ResuMED de psicopatologia: consciência, exames e mais!

ResuMED de psicopatologia: consciência, exames e mais!

Como vai, futuro Residente? Apesar de ser um tema pouco cobrado em provas, a psicopatologia é essencial para a avaliação de um paciente. Além disso, é importante para o diagnóstico correto que corrobora com um tratamento adequado. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber para garantir sua vaga na Residência Médica. Atente-se aos tópicos de Pensamento e Sociopercepção! Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica e revalidação de diplomas, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

Consciência 

A consciência corresponde à “área” em que as funções mentais ocorrem, para a psiquiatria é o que rege o significado da vida, pois permite o reconhecimento de mundo interno e externo. A partir disso tem-se o termo “psicótico”, que consiste em um paciente com quebra do contato com a realidade, com o prejuízo do pensamento e da crítica, mas ainda com consciência preservada.

Existem termos em relação à alteração da consciência que são importantes para seu conhecimento:

  • Obnubilação: estado de consciência reduzido, entre a lucidez e a sonolência, como cansaço físico, embriaguez, sedação por medicamentos.
  • Sonolência: estado de consciência reduzido com o paciente adormecido, mas pode ser facilmente acordado por estímulo externo.
  • Torpor: paciente em sono profundo que mesmo com estímulos externos tem dificuldade para acordar. Desperta brevemente após estimulações intensas ou dolorosas, mas ainda volta ao estado torporoso rapidamente.
  • Coma: estado em que o paciente não pode ser desperto, mesmo com estímulo externo vigoroso. 
  • Delirium: estado agudo de flutuação do nível de consciência que prejudica as funções psíquicas como atenção e orientação, está geralmente relacionada com alterações no funcionamento cerebral por causas orgânicas. Difere de alterações do estado mental por transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia e transtorno do humor bipolar, que ocorrem em estados de lucidez. 

Atenção

A atenção é uma função psíquica que direciona a consciência para determinada situação ou objeto, como se fosse o “foco” da consciência. Possui três pontos principais para serem avaliados no exame do estado mental: tenicidade, vigilância e prosexia.

Tenacidade é a capacidade de o paciente em manter o foco de atenção, que se for normal, denominamos como “normotenaz”. Se o foco for intenso e rígido, ou seja, houver excesso de atenção sob determinado estímulo, consideramos hipertenacidade, que pode acontecer em autistas e alguns tipos de epiléticos, ou indivíduos normais. Da mesma maneira define-se hipotenacidade por redução da atenção, com dificuldade em manter o foco por tempo necessário e facilidade em se distrair com estímulos ambientais, comum em pacientes com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. 

Vigilância é a capacidade de alterar o foco de atenção de acordo com estímulos externos. Em níveis normais, consideramos o paciente “normovigil”, mas em casos de atenção excessiva, como em pacientes com transtorno do humor bipolar, consideramos hipervigilância, e o oposto ocorre na hipovigilância, como em pacientes deprimidos. 

Prosexia corresponde à capacidade global de atenção, que quando normal se considera o paciente como “normoproséxico”

Sensopercepção

Consiste na capacidade do indivíduo sentir e interpretar adequadamente os estímulos pelos órgãos dos sentidos, e acontece principalmente graças às funções de sensação (que percebe os estímulos) e percepção (interpreta os estímulos e dá um significado). Esses estímulos sensoriais podem ser auditivos, visuais, olfativos, táteis e gustativos.

Entre as alterações de percepção tem-se os seguintes termos:

  • Ilusões: falsas percepções na presença de um estímulo externo de um objeto real.
  • Alucinações: falsas percepções na ausência de um estímulo externo, mas localizadas em espaço bem definido e nítidas. Os pacientes consideram-nas como reais, e o tipo mais comum é a “auditiva”.
  • Pseudoalucinações: ocorre na ausência de um estímulo externo. Difere-se da alucinação, pois o indivíduo tem certa crítica sobre seu sintoma. 

Orientação

Capacidade de situar-se em relação ao ambiente, espaço e a si mesmo, de acordo com a integração das funções psíquicas (memória, atenção, percepção e pensamento). Assim, pode ser dividida em autopsíquica (reconhece a própria consciência) ou alopsíquica (reconhece em tempo e espaço).

Memória

Função psíquica que desempenha papel em registrar, reter, fixar e conservar novas informações e aprendizados. É produzida em 3 processos:

Fixar: fase de registro da nova informação → Conservação: fase de conservação das memórias fixadas → Evocação: capacidade voluntária de conseguir acessar a informação registrada. 

A memória pode ser dividida em sensorial, de curto prazo e longo prazo:

  • Memória sensorial: de “curtíssimo prazo”, pois é retida por alguns segundos, captando informações dos órgãos dos sentidos.
  • Memória de curto prazo: retém informações por tempo limitado (alguns minutos), enquanto ela é necessária para realizar determinada atividade.
  • Memória de longo prazo: informações consolidadas e convertidas em memórias duradouras. Podem ser evocadas por meses, anos e até mesmo por toda a vida. 

Entre as alterações de memória, temos a amnésia, que é a ausência de memória, e pode ser dividida em:

  • Anterógrada: amnésia de fixação é a incapacidade de fixar novas memórias.
  • Retrógrada: incapacidade de invocação de memórias. Pode ocorrer após convulsões, por exemplo.
  • Retroanterógrada: misto de perda de memória com prejuízo na fixação e na evocação de informações. Pode ocorrer em casos de delirium ou traumatismos cranioencefálicos. 
  • Lacunar: perda de memória por determinado período de tempo, como em casos de intoxicação por drogas, por álcool e em síndromes dissociativas. 
  • Generalizada: toda ou grande parte da memória é perdida, geralmente após traumas graves na cabeça ou em estágios avançados de síndromes demenciais.

Inteligência

Entende-se por inteligência a soma das funções psíquicas do paciente quando aplicadas para resolução de determinados problemas, na busca por soluções, compreensão e interpretação de suas experiências.

Afeto e humor

Afeto é a emoção sentida imediatamente após uma experiência, e humor é o tônus constante de sentimento. É possível diferi-los pela seguinte metáfora: afeto é o clima do dia, e humor é a estação climática do ano. 

Entre as principais alterações de afeto e humor, tem-se:

  • Embotamento afetivo: estado de diminuição da expressão do afeto, com certa indiferença e redução do tônus afetivo. Exemplo: esquizofrenia.
  • Hipotimia ou depressão: estado de mal-estar, tristeza profunda, característico de pacientes deprimidos. 
  • Hipertimia: elevação do humor, como uma “alegria patológica”, exagerada e imotivada geralmente, como em pacientes com transtorno de bipolaridade que vivenciam estados de hipomania. 
  • Euforia: estado patológico de exacerbação do humor, típica em pacientes bipolares que vivenciam períodos de mania. 

Pensamento

É o processo do psiquismo humano que permite elaborar ideias, articulá-las, gerar conhecimento e avaliar criticamente, julgar e criar. 

O curso do pensamento é a velocidade em que as ideias são produzidas,  deve ser normoveloz. Entre as alterações do curso do pensamento estão:

  • Pensamento acelerado;
  • Pensamento lentificado; e
  • Pensamento bloqueado.

A forma do pensamento é a maneira como o paciente organiza suas ideias, seguindo uma sequência lógica coerente. As alterações da forma do pensamento são:

  • Fuga de ideias: perda do foco inicial facilmente, deixando ideias incompletas.
  • Desagregação do pensamento: perda lógica do discurso, em que os pensamentos não se associam entre si e nem se expressam adequadamente.
  • Jargonofasia: desordem da comunicação e linguagem, com certa incoerência, como nos casos de esquizofrenia.
  • Circunstancialidade: discursos detalhistas, com informações desnecessárias, mas ainda assim atinge a ideia central.
  • Tangencialidade: discursos com detalhes irrelevantes, mas que não atingem a ideia principal adequadamente.

O conteúdo  do pensamento é a temática da ideia, e pode ser dividido em pensamento concreto e ideias delirantes.

Linguagem

É a forma de comunicação que expressa o pensamento, ligando o mundo interno ao externo, por isso não pode ser separado do pensamento. Seu estado normal é “normolálico”, e quando aumentado considera-se taquilalia, e reduzido, bradilalia

Conduta

É o comportamento que o paciente possui, que pode ser observado por outras pessoas, como a forma de andar e se comunicar (gestos, hábitos e tiques).

Gostou do conteúdo? Esse foi um pequeno resumo sobre psicopatologia, importante para seu conhecimento não só pelas provas de Residência Médica, mas principalmente pela sua prática clínica!

Não se esqueça de fazer parte do time Estratégia MED acessando a nossa plataforma! Lá você encontra tudo o que precisa sobre diversos temas para as provas de Residência Médica, com acesso às videoaulas, resumos, materiais, simulados, bancos de questões e muito mais exclusivamente para você, futuro Residente! Não deixe de conferir!

Não se esqueça de compartilhar com um amigo futuro residente também. Afinal, quem estuda junto, passa junto!

Curso Extensivo Residência Médica

Você também pode se interessar por:

Você pode gostar também