H3N2

A Gripe de Hong Kong foi a terceira pandemia de gripe do século XX. Ocorreu em 1968, com o aparecimento de uma nova variação maior na hemaglutinina do vírus Influenza A (H3N2), que deu origem a um novo subtipo. Esta variante antigénica produziu em Hong Kong, em meados de Julho, uma epidemia de grande extensão, cuja origem parece ter sido a China, de onde se propagou ao mundo, seguindo as mesmas linhas de difusão que a gripe asiática. Em Outubro, a gripe chega ao Médio Oriente, detendo-se nestes países e só muito mais tarde chegando à Europa. Nos EUA, os primeiros casos foram detectados na Califórnia, de onde a epidemia se propagou rapidamente, estando em Dezembro em todos os Estados. Na Europa, a difusão foi muito mais lenta, tendo os primeiros surtos epidémicos surgido em 1969, apresentando-se em duas ondas epidêmicas. Em todos os países, com excepção dos EUA, a doença foi benigna, não estando associada a grande número de mortes. O sistema de vigilância epidemiológica coordenado pela Organização Mundial da Saúde, com a colaboração de um maior número – que em 1957 – de Centros Nacionais da Gripe de vários países e com a experiência nesse ano adquirida, tornou possível analisar as características do vírus em circulação, colocando-se a hipótese da circulação simultânea de mais do que uma estirpe da nova variante do vírus. Esta hipótese não foi confirmada laboratorialmente, deixando sem explicação o comportamento da nova estirpe, quer em termos de velocidade de disseminação quer em termos de virulência. Em Portugal, no final de 1968 e no início de 1969, assinalou-se a primeira onda epidémica. A segunda, mais extensa que a primeira, mas também de carácter benigno, verificou-se no início de 1970.