Quer saber mais sobre o mieloma múltiplo, como definição, causas, diagnóstico e tratamento? Veja esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você!
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Dicas do Estratégia MED para provas
Caso queira se dedicar aos principais tópicos sobre o mieloma múltiplo, foque nos seguintes pontos:
- Quadro clínico da doença
- Diagnóstico
- Tratamento do mieloma múltiplo
Definição
O mieloma múltiplo é uma gamopatia monoclonal maligna, isto é, trata-se de uma neoplasia que acomete os plasmócitos e que leva à hiperprodução de imunoglobulina monoclonal – denominada proteína M – que causa invasão e destruição do tecido ósseo.
A proteína M pode variar entre os diversos tipos de imunoglobulinas, porém as mais frequentes são a IgG, correspondente a 55% dos casos, e a IgA, associada a 20%.
Epidemiologia e fisiopatologia do mieloma múltiplo
O mieloma múltiplo é a segunda neoplasia hematológica mais frequente e sua incidência é de aproximadamente 4 pessoas para cada 100 mil habitantes. É uma doença um pouco mais comum em homens do que em mulheres e a incidência aumenta conforme a idade avança.
A fisiopatologia do mieloma múltiplo é complexa e envolve, inicialmente, alterações genéticas e citogenéticas diversas, que levam a uma variabilidade no prognóstico da doença.
Ocorrem também alterações no microambiente da medula óssea que levam ao crescimento tumoral, provavelmente estimulado pela IL-6, além de falência do sistema imune em controlar a multiplicação desordenada dos plasmócitos.
Manifestações clínicas
A tríade de sintomas clássicos do mieloma múltiplo é a presença de anemia normocítica e normocrômica, fadiga e dores ósseas, sendo que estes últimos são os mais frequentes nos pacientes.
Outros sinais e sintomas relevantes são fraturas patológicas, hipercalcemia, hiperglobulinemia e proteinúria de Bence-Jones, isto é, presença de cadeias leves de imunoglobulinas monoclonais na urina.
Diagnóstico
O diagnóstico inicia-se com a anamnese e exame físicos compatíveis com o quadro clínico do mieloma múltiplo. Nos exames laboratoriais, cerca de 60% dos pacientes já apresentam anemia no diagnóstico.
Outro exame importante para o diagnóstico é a eletroforese de proteínas, cujo objetivo é encontrar a proteína M no soro ou na urina. Já o aspirado de medula óssea apresenta um aumento nos plasmócitos, que passam a responder por 10% ou mais das células nucleadas.
Na imagem, as radiografias apresentam lesões líticas em saca-bocado, osteoporose ou fraturas em cerca de ¾ dos pacientes e que acometem preferencialmente vértebras, crânio, arcos costais, pelve, úmero e fêmur.
A ressonância magnética tem papel importante para avaliação de pacientes com dores ósseas sem alterações na radiografia, além de possibilitar analisar a extensão da infiltração da medula óssea.
Os critérios para diagnóstico do mieloma múltiplo envolvem aspirado de medula óssea com presença de 10% ou mais de plasmócitos ou plasmocitoma, associado a proteína M no soro e/ou urina ou lesões ósseas líticas.
Como mnemônico, utiliza-se a palavra CRAB para pensarmos em mieloma múltiplo, sendo que o C corresponde a cálcio elevado, o R, a disfunção renal, o A, a anemia e o B, a lesões ósseas – bones.
Tratamento do mieloma múltiplo
O tratamento do mieloma múltiplo envolve quimioterapia, sendo que as medicações de primeira linha atualmente são talidomida, lenalidomida e bortezomibe associadas à corticoterapia, preferencialmente com dexametasona.
Existem também anticorpos monoclonais, como elotuzumabe e daratumumabe, muito utilizados nos casos de recidivas ou de mieloma refratário ao tratamento clássico.
Em pacientes estáveis, pode-se pensar em transplante de células-tronco hematopoéticas, no entanto, com o advento das novas drogas para o tratamento, cada vez mais essa alternativa tende a decrescer.
Por fim, é preciso tratar as complicações como anemia, hipercalcemia e lesões ósseas. Para anemia, a principal forma de abordagem é a aplicação de eritropoetina recombinante, porém a transfusão de concentrado de hemácias também é utilizada.
A hipercalcemia pode ser tratada com bifosfonatos, calcitonina e prednisona e controle dietético. As lesões esqueléticas também devem ser tratadas com bifosfonatos.
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- Tratado de Oncologia / editor Paulo Marcelo Gehm Hoff editores associados, Artur Katz.[et. al]…. — São Paulo : Editora Atheneu, 2013.