regional e febre associada. Quando não tratadas podem envolver a derme o que constitui o ectima, lesões com ulceração extensa e crosta hemorrágica. 

Crédito: Wikipedia

Impetigo Bolhoso 

Inicia-se com vesículas, que se transformam em bolhas de conteúdo claro inicialmente, mas que se tornam turvas, sem eritema ao redor. As bolhas de conteúdo seroso ou sero-purulento rompem facilmente, permanecendo uma erosão rasa rodeada por restos da bolha (colarete), e a confluência de bolhas leva à formação de figuras policíclicas. 

A face é o local mais afetado, mas tronco, mãos, áreas intertriginosas, tornozelo ou dorso dos pés, coxas e nádegas podem ser afetados.  Quando não tratada tem tendência à disseminação. 

Diferente do impetigo crostoso, a linfadenomegalia regional não é comum e está mais associada à presença de infecção por Streptococcus pyogenes. Este subtipo pode ocorrer no período neonatal após a 2ª semana de vida, geralmente como consequência da ruptura prematura de membranas. 

#Ponto importante: Em até 5% dos casos podem desenvolver glomerulonefrite pós-estreptocócica (GNPE). 

Impetigo bolhoso após rompimento. Crédito: Commons.Wikimedia

Diagnóstico de impetigo

O diagnóstico é clínico, baseado nas epidemiologia favorável e ectoscopia adequada das lesões, sendo o tratamento indicado sem necessidade de exames adicionais. 

Tratamento de impetigo

Como vimos, são doenças com duas apresentações clínicas distintas, porém, possuem tratamento similar. O essencial é a realização de limpeza com remoção das crostas e restos das bolhas para evitar que a doença se espalhe, duas a três vezes ao dia. Pode ser feito com água e sabão, água Dalibour, permanganato de potássio ou água boricada a 2%.

O uso de antibióticos tópicos pode ser eficaz quando existe um pequeno número de lesões, ou quando apenas uma região topográfica está acometida. A mupirocina, retapamulina ou gentamicina são antibióticos eficientes contra Staphylococcus e Streptococcus. A neomicina, creme muito utilizado em associação com a bacitracina, o famoso Nebacetin, apresenta menor eficácia, além de maior risco de reações alérgicas. 

Em casos disseminados, com sinais de infecção sistêmica, como febre e linfadenomegalia, além de pacientes com duas ou mais regiões acometidas, se faz necessário introduzir antibioticoterapia sistêmica. A cefalexina ou amoxicilina associadas ao ácido clavulânico são os antibióticos mais indicados. Os macrolídeos, como azitromicina, claritromicina e eritromicina, são opções ao tratamento na impossibilidade dos esquemas acima. 

Prevenção

Higiene pessoal, em especial lavagem de mãos, melhor medida para se evitar transmissão. Há uma recomendação de que a criança seja afastada por pelo menos 24 horas das atividades após início do tratamento adequado.  

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Referências bibliográficas:

  • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Dermatologia na Atenção Básica. 1ª edição. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
  • Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Tratado de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole, 2017. 
  • Crédito capa: Pixabay
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