Resumo de intestino grosso (cólon): diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de intestino grosso (cólon): diagnóstico, tratamento e mais!

O intestino grosso é um órgão tubular oco que faz parte do trato gastrointestinal humano e apresenta importante função de processar e absorver água do material alimentar indigerível (quimo) depois que a maioria dos nutrientes é absorvida no intestino delgado.  

Anatomia do intestino grosso

O intestino grosso tem aproximadamente 1,5 m de comprimento, perfazendo um quinto do comprimento do trato gastrointestinal (GI). A presença de projeções pequenas e adiposas (apêndices omentais), faixas longitudinais distintas (tênia mesocólica, tênia omental e tênia livre) e saculações, são características do cólon que a diferenciam do intestino delgado. 

De forma geral, o intestino grosso possui os seguintes segmentos: 

  • Ceco e apêndice vermiforme: localizado na fossa ilíaca direita, é a parte inicial do intestino grosso e é contínuo com o colo ascendente. O apêndice é um órgão cilíndrico fino com uma ligação cega ao ceco. 
  • Colo ascendente: segue a margem direita da cavidade abdominal, do ceco até o lobo hepático direito. Além disso, ele possui um sulco paracólico direito em sua face lateral.
  • Colo transverso: O colo transverso é a parte mais longa e móvel, atravessa o abdome da flexura direita até a flexura esquerda. 
  • Colo descendente: O colo descendente se encontra entre a flexura esquerda do colo e a fossa ilíaca esquerda. Além disso, ele possui um sulco paracólico (esquerdo) em sua face lateral.
  • Colo sigmóide: O colo sigmoide possui sua alça em formato de S, ele é responsável por unir o colo descendente ao reto. 
  • Reto: O reto ocupa a concavidade da curvatura sacrococcígea, sendo a parte terminal fixa do intestino grosso, considerada uma parte basicamente retroperitoneal e subperitoneal.  
Imagem do cólon inserido nos quadrantes do abdome. Crédito: Wikipedia

Suprimento sanguíneo e linfático

O suprimento arterial do intestino grosso é derivado a artéria mesentérica superior (AMS) e da artéria mesentérica inferior (AMI). A comunicação entre esses dois vasos ocorre através da artéria marginal, que corre paralela ao comprimento de todo o cólon. 

O ceco é inervado pela artéria ileocólica, ramo terminal da AMS, que dá origem a artéria apendicular para suprir o apêndice. O cólon ascendente e transverso são irrigados pelas artérias ileocólica e cólica direita, ramos da mesentérica superior, enquanto os cólons descendente e sigmóide recebem seu suprimento sanguíneo das artérias cólica esquerda e sigmóide, que são ramos da AMI. Existem arcadas anastomóticas entre as artérias cólicas direita e esquerda, que formam coletivamente a artéria marginal.

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#Ponto importante: A transição do suprimento sanguíneo na flexura cólica esquerda da AMS para a AMI indica a transição embriológica do intestino médio para o intestino posterior que ocorre neste ponto, respectivamente.

O reto e canal anal são supridos pela mesentérica inferior e ramos das artérias ilíacas internas, as artérias retais média e inferior. Além disso, a artéria retal inferior é um ramo da artéria pudenda interna. 

A drenagem venosa geralmente acompanha o suprimento colônico arterial até alcançar a veia mesentérica inferior, que drena para a veia esplênica. Esta se une à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática. Os vasos linfáticos do intestino grosso drenam para os gânglios linfáticos associados aos vasos principais que os irrigam.

Crédito: Kahai P, Mandiga P, Wehrle CJ, et al. 2022. 

Histologia do intestino grosso

Histologicamente o tubo digestório como um todo é formado por 4 túnicas principais: mucosa, submucosa, muscular externa e uma camada adventícia ou serosa. 

A mucosa do cólon é formada por epitélio colunar simples, formado por enterócitos e muitas células caliciformes produtoras de muco, exceto no reto, onde é do tipo escamoso estratificado. Diferente do intestino delgado, as vilosidades no cólon são poucas.

A absorção de água é passiva, seguindo o transporte ativo de sódio pela superfície basal das células epiteliais. A lâmina própria se estende até a mucosa e é rica em células linfóides, devido a população bacteriana abundante no intestino grosso. 

A camada muscular é composta por 2 camadas de músculo liso, a camada circular interna e a camada longitudinal externa. Se diferencia do intestino delgado porque as fibras da camada longitudinal externa se unem para formar três bandas longitudinais espessas, denominadas tênias do colo. A contração das tênias do colo e da camada de músculo liso circular interna produz saculações periódicas denominadas haustrações

A camada mais externa ao lúmen é formada pela serosa, caracterizada pela presença de apêndices epiplóicos que são protuberâncias de tecido adiposo nesta região.  

Camadas da parede colônica. Crédito:  https://mol.icb.usp.br/index.php/16-21-tubo-digestivo/

Funções do intestino grosso

O intestino grosso tem 3 funções principais: absorção de água e eletrólitos, produção e absorção de vitaminas e formação e motilidade para propulsão das fezes em direção ao reto para eliminação. 

As camadas musculares da parede do intestino grosso fornecem dois tipos de motilidade presentes no cólon, a contração haustral e movimento de massa. A contração haustral é ativada pela presença do quimo e serve para mover o alimento lentamente para a próxima haustra juntamente com a mistura do quimo para ajudar na absorção de água. Os movimentos de massa são mais fortes e servem para mover o quimo para o reto rapidamente. 

A absorção de água através da mucosa intestinal ocorre de maneira passiva, resposta a um gradiente osmótico estabelecido pela absorção de eletrólitos. A partir do transporte ativo de sódio (Na++) no cólon pelos canais de sódio, cria-se um gradiente eletroquímico que absorve ou secreta potássio (K+). Por fim, os íons cloreto são trocados por íons bicarbonato também através de um gradiente eletroquímico. 

#Ponto importante: Mecanismos diarreicos do cólon (diarreias baixas) geralmente são aquosas e cursam com desidratação, devido a perda dos mecanismos de reabsorção de água nesse segmento do TGI. 

A partir da flora bacteriana extensa presente no cólon, há um fornecimento de vitaminas importantes para o nosso corpo. Essas vitaminas, como vitaminas K e B, incluindo a biotina, são produzidas através da fermentação por bactérias colônicas. Essas vitaminas são então absorvidas pelo sangue. 

#Ponto importante: Quando a ingestão dietética dessas vitaminas é baixa em um indivíduo, o cólon desempenha um papel significativo na minimização da disparidade de vitaminas. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

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