Resumo de sudorese excessiva (hiperidrose): diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de sudorese excessiva (hiperidrose): diagnóstico, tratamento e mais!

Fala, estrategista! A sudorese excessiva é uma condição clínica que pode ser constrangedora para muitos pacientes e, às vezes, com consequências psicológicas e sociais significativas. Venha conferir as causas desta condição, além de como diagnosticar e possibilidades de tratamento.   

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à sudorese .

  • A hiperidrose primária é a causa mais comum de sudorese excessiva focal crônica. 
  • A hiperidrose é causada pela superestimulação dos receptores colinérgicos nas glândulas écrinas. 
  • Os pacientes têm sintomas focais mais frequentemente localizados nas palmas das mãos, plantas dos pés e axilas. 
  • A hiperidrose generalizada geralmente tem causa secundária, como uso de medicamentos e doenças sistêmicas. 
  • O tratamento inicial envolve antitranspirantes tópicos, como cloreto de alumínio 15% a 25%. Casos refratários podem precisar de simpatectomia.

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Definição da doença

A hiperidrose é um distúrbio em que o suor é produzido em quantidade maior que a fisiologicamente necessária para a termorregulação. É mais comumente uma condição idiopática crônica (primária), chamada de hipertricose focal primária, ou secundária a doenças sistêmicas e medicamentos. 

Epidemiologia e fisiopatologia da sudorese excessiva

Dados dos Estados Unidos demonstram que as estimativas de prevalência da hiperidrose variam de 1 a 5% da população, sendo mais comum em pacientes entre 20 e 60 anos de idade, não havendo distinção entre sexos.

As glândulas sudoríparas écrinas são as principais implicadas na hiperidrose, e sua principal função fisiológica é a termorregulação, com resfriamento resultante da evaporação do suor écrino. 

As glândulas sudoríparas écrinas recebem inervação simpática por meio de fibras colinérgicas que enviam impulsos como resposta fisiológica ao controle da temperatura corporal central durante períodos de estresse físico ou psicológico. Essas glândulas estão localizadas em maior quantidade nas palmas das mãos, plantas dos pés e, em menor grau, nas axilas. 

A hiperidrose é causada pela hiperatividade do sistema nervoso simpático, causando superestimulação dos receptores colinérgicos nas glândulas écrinas. Acredita-se que o mecanismo de feedback negativo para o hipotálamo pode ser prejudicado, fazendo com que o corpo sue mais do que o necessário para resfriá-lo. 

Além de possuir causa idiopática crônica, essa reação patológica pode ser desencadeada por estresse emocional, medicamentos que aumentam a liberação de acetilcolina como agonistas da dopamina, inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs), antipsicóticos e insulina, além de distúrbios sistêmicos, como neuropatia diabética, hipertireoidismo, doença de Parkinson, feocromocitoma e linfoma. 

#Ponto importante: etiologia da hiperidrose primária permanece desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos desempenham um papel na estimulação neural excessiva. 

Quadro clínico na sudorese excessiva

As áreas mais afetadas são onde há maior densidade de glândulas écrinas, como nas  palmas das mãos, plantas dos pés e axilas. A transpiração na face, no peito e nas costas geralmente ocorre devido a estímulos de calor, enquanto a transpiração nas palmas das mãos e plantas dos pés são mais comuns devido ao estresse emocional.

Os sintomas que se apresentam mais tarde na vida devem ser mais preocupantes para uma causa secundária, e uma investigação para descartar efeitos colaterais de medicamentos ou doenças sistêmicas é necessária. Em alguns pacientes, pode haver consequências psicológicas, sociais, educacionais e ocupacionais significativas. 

Avaliação da sudorese excessiva

O diagnóstico geralmente é feito a partir da avaliação clínica e, portanto, recomenda-se a inspeção visual dos locais comuns. Os critérios diagnósticos para hiperidrose focal primária incluem:

  1. Sudorese excessiva por 6 meses ou mais
  2. A transpiração envolve axilas, palmas das mãos, plantas dos pés e/ou face
  3. A transpiração é bilateral e simétrica
  4. Diminuição ou ausência de suor à noite
  5. Episódios de sudorese duram pelo menos 7 dias
  6. O indivíduo tem 25 anos de idade ou menos
  7. Há uma história familiar
  8. A transpiração prejudica as atividades da vida diária

A hiperidrose generalizada, que não é limitada às palmas das mãos, plantas dos pés ou axilas, e sintomas que se apresentam mais tarde na vida devem ser mais preocupantes e provavelmente têm etiologia secundária, sendo a avaliação semelhante à feita para suores noturnos. 

Nesses casos, o diagnóstico diferencial de hiperidrose inclui infecções, como tuberculose, HIV ou endocardite, etiologias maligna, como linfoma ou câncer não hematológicos, além de endocrinopatia, como a síndrome carcinóide, feocromocitoma ou hipertireoidismo. 

Pensando nesses diagnósticos diferenciais, deve ser considerado solicitar um hemograma completo, painel metabólico básico, sorologias virais, perfil tireoidiano, taxa de sedimentação, anticorpo antinuclear e radiografia de tórax. Se esses testes forem normais e suores intensos persistirem, então deve-se obter TC de tórax, abdômen e pelve para avaliar linfoma, tumor sólido ou abscesso. 

Outras condições podem causar sudorese excessiva como efeito colateral de alguma condição, como em infecções, abstinência de álcool ou outras substâncias e intoxicações colinérgicas. 

Tratamento da sudorese excessiva

Pacientes com hiperidrose axilar, palmar ou plantar devem ser inicialmente tratados com antitranspirantes tópicos, como cloreto de alumínio 15% a 25%. Outros tratamentos locais apresentam certo benefício, como o glicopirrónio tópico ou toxina botulínica para pacientes com hiperidrose axilar e a iontoforese para pacientes com hiperidrose palmar ou plantar.  

Pacientes com hiperidrose palmar refratários aos tratamentos iniciais são candidatos a medicamentos sistêmicos ou simpatectomia. Para sudorese axilar excessiva refratária, a simpatectomia torácica endoscópica é uma opção adicional. 

Das drogas sistêmicas disponíveis tem-se as drogas anticolinérgicas (ex., brometo de metantelínio), antidepressivos tricíclicos (ex., amitriptilina), betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio (ex., diltiazem).  

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Referências bibliográficas:

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