Hoje, dia 1º de julho, completam-se 45 anos da inclusão da vacina BCG no calendário nacional de vacinação pelo Ministério da Saúde, através de seu Programa Nacional de Imunização (PNI). Vacina que há 101 anos foi aplicada pela primeira vez em um recém-nascido e anunciada ao mundo, mudando a história da luta contra a tuberculose.
Desenvolvida por mais de uma década pelos pesquisadores franceses Léon Calmette e Alphonse Guérin, o imunizante se deu a partir do enfraquecimento da bactéria responsável pela doença em bovinos, batizada de Bacilo de Calmette-Guérin (BCG). Em sua composição, além da cepa da bactéria enfraquecida, contém glutamato de sódio e a solução fisiológica a 0,9%.
Apesar de não possuir uma eficácia de 100%, a vacina BCG aplicada em dose única, previne as formas graves de Tuberculose, como meningite tuberculosa (infecção das meninges decorrentes de uma tuberculose tratada incorretamente) e tuberculose miliar (quando bactérias se deslocam pela corrente sanguínea e se disseminam pelo corpo).
Ofertada principalmente a recém-nascidos, a vacina é indicada e pode ser aplicada em crianças de até 5 anos e pessoas de qualquer idade que convivem com portadores de hanseníase (caso em que é necessário a aplicação de uma segunda dose). Infelizmente, há contraindicações para alguns: recém-nascidos com menos de 2 kg, situações de imunodepressão e uso de imunossupressores pela mãe durante a gestação.
Vacina BCG e outras no Brasil
No Brasil, a vacina BCG tem distribuição mensal pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e este, através de seu calendário nacional de vacinação, fornece outros 47 imunobiológicos (vacinas, soros, imunobiológicos especiais e imunoglobulinas).
Porém, mesmo com a disponibilização gratuita de vacinas, o número de imunização vem caindo e assustando especialistas que temem o ressurgimento de epidemias, comuns no passado, e que dependendo de sua gravidade, podem deixar sequelas ou levar à morte. As causas contribuintes para essa queda estão conectadas à pandemia de Covid-19, movimento antivacina, desinformação e horário de aplicação que limita o acesso.
Para fazer nossa parte, além da vacinação ser gratuita, é fácil. Basta se dirigir a uma das 38 mil salas de vacinação presentes nas Unidades Básicas de Saúde do país, com documento de identificação e a caderneta de vacinação em mãos, respeitando as recomendações.