Resumo de nódulos benignos da mama: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de nódulos benignos da mama: diagnóstico, tratamento e mais!

Visão geral dos nódulos benignos da mama

Os nódulos benignos da mama são frequentemente diagnosticados no exame físico, exames radiológicos de rotina ou relacionados à dor ou descarga mamária. As nodulações benignas mais comuns da mama incluem cistos mamários, fibroadenoma, tumor filóides, lipoma, ectasia ductal e o hamartoma. 

Por mais que a maior causa de morte por neoplasias em mulheres seja o câncer de mama, a maioria das alterações clínicas da mama em mulheres é benigna. Apenas 5% das mulheres com alguma modulação mamária terão câncer. 

No entanto, por se tratarem de nódulos nas mamas, quando perceptível no exame físico, deve ser indicado exame de imagem para afastar possíveis malignidades, observar volume e progressão. 

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Nódulos benignos da mama mais comuns

Cistos mamários

O achado de cisto simples nos exames de rotina são motivo de preocupação para as mulheres. No entanto, trata-se de lesões não proliferativas benignas, cheias de líquido das unidades lobulares do ducto terminal, revestidas com uma única camada de epitélio. 

Incidem em cerca de 7 a 10% da população feminina, sendo mais comum entre 35-50 anos. Resultam de alterações hormonais e geralmente regridem na pós-menopausa, podendo ser únicos ou múltiplos, uni ou bilaterais. 

#Ponto importante: Não tem risco de malignização. 

A ultrassonografia é o método mais sensível para o diagnóstico dos cistos mamários, com precisão de até 100%, detectando lesões a partir de 2 mm. Cistos simples na USG são vistos como focos bem circunscritos, ovais a redondos, anecóicos ou hipoecóicos de tamanho variável. 

Crédito: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM, 2007.

Por outro lado, cistos complexos são definidos por tumorações com uma mistura de conteúdo sólido, visto como imagens ecogênica, e cística, vista como uma imagem anecóica. Além disso, percebe-se paredes e septos espessos, ausência de sombra acústica posterior com achados intra císticos. 

Enquanto em casos sintomáticos a conduta é conservadora, pacientes que apresentem dor e lesão palpável, pode-se realizar a punção aspirativa por agulha fina. 

#Ponto importante: Se durante o aspirado retornar um líquido hemático, deve-se encaminhar o material à citologia e a exérese da lesão é recomendada. 

Fibroadenoma

É a neoplasia benigna mais comum da mama, representando 25% dos casos de nódulos mamários, constituída por proliferação dos tecidos epitelial e estromal da mama. É mais prevalente em jovens entre 20 e 30 anos de idade.

Na maioria das vezes são assintomáticos e frequentemente descobertos como achados incidentais durante a mamografia de rastreamento ou se apresentam como um nódulo móvel, bem delimitado, oval ou lobulado. 

Possui crescimento lento e autolimitado até 2 a 3cm, com aparência típica na mamografia de uma massa bem circunscrita com ou sem calcificação em pipoca. Ao ultrassom, o nódulo apresenta-se com aspecto oval ou macrolobulado, margens circunscritas hipoecogênico ou isoecogênico. 

Crédito: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM, 2007.

Apenas lesões que fogem do aspectos clássico dos fibroadenomas ou lesões suspeitas para câncer de mama, com classificação BIRADS 4 ou 5, devem ser submetidas à biópsia por agulha grossa. A indicação cirúrgica é, em geral, para fibroadenomas palpáveis maiores que 2 cm ou paciente com idade maior que 35 anos. 

Papilomas

O papiloma intraductal é outro nódulo benigno, perfazendo 5% a 10% dos tumores benignos da mama. Podem ocorrer como massas solitárias localizadas centralmente ou como lesões múltiplas, geralmente localizadas perifericamente, conhecida como papilomatose ductal. No entanto, apresenta-se mais comumente como uma descarga papilar espontânea (serosa ou sanguinolenta) e menos comumente como massa palpável. 

Apresenta lesão de imagem típica de massa retroareolar circunscrita em um ducto dilatado. O diagnóstico é realizado por meio de biópsia por agulha grossa. Por apresentar risco de malignização e atipia, a recomendação é a de exérese cirúrgica da lesão.

Outros nódulos benignos da mama

Tumores filóides

São similares morfologicamente aos fibroadenomas e correspondem a menos de 1% dos tumores primários da mama. Em geral é único, unilateral, de crescimento rápido e volumoso, podendo gerar estase venosa na pele. Pode ocorrer linfadenopatia reacional devido a processo inflamatório do tumor. 

O diagnóstico é feito pela USG, que evidencia um tumor volumoso sólido, entremeado por áreas císticas em seu interior. Diferente dos fibroadenomas assintomáticos, os tumores filóides só podem ser classificados como benignos, malignos ou limítrofes com base na peça cirúrgica. Por este motivo, devem, se possível, ser excisados ​​com margens claras de 10 mm. 

Lipoma

É um tumor benigno de células adiposas, único, indolor, amolecido e compressível. Na ultrassonografia pode apresentar-se como nódulo oval, circunscrito, isoecogênico e com relação à gordura adjacente. Assim como ocorre na pele, seu volume pode aumentar causando desconforto estético à paciente, sendo nesses casos indicado a excisão cirúrgica da lesão, por mais que não seja obrigatório devido caráter benigno da lesão. 

Ectasia Ductal

Trata-se de uma massa palpável, dolorosa à palpação, causada pela dilatação dos ductos principais da região subareolar. É mais comum em mulheres em climatério ou menopausadas e não guarda relação com câncer de mama.

A excisão e análise histológica é indicado nos casos de descarga mamilar patológica e nas com lesões palpáveis, para descartar carcinoma. Nas ectasias puras podem ser conduzidas de forma conservadora. 

Hamartoma

Conhecido como fibroadenolipoma, é uma lesão pouco observada, tratando-se de um nódulo geralmente assintomático, pseudotumoral bem circunscrito, composto por lóbulos e ductos normais, separados por tecido adiposo e fibroso. 

Apresenta-se como nódulo de dimensões variadas (1 a 20 cm), amolecido e móvel, com margens bem definidas, mas, ao contrário do lipoma, não possui cápsula verdadeira. Apresenta aspecto mamográfico e ultrassonográfico bem típico, considerado BI-RADS 2 e de lesão bem circunscrita contendo gordura, com halo hipotransparente e densidade mista. 

Não há necessidade de acompanhamento específico ou remoção cirúrgica, com exceção dos casos de hamartomas de grandes volumes.

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Referências bibliográficas:

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