Mamografia a partir dos 40 anos: Brasil amplia rastreamento do câncer de mama no SUS
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Mamografia a partir dos 40 anos: Brasil amplia rastreamento do câncer de mama no SUS

Governo lança pacote de ações para ampliar prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama

O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (23), um conjunto de ações voltadas ao fortalecimento do diagnóstico e tratamento do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as novidades está a ampliação do acesso à mamografia para mulheres a partir dos 40 anos, mesmo sem sinais ou sintomas da doença, e a incorporação de medicamentos modernos ao tratamento oncológico.

As medidas foram apresentadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante evento realizado em Brasília/DF que marcou a divulgação das novas recomendações para o rastreamento do câncer de mama. Segundo ele, trata-se de “uma decisão histórica” para ampliar o cuidado e reduzir os diagnósticos tardios no país.

Mamografia a partir dos 40 anos

Pela primeira vez, mulheres de 40 a 49 anos poderão realizar mamografias no SUS de forma garantida, mesmo sem apresentar sintomas ou histórico familiar, mediante decisão conjunta com o profissional de saúde. O exame será “sob demanda”, sem periodicidade obrigatória, e substituirá regras anteriores que restringiam o acesso para esse público.

A faixa de rastreamento populacional também foi ampliada: o protocolo oficial, antes restrito a mulheres de 50 a 69 anos, agora passa a recomendar mamografias a cada dois anos para mulheres de 50 a 74 anos, acompanhando orientações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Acima dos 74 anos, a decisão sobre o exame deverá ser individualizada.

IDADERECOMENDAÇÃO
40 a 49 anosAcesso garantido, sem rastreamento bienal
50 a 74 anosRastreamento populacional bienal
acima de 74 anosDecisão deve ser ponderada de acordo com comorbidades existentes e a expectativa de vida
Apresentaçao Agora tem Especialistas – Outubro Rosa, de 23 de setembro de 2025

De acordo com o Ministério da Saúde, 22,6% dos casos de câncer de mama no Brasil ocorrem entre 40 e 49 anos. A detecção precoce aumenta as chances de cura, amplia as opções de tratamento e melhora a qualidade de vida. Em 2024, cerca de 30% das mamografias realizadas pelo SUS foram em mulheres abaixo dos 50 anos — mais de 1 milhão de exames.

Pacote de 15 ações para o cuidado do câncer de mama

Além das novas recomendações para mamografia, Padilha apresentou um pacote de 15 medidas para reforçar o cuidado ao câncer de mama. Entre os destaques estão:

  • Oferta de medicamentos modernos a partir de outubro, incluindo inibidores de CDK 4/6, trastuzumabe entansina, supressão ovariana medicamentosa e fator estimulador de colônia para suporte a quimioterapias mais intensas. Pela primeira vez, o SUS passa a contar com um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico para câncer de mama.
  • Unidades móveis de saúde da mulher: 27 carretas vão percorrer 22 estados durante o mês de outubro, oferecendo mamografias, ultrassonografias, punções, biópsias e consultas presenciais e por telemedicina, com expectativa de realizar até 120 mil atendimentos mensais.
  • Distribuição de 60 kits de biópsia com investimento de R$ 120 milhões para acelerar diagnósticos e reduzir filas.
  • Grupo de Trabalho para criação de protocolos de alto risco e lançamento de guias e manuais para fortalecer a atenção primária no rastreamento e diagnóstico precoce.
  • Destinação de R$ 100 milhões para pesquisas oncológicas até 2029 em parceria com o CNPq e novo edital do Pronon para ampliar a rede de serviços.

O pacote também prevê boletins inéditos sobre mortalidade por idade, raça e etnia, lançamento de um painel de transparência com oferta de serviços do SUS e a criação de um fórum de mulheres para ampliar a participação social.

Caso prefira, assista na íntegra o evento do anúncio das recomendações para mamografia e detecção precoce do câncer de mama:

Segundo dados apresentados pelo Ministério da Saúde, o câncer de mama é o tipo mais comum e o que mais mata mulheres no Brasil. Em 2022, foram registradas 19 mil mortes pela doença, com maior concentração de óbitos na região Sudeste (9.374), seguida pelo Nordeste (4.195), Sul (3.340), Centro-Oeste (1.289) e Norte (905).

Para o ministro Alexandre Padilha, os anúncios feitos nesta terça-feira representam um legado para as próximas gerações. “Temos a responsabilidade de fazer, neste ano, o Outubro Rosa mais potente da história dos 35 anos do SUS. Garantir acesso ao exame no momento certo e iniciar o tratamento rapidamente é o que dá sentido às mudanças que estamos implementando”, afirma.

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