Quer aprender mais sobre pneumonia, como sintomas, diagnóstico e tratamento? Veja esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você!
Navegue pelo conteúdo
Dicas do Estratégia MED para provas
Caso precise focar nos principais assuntos sobre o tema, sugerimos os seguintes tópicos:
- Quadro clínico da pneumonia
- Diagnóstico
- Tratamento da pneumonia bacteriana
Definição de pneumonia
Pneumonia é a infecção do trato respiratório inferior, causada por agentes adquiridos na comunidade ou com surgimento até 48 horas após internação hospitalar, quando se denomina pneumonia adquirida na comunidade, ou aquela que ocorre após 48 horas contadas da internação, que é chamada de pneumonia adquirida no hospital.
A diferenciação entre os tipos de pneumonia é de extrema importância para a prática clínica, pois a causa da infecção tende a ser diferente entre ambas, o que leva a mudanças na abordagem terapêutica.
Etiologia da pneumonia
Na pneumonia adquirida na comunidade, diversos podem ser os agentes etiológicos, entretanto os mais comuns são o Streptococcus pneumoniae. Outras bactérias que podem causá-la são Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis, Pseudomonas aeruginosa.
Existem também bactérias atípicas, entre as quais, é possível citar Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae, além da Legionella sp.
Além disso, existem pneumonias fúngicas e virais, sendo que os principais agentes das fúngicas são o Pneumocystis jirovecii e o Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii.
Quanto aos vírus, podemos citar o Vírus Sincicial Respiratório e o Influenza. No entanto, esses patógenos são mais comuns em populações mais vulneráveis, como crianças e pessoas com algum imunocomprometimento.
Já a etiologia das pneumonias hospitalares depende da flora local daquela unidade de saúde, de maneira que é importante a direção clínica conhecê-la, com trabalho constante de controle de infecção hospitalar.
Nas pneumonias de início precoce, isto é, até o 4º dia de internação, os agentes etiológicos ainda são os mesmos que encontramos na forma adquirida na comunidade.
Entretanto, na pneumonia tardia, que ocorre do 5º dia em diante, o perfil é de bactérias resistentes, em especial bacilos Gram-negativos, como Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii.
Manifestações clínicas
O quadro clínico da pneumonia se manifesta com o surgimento agudo de febre, tosse, com expectoração ou não e dispneia. Pode haver dor no peito, com características de dor pleurítica, como piora durante a respiração, e sintomas inespecíficos, como fadiga e perda de apetite.
Em pacientes idosos, o quadro geralmente não se manifesta de forma característica, pois essas pessoas muitas vezes não têm febre e o reflexo de tosse é reduzido conforme a idade avança.
Dessa maneira, nessas pessoas, quaisquer alterações no nível de consciência, descompensação de doenças de base, entre outros, devem ser investigadas adequadamente.
Diagnóstico da pneumonia
Além da história clínica condizente com os sintomas de pneumonia, como febre e tosse de início súbito e dor torácica, no exame físico é possível observar taquipneia, uso de musculatura acessória para respirar, na percussão pulmonar, é possível ouvir macicez e na ausculta, estertores crepitantes.
Já a radiografia de tórax é de fundamental importância para complementar o exame físico, devendo sempre ser feita em incidência póstero-anterior e em perfil. Na pneumonia, os achados radiográficos são consolidação lobar e opacidade intersticial.
Em alguns pacientes, com maior risco de patógenos atípicos, é possível fazer a pesquisa do agente etiológico por cultura de escarro e hemocultura. Na suspeita de infecção viral, pode-se realizar RT-PCR para identificar o agente.
Tratamento da pneumonia
O tratamento é tão amplo quanto os agentes causais, de maneira que nesse artigo iremos abordar o combate aos patógenos mais recorrentes nas pneumonias adquiridas na comunidade e as pneumonias hospitalares.
Na pneumonia adquirida na comunidade, quando não há maiores sinais de gravidade e o tratamento será feito ambulatorialmente, faz-se o tratamento empírico, baseado no patógeno mais provável, conforme a epidemiologia já explicada anteriormente.
Assim, os macrolídeos, como azitromicina e claritromicina, a penicilina e derivados, como a amoxicilina, têm papel importante no combate ao Streptococcus pneumoniae, o agente causador mais comum. A escolha pode ser feita por um desses antibióticos isoladamente, quanto por associação, a depender do padrão de resistência das bactérias naquele local.
Em pacientes com comorbidades, como DPOC, insuficiência cardíaca ou renal, diabetes mellitus, entre outros, deve-se usar fluoroquinolonas respiratórias, como levofloxacino, ou beta-lactâmicos associados à macrolídeos. A mesma conduta deve ser feita para pacientes que necessitam de internação.
Já a pneumonia hospitalar deve ser tratada em consonância com a época que ela se estabeleceu, isto é, se é de início precoce ou tardio. Se de início precoce, pode-se utilizar as fluoroquinolonas, os beta-lactâmicos e cefalosporina de 3ª geração – como o ceftriaxone. Já nas pneumonias hospitalares de início tardio, deve-se associar dois antibióticos que cubram pseudomonas, conforme a tabela abaixo:
PRIMEIRO ANTIBIÓTICO | ASSOCIADO COM |
Cefalosporina antipseudomona (ceftazidima, cefepima) | Aminoglicosídeo (amicacina, gentamicina, tobramicina) |
OU | OU |
Carbapenêmico (imipenem, meropenem) | Quinolona antipseudomonas (ciprofloxacino, levofloxacino) |
OU | |
Betalactâmico/inibidor de betalactamase (piperacilina/ tazobactam) |
A duração do tratamento varia muito conforme o tratamento escolhido, a condição do paciente, o tipo da pneumonia, de maneira que cada caso deve ser analisado de forma detida pelo médico que acompanha o doente.
Prevenção
É importante pensar na prevenção da pneumonia. Com relação à pneumonia adquirida na comunidade, já existe vacina contra o pneumococo, sendo que para crianças até um ano, ela está no Programa Nacional de Imunização.
Já quanto a pneumonia hospitalar, o serviço deve sempre estar atento às boas práticas de controle de infecções, treinando adequadamente as equipes e providenciando material necessário para higienização e trocas de descartáveis, além de monitorar as infecções hospitalares que ocorrem no local.
Se você está se preparando para as provas de residência de todo o Brasil, o Estratégia MED é seu melhor aliado! Na plataforma você tem acesso a aulas, materiais atualizados e milhares de questões para estudar para os exames mais concorridos! Clique no banner abaixo para mais informações!
Veja também:
- Pneumologia: o que é, doenças, residência médica, salário e mais!
- Resumo de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica): fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e mais
- Pulmão: anatomia, função e muito mais
- Asma: o que é, tratamento e muito mais
- Resumo de derrame pleural: fisiopatologia, caso clínico, exames e mais
- Resumo de coqueluche: agentes etiológicos, transmissão, diagnóstico, tratamento e muito mais
- Resumo de bronquiolite: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais
- Resumo de doença pulmonar obstrutiva crônica: fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e mais
Referências bibliográficas:
- Pneumonia – MSD Manuals – Versão para profissionais
- Clínica Médica: volume 2: Doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, emergências e terapia intensiva – 2ª Edição – Barueri, SP, Manole, 2016.