O documento GOLD 2025, referência mundial para o tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), acaba de receber uma atualização significativa nas diretrizes de tratamento medicamentoso. As mudanças buscam orientar de forma mais prática e personalizada a condução do tratamento para pacientes que já utilizam combinações de medicamentos, visando maximizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais.
No grupo GOLD B, a recomendação para o tratamento inicial permanece com o uso combinado de broncodilatadores de longa ação, o LABA (agonista beta-2 de longa duração) e o LAMA (antagonista muscarínico de longa duração). Para o grupo GOLD E, que abrange pacientes com maior risco de exacerbações, o tratamento inicial recomendado também inclui LABA + LAMA, com a adição de um corticóide inalatório (CI) caso o paciente apresente erros altos no índice de eosinófilos no sangue (acima de 300).
A principal novidade do documento está na condução do tratamento para pacientes que já fazem uso da combinação LABA + CI, situação comum no Brasil. Segundo o GOLD 2025, se o paciente está bem e controlado com essa combinação, deve-se manter o tratamento. No entanto, se o paciente apresenta muitos sintomas sem exacerbações, a abordagem é diferenciada:
- Caso o uso do CI não tenha resultado em uma resposta significativa, a orientação é substituir o CI por um LAMA, mantendo a combinação LABA + LAMA.
- Se o paciente apresentou uma resposta inicial favorável ao CI, mas voltou a piorar, recomenda-se o uso da terapia tripla — LABA + LAMA + CI — mesmo que ele se encaixe no perfil GOLD B.
Já para os pacientes com perfil de exacerbação frequente, o documento orienta a decisão com base nos níveis de eosinófilos:
- Eosinófilos acima de 100: manter a terapia tripla (LABA + LAMA + CI).
- Eosinófilos abaixo de 100: o tratamento recomendado é LABA + LAMA, sem o CI.
Aproveite e confira abaixo o documento GOLD 2025, com essa e mais diretrizes para o tratamento de DPOC:
O que é DPOC
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição pulmonar crônica que dificulta a respiração e está frequentemente associada ao tabagismo e à exposição prolongada a substâncias irritantes para os pulmões, como fumaça e poluição.
Os principais sintomas da DPOC incluem falta de ar, tosse crônica com produção de muco, cansaço e chiado ao respirar. A DPOC é uma doença progressiva, ou seja, tende a piorar com o tempo.
Embora não tenha cura, a DPOC pode ser tratada para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Os tratamentos incluem medicamentos (como broncodilatadores e corticosteróides), programas de reabilitação pulmonar, oxigenoterapia em casos graves, e, em última instância, intervenções cirúrgicas.