ResuMED de distúrbios de refração: anatomia, diagnóstico e mais!

ResuMED de distúrbios de refração: anatomia, diagnóstico e mais!

Como vai, futuro Residente? Os temas distúrbios de refração representam cerca de 2% das questões de prova de Residência em Oftalmologia. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo que você precisa saber sobre para alcançar sua vaga. Os assuntos mais cobrados são erros de refração e acuidade visual. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

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Introdução 

Relembrando a anatomia, o olho é composto por diversas estruturas anatômicas que influenciam na direção da luz, sendo os principais componentes refrativos a córnea, o cristalino e o diâmetro axial ocular. Em soma, o poder refrativo total desse sistema gira em torno de 58 dioptrias, os feixes de luz emitidos por cada ponto visualizado devem estar focalizados com exatidão na retina para que a imagem formada seja nítida. 

Refração é interno referente a alteração da direção da propagação da luz quando passa de um meio para o outro. No olho, quando a luz reflete por um objeto e alcança o olho, ela atravessa diferentes meios transparentes até chegar na retina, sofrendo diferentes refrações no percurso.

Porém, podem ocorrer alguns erros de refração nessa troca de meios. Entenda melhor a seguir.

Acuidade visual

Atualmente, a principal ferramenta de avaliação funcional oftalmológica é a medida da acuidade visual, feita com tabelas de diversos tipos, com o paciente a uma distância de 6 metros (20 pés). 

É uma medida expressa por fração, em que a última fileira, caso o paciente consiga enxergar nitidamente, corresponde a acuidade visual normal 20/20 ou 6/6. A quantificação depende da fileira com menor tamanho de letra que o paciente conseguiu enxergar, por exemplo, uma acuidade de 20/200 significa que o paciente leu o optotipo a uma distância de 20 pés, enquanto o indivíduo emétrope faria a 200. 

Erros de refração 

Um olho normal, que não necessita de correção óptica ou acomodação para receber imagens nítidas de objetos situados no infinito, é chamado de emétrope. Nesse caso, a imagem formada na retina é invertida e menor que o objeto, pois ocorre a reinversão no córtex cerebral, como em uma máquina fotográfica. Quando esse mecanismo não ocorre adequadamente, temos as ametropias.

Os erros de refração, quando não corrigidos, correspondem à principal causa de deficiência visual no mundo e a segunda principal causa de cegueira estável, atrás apenas da catarata. Por isso, devem ser diagnosticados e tratados precocemente, para reduzir os riscos de limitação da função visual.

As ametropias são erros de refração em que a retina não focaliza a imagem do objeto no infinito com o olho em repouso. Pode ser miopia, hipermetropia e astigmatismo. 

Miopia

A queixa características dos pacientes com miopia é a dificuldade em enxergar de longe, e blefaroespasmo (contração do músculo palpebral), causado pelo estreitamento palpebral voluntário para ajudar na focalização da imagem na retina. 

Para corrigir a miopia, é recomendado o uso de óculos com lentes divergentes (côncavas ou negativas), lentes de contato ou cirurgia refrativa. Essas lentes fazem com que os raios divirjam-se, pois o prolongamento dos raios refratados converge para um ponto antes da lente, quanto maior o poder da lente, maior a imagem do objeto diminui.

Hipermetropia

Corresponde a condição em que a imagem do objeto é formada atrás da retina, causando a queixa de dificuldade de ver de perto, associada ou não a sintomas astenopeicos quando forçam a visão, como cefaleia e cansaço visual. Os sintomas são causados pelo uso excessivo do músculo ciliar na tentativa de convergir a imagem para o plano retiniano. 

Sua correção é feita com o uso de óculos de lentes convergentes (convexas ou positivas), lentes de contato ou cirurgia refrativa também. As lentes convexas convergem os raios luminosos, ou seja, quanto maior o poder da lente, mais próximo o foco e maior o aumento que ela pode proporcionar. 

É importante que a correção seja feita adequadamente para evitar os riscos de ambliopia, o conhecido “olho preguiçoso”, e o estrabismo, condição de desalinhamento intermitente ou constante do olho, em crianças, principalmente em menores de 6 anos de idade.

Astigmatismo

Nesses casos, ambos meridianos da córnea e/ou cristalino possuem curvaturas diferentes, causando poderes dióptricos diferentes. Isso faz com que o foco da imagem em um mesmo ponto da retina seja prejudicado devido aos raios estarem em diferentes meridianos, causando distorção nas imagens apresentadas. 

A principal queixa desses pacientes é a dificuldade de enxergar de perto e de longe, além de sintomas astenopeicos, como cansaço ocular, cefaleia, fadiga, queimação e irritação ocular. Pode estar relacionado a outros defeitos refracionais esféricos, como miopia e hipermetropia, que também devem ser corrigidos juntos.

Para correção é utilizado lentes cilíndricas ou esferocilíndricas, mas caso o grau seja muito elevado, como em paciente com ceratocone, lentes de contato são a melhor opção. Ceratocone é uma patologia oftalmológica muito cobrada nas provas de Residência em oftalmologia, no material Estratégia MED você encontra um resumo exclusivo sobre o assunto, não deixe de conferir!

Presbiopia

Corresponde à perda gradual e fisiológica da capacidade de acomodação do olho por uma diminuição da elasticidade e da complacência do cristalino com a idade (geralmente após os 40 anos, atingindo ápice aos 60).

Seus principais sintomas incluem dificuldade de enxergar perto, acentuação dos sintomas com pouca luminosidade e no final do dia, para correção são utilizadas lentes de acordo com a necessidade do paciente, com a associação de lentes ou com lentes bifocais ou multifocais. 

Ambliopia

Ambliopia é o desenvolvimento incompleto da função visual, devido à ausência de estímulos ou da presença de estímulos inadequados ou insuficientes no período crítico, que corresponde ao intervalo de tempo entre o nascimento e o término do desenvolvimento das funções visuais, geralmente até os 7-9 anos de idade. Assim, o olho amblíope apresenta redução da acuidade visual e sensibilidade ao contraste e localização espacial alteradas. 

Entre seus fatores de risco estão condições oculares congênitas ou de surgimento precoce que de alguma forma causam prejuízos a chegada de feixes luminosos no córtex cerebral no período crítico, como o estrabismo, as anisometropias e a catarata congênita. Por fim, sua única forma de prevenção é com a detecção do fator ambliogênico que possibilita sua correção. 

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