Resumo de Septoplastia: procedimento, indicações e mais!
A.D.A.M

Resumo de Septoplastia: procedimento, indicações e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A septoplastia é um procedimento cirúrgico frequentemente indicado para corrigir desvios do septo nasal que causam obstrução na passagem de ar e comprometem a respiração. Além de aliviar sintomas como congestão nasal persistente, dor facial e até apneia do sono, a septoplastia pode ser realizada em conjunto com outras técnicas para melhorar a funcionalidade e, em alguns casos, a estética nasal. Este texto explora os principais aspectos da septoplastia, desde a anatomia envolvida até as indicações, contraindicações, técnica e cuidados necessários para a recuperação adequada.

Septoplastia não é apenas uma questão estética, mas uma solução para melhorar a qualidade de vida respiratória do paciente.

Conceito de Septoplastia

Septoplastia é uma intervenção cirúrgica na área de otorrinolaringologia e cirurgia plástica, destinada a corrigir a obstrução do fluxo aéreo nasal. Esse procedimento envolve a correção de desvio do septo nasal, sendo a estrutura cartilaginosa e óssea que divide a cavidade nasal em duas partes. O desvio dessa estrutura pode comprometer a passagem do ar, resultando em sintomas de obstrução, como dificuldade respiratória, que frequentemente pioram durante atividades físicas ou de repouso.

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Indicações de Septoplastia

As principais indicações para a septoplastia são relacionadas à obstrução nasal funcional causada por um desvio do septo que compromete o fluxo de ar e a respiração. Pacientes com sintomas de bloqueio nasal persistente, especialmente aqueles que pioram durante o esforço físico ou interferem no sono, podem se beneficiar dessa cirurgia. A severidade da obstrução pode ser avaliada por escalas de sintomas, como a escala de Avaliação dos Sintomas de Obstrução Nasal (NOSE), que auxilia na identificação de candidatos com maior probabilidade de obter bons resultados com o procedimento.

Outras indicações incluem casos recorrentes de epistaxe, cefaleia e dor facial associados a esporões septais, assim como a presença de apneia obstrutiva do sono que pode ser agravada pelo desvio do septo. Além disso, a septoplastia pode ser indicada para permitir acesso a cirurgias endoscópicas nos seios paranasais, base do crânio ou órbitas, melhorando a visibilidade e o espaço para as intervenções.

Contraindicações de Septoplastia

  • Doenças inflamatórias ou infecciosas não tratadas: rinossinusite crônica ativa, vasculite ou outras condições inflamatórias. 
  • Eficácia de tratamento clínico: pacientes cujos sintomas são aliviados com terapias não cirúrgicas, como corticosteroides intranasais. 
  • Uso ativo de drogas recreativas: principalmente cocaína, devido ao risco aumentado de perfuração septal e comprometimento na cicatrização; recomenda-se abstinência de 6 a 12 meses. 
  • Uso crônico de descongestionantes nasais: deve ser interrompido antes da cirurgia para evitar complicações. 
  • Expectativas irreais quanto ao resultado: pacientes com expectativas não condizentes sobre a melhoria funcional ou estética da cirurgia. 
  • Desvio septal leve e sintomas mínimos: casos em que os benefícios da cirurgia são limitados e podem ser manejados com alternativas menos invasivas.

Procedimento da Septoplastia

Preparação do Paciente 

  • O paciente é posicionado em decúbito dorsal com a cabeça levemente inclinada em direção ao cirurgião. 
  • São feitas a tricotomia das narinas e a aplicação de anestésico local com vasoconstritor (lidocaína com epinefrina), reduzindo o sangramento e facilitando a dissecção dos planos.

Incisão e Elevação dos Retalhos Mucopericondriais 

  • Com um espéculo nasal, expõe-se a borda caudal do septo cartilaginoso, onde é realizada a incisão com lâmina para acessar a cartilagem. 
  • Dissecadores (como elevadores de Freer ou Cottle) são utilizados para elevar o retalho mucopericondrial, evitando perfurações da mucosa. O procedimento é realizado de forma cuidadosa, especialmente em áreas com desvios ou esporões ósseos.

Correção do Desvio Septal 

  • Avalia-se a extensão e a direção do desvio, removendo-se as partes desviadas do septo, preservando a estrutura em “L” (borda dorsal e caudal), importante para a estabilidade da ponta nasal.
  • Em casos de desvios complexos, pode-se optar por técnicas extracorpóreas, retirando a cartilagem e reposicionando-a após correção.

Reposicionamento e Sutura dos Retalhos 

  • Após a correção, os retalhos mucopericondriais são reposicionados e suturados com pontos absorvíveis, evitando espaços mortos e reduzindo o risco de formação de hematomas. 
  • Em alguns casos, utilizam-se splints de silicone para apoiar o septo e prevenir aderências, especialmente se houver turbinoplastia concomitante.

Cuidados Pós-operatórios 

  • Os pacientes são liberados com orientações para uso de pomada antibiótica e analgésicos. É recomendado o uso de soro fisiológico ou sprays salinos para manter a cavidade nasal limpa.
  • O acompanhamento é feito de 1 a 2 semanas após a cirurgia, com remoção dos splints, se presentes, e avaliação da cicatrização.
  • O tempo de repouso após a septoplastia varia entre duas a quatro semanas, com repouso absoluto nos primeiros dias e retomada gradual das atividades, evitando esforços físicos e esportes de contato até a cicatrização completa, que geralmente ocorre após a quarta semana.

Complicações da Septoplastia

  1. Sangramento Excessivo: pode ocorrer durante ou após o procedimento; em casos graves, pode necessitar de tamponamento nasal ou cauterização. 
  1. Hematoma Septal: acúmulo de sangue sob o retalho mucopericondrial, que requer drenagem para evitar infecção e risco de perfuração septal. 
  1. Perfuração Septal: ocorre devido a lesões bilaterais na mucosa durante o procedimento e, em casos próximos à área de sustentação (região do “keystone”), pode resultar em deformidade nasal. 
  1. Infecção: apesar de rara, pode acontecer, sendo tratada com antibióticos; sepse local pode afetar a cicatrização. 
  1. Adesões Intranasais: formação de aderências entre o septo e os cornetos, podendo obstruir a passagem de ar; o uso de splints reduz esse risco.
  1. Perda Temporária de Sensibilidade: pode ocorrer dormência nos dentes ou lábio superior devido à manipulação do nervo nasopalatino; geralmente, resolve-se em alguns meses. 
  1. Recorrência de Obstrução Nasal: em alguns casos, os sintomas de obstrução nasal podem retornar devido a fatores como trauma, ganho de peso ou migração da cartilagem. 
  1. Deformidade Estética (Deformidade em Sela): resultante de instabilidade na estrutura nasal, ocorre se a sustentação não for adequadamente preservada durante a cirurgia.

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Referências Bibliográficas 

  1. WATTERS, Carolina; BRAR, Sabrina; YAPA, Sharinie. Septoplasty. StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK567718/. Acesso em: 25 out. 2024.
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