Resumo de tromboflebite superficial: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de tromboflebite superficial: diagnóstico, tratamento e mais!

Antes considerada uma condição benigna, a tromboflebite superficial, atualmente tem sido associada a risco elevado de trombose venosa profunda concomitante ou embolia pulmonar. Seu correto diagnóstico e manejo podem prevenir essas condições de maior gravidade. 

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à tromboflebite superficial. 

  • Comumente afeta as veias dos membros inferiores, principalmente a veia safena magna. 
  • Os sinais e sintomas incluem dor, uma área eritematosa, endurecida e quente sobre o trajeto de uma veia superficial, geralmente varicosa. 
  • A tromboflebite superficial aumenta de quatro a seis vezes o risco de TVP e EP ao longo da vida. 
  • A USG duplex avalia a localização e a extensão de trombose, além de descartar a presença de TVP. 
  • O tratamento sintomático sempre é indicado e a anticoagulação profilática ou terapêutica é recomendada baseada na estratificação de risco. 

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Definição da doença

A tromboflebite superficial (TS) é uma doença inflamatória associada à trombose venosa das veias superficiais, estando associada a diversas condições clínicas e cirúrgicas. Comumente afeta as veias dos membros inferiores, principalmente a veia safena magna, mas pode ocorrer em outros locais. 

A figura abaixo mostra as veias superficiais da porção anterior dos membros inferiores. Muitas dessas veias são tributárias da veia safena magna, que drena para a principal veia profunda do membro inferior, a veia femoral comum. 

Veias superficiais da extremidade inferior vista anteriormente. Crédito: Uptodate

Epidemiologia e fisiopatologia de tromboflebite 

A verdadeira incidência de tromboflebite superficial não é clara, mas um estudo de base comunitária observou que a incidência de TS era de 0,64%. No passado, a flebite e a trombose das veias superficiais dos membros inferiores eram diagnosticadas principalmente por motivos clínicos, mas com o uso mais frequente do ultrassom com doppler, a trombose venosa é mais facilmente identificada, inclusive em pessoas assintomáticas. 

Os principais fatores de risco incluem presença de: 

  • doença venosa crônica, como varizes, insuficiência venosa crônica; 
  • hipertensão venosa secundária
  • procedimentos venosos, como escleroterapia, ablação cirúrgica, punção venosa
  • imobilização prolongada, como ocorre em pós-operatório, trauma
  • gravideze obesidade;
  • infecção, terapia intravenosa ou abuso de drogas. 

#Ponto importante: a flebite e a trombose dos membros inferiores são mais prováveis ​​de ocorrer nas veias varicosas, sendo que as varizes são responsáveis ​​pela etiologia da trombose em até 90% dos casos. 

A fisiopatologia da TS é semelhante a da trombose venosa profunda (TVP), relacionada a Tríade de Virchow, com estado de hipercoagulabilidade, lesão endotelial e fluxo sanguíneo anormal (viscosidade sanguínea). Este estado favorece que os microtrombos presentes na parede dos vasos se propaguem e formam trombos macroscópicos. Há uma papel importante desempenhado pela agregação plaquetária mediada por trombina e tromboxano A2. 

Manifestações clínicas da tromboflebite superficial

O quadro clínico mais comum se apresenta com dor, uma área eritematosa, endurecida e quente sobre o trajeto de uma veia superficial, geralmente varicosa. Cerca de 60 a 80% dos casos, acomete a veia safena magna. Muitas vezes há um cordão palpável. 

Em pacientes obesos, a veia pode estar vários centímetros abaixo da pele e os pacientes podem se apresentar sem eritema ou cordão palpável. Quando há inchaço nos membros inferiores, geralmente está associado a TVP.  

A tromboflebite superficial aumenta de quatro a seis vezes o risco de TVP e EP ao longo da vida. Enquanto a mortalidade em três meses é de cerca de 5% em pacientes com TVP ou embolia pulmonar (EP), ela é inferior a 1% para aqueles com TS. 

Diagnóstico de tromboflebite superficial

Na presença de um cenário clínico sugestivo de tromboflebite, a maioria dos pacientes é indicado ultrassonografia duplex, para confirmação diagnóstica, avaliar a localização e a extensão de trombose, além de descartar a presença de TVP coexistente. 

Os achados do doppler incluem espessamento da parede venosa e edema perivenoso ou subcutâneo, além de redução do fluxo ao doppler. O trombo luminal pode ou não estar presente. 

Crédito: Sobreira ML, Yoshida WB, Lastória S., 2008. 

Tratamento da tromboflebite superficial

Para todos os pacientes com flebite, devem ser instituídos cuidados sintomáticos que consistem em elevação das extremidades, compressas quentes ou frias, meias de compressão e controle da dor, por mais que os benefícios dessas medidas sejam incertos na TS. 

Os pacientes devem ser submetidos a exame físico repetido dentro de 7 a 10 dias após o diagnóstico inicial para avaliar a resolução ou progressão. Qualquer piora dos sintomas clínicos ou extensão dos sinais de flebite no exame físico deve levar à ultrassonografia. 

Os anticoagulantes, sejam em doses profiláticas ou em doses terapêuticas, constituem-se a classe de drogas que parecem carregar consigo a maior gama de benefícios para o paciente e seu uso é baseado no risco do paciente para trombose venosa profunda. 

Pacientes com baixo risco, aquelas não associadas à presença ou predisposição a outras doenças tromboembólicas como TVP e EP, é recomendado apenas tratamento de suporte, em vez de anticoagulação. 

Por outro lado, no risco intermediário é recomendado anticoagulação profilática por 45 dias, em vez de apenas cuidados de suporte. Em pacientes com alto risco, é recomendado anticoagulação plena, em vez de anticoagulação profilática com dose e duração semelhantes às selecionadas para TVP. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Czysz A, Higbee SL. Tromboflebite Superficial. [Atualizado em 4 de janeiro de 2022]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK556017/
  • Scovell S. Superficial vein thrombosis and phlebitis of the lower extremity veins. Uptodate
  • Sobreira ML, Yoshida WB, Lastória S. Tromboflebite superficial: epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. J vasc bras [Internet]. 2008Jun;7(J. vasc. bras., 2008 7(2)). Available from: https://doi.org/10.1590/S1677-54492008000200007
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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