Resumo sobre terapia de reposição com testosterona (TRT): indicações, farmacologia e mais!

Resumo sobre terapia de reposição com testosterona (TRT): indicações, farmacologia e mais!

Fala, estrategistas! Recentemente ressurgiu a polêmica sobre o uso de testosterona e outras terapias hormonais graças ao parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM), que deixou vedada a prescrição médica de terapias hormonais com finalidade estética, ganho de massa muscular ou melhora do desempenho esportivo, por inexistência de comprovação científica suficiente que sustente seu benefício e a segurança do paciente. 

Mas você sabe quais as indicações clínicas do uso da testosterona? É isso que iremos apresentar aqui neste resumo, além de falar um pouco mais sobre seus mecanismos de ação no corpo. 

Indicações da terapia de reposição de testosterona

A terapia de reposição de testosterona (TRT) é um tratamento amplamente utilizado para homens com hipogonadismo masculino, quando a deficiência em testosterona estiver associada a sintomas e confirmado por análises bioquímicas. 

Em meninos cuidadosamente selecionados, a testosterona pode ser administrada por várias vias para puberdade tardia, aquelas que ocorrem secundário ao hipogonadismo masculino. 

Para o desenvolvimento e estimulação dos órgãos efetores andrógeno-dependentes ainda subdesenvolvidos e para o tratamento inicial das manifestações do hipogonadismo, a dose habitual é de 200 a 250 mg por via intramuscular a cada 2 a 3 semanas. 

A terapia com testosterona também pode ser considerada para o tratamento de mulheres na pós-menopausa com transtorno do desejo sexual hipoativo e perda da libido. 

E por fim, a testosterona também pode ser usada para produzir características físicas do sexo masculino em pacientes transgêneros. 

As principais formas de administração são por via oral, intramuscular e subcutânea, mas também existe nas formas de gel transdérmico, gel intranasal e para aplicação oral e nasal.

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Efeitos adversos do uso da testosterona

Os efeitos adversos da testosterona é motivo de muita discussão, motivo maior para o desestímulo de seu uso para fins estéticos. O efeito colateral mais conhecido a longo prazo é o aumento do risco de complicações cardiovasculares, como exacerbar hipertensão. 

No entanto, os estudos disponíveis são inconclusivos quanto ao risco de desenvolver complicações cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral isquêmico/ataques isquêmicos transitórios ou morte cardiovascular após o uso de testosterona. 

Outros possíveis riscos incluem aumento dos níveis de antígeno específico da próstata, piora dos sintomas do trato urinário inferior, policitemia e aumento do risco de tromboembolismo venoso. Os pacientes que recebem terapia com testosterona devem ser monitorados para garantir que os níveis de testosterona aumentem adequadamente, ocorra melhora clínica e não haja complicações. 

Contraindicações

Atualmente, a terapia de privação de andrógenos continua sendo a pedra angular do tratamento para homens com câncer de próstata avançado, portanto, não é surpresa que a TRT seja contra-indicada em homens com câncer de próstata diagnosticado, bem como em pacientes de alto risco. 

É contra-indicado também para homens com câncer de mama. Além disso, é contra-indicado nos casos de pacientes com insuficiência cardíaca, hepática ou renal grave.

#Ponto importante: Conforme notificação do CFM, o uso de androgênios é desaconselhável para melhorar a performance atlética, corporal e força devido ao risco de eventos adversos sérios. 

Características farmacológicas da testosterona

Farmacodinâmica 

A testosterona é produzida pelas células de Leydig nos testículos em resposta ao hormônio luteinizante produzido pela glândula pituitária. A testosterona é o principal andrógeno endógeno responsável por promover o crescimento e desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos durante a embriogênese, manter as características sexuais secundárias em homens com deficiência de andrógenos pelo processo de espermatogênese, além de ser importante para desenvolvimento dos ossos e músculos e, estimulação da produção de glóbulos vermelhos. 

O hipogonadismo primário masculino é uma síndrome marcada pela incapacidade dos testículos em produzir testosterona e espermatozoides em níveis normais, enquanto o hipogonadismo secundário é causado pela diminuição da produção do hormônio luteinizante. Desta forma, a TRT faz parte do tratamento do hipogonadismo e suas manifestações. 

O que os atletas buscam é o benefício sobre a composição corporal e força muscular, visto que baixos níveis de testosterona estão associados à diminuição da densidade óssea e alterações desfavoráveis ​​na composição corporal. Realmente a terapia com testosterona aumenta consistentemente a massa magra e diminui a massa gorda, mas os tamanhos dos efeitos são pequenos e os estudos geralmente falharam em demonstrar melhora na força ou na função física.

Farmacocinética

Os ésteres de testosterona são menos polares do que a testosterona livre, sendo que a duração depende da via e do estímulo associado. São absorvidos mais lentamente quando administrados por via intramuscular em veículo oleoso e, a absorção e biodisponibilidade por via oral é melhor quando ingerida junto com alimentos mais gordurosos.

Via intramuscular os principais ésteres são cipionato e enantato que duram de 2 a 4 semanas, e o undecanoato que dura 10 semanas. O gel transdérmico tem duração média de 24 horas. 

A maior parte da testosterona é convertida em metabólitos inativos pelo fígado, que são excretados principalmente via renal. Cerca de 6% é excretada nas fezes, principalmente na forma não conjugada.  

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Al-Zoubi RM, Yassin AA, Alwani M, Al-Qudimat A, Aboumarzouk OM, Zarour A, Al Ansari A. A systematic review on the latest developments in testosterone therapy: Innovations, advances, and paradigm shifts. Arab J Urol. 2021 Aug 8;19(3):370-375. doi: 10.1080/2090598X.2021. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8451690/
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  • Testosterona: informações sobre medicamentos – Uptodate. 
  • RYAN C. PETERING, MD, E NATHAN A. BROOKS, MD, MPH.Testosterone Therapy: Review of Clinical Applications. American Family Physician, Volume 96, Number 7, October 1, 2017. https://www.aafp.org/pubs/afp/issues/2017/1001/p441.html
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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