Nísia Trindade é a nova Ministra da Saúde 
Créditos: Divulgação Ministério da Saúde

Nísia Trindade é a nova Ministra da Saúde 

Primeira mulher à frente do Ministério da Saúde, a cientista social Nísia Trindade é reconhecida pela promoção e valorização da Ciência no Brasil

Hoje, 22 de dezembro, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou mais 16 nomes da sua equipe ministerial e Nísia Trindade Lima assume a pasta da Saúde em 2023.

A primeira mulher à frente do Ministério da Saúde, Nísia Trindade pretende implementar melhorias para incrementar o potencial do SUS, além de estabelecer parcerias público-privadas para expandir a assistência em Saúde. “A prioridade é usar todo o potencial do [Sistema Único de Saúde] SUS, com os seus serviços próprios, a área que envolve os hospitais filantrópicos, que respondem a 50% das internações do SUS, e também o setor privado para um grande esforço no sentido de colocarmos critérios, indicarmos e sinalizarmos os encaminhamentos de prioridade para a regulação, dando transparência a esse processo”, declarou durante encontro do Grupo Técnico da Saúde da transição de governo.

Cientista Social, Nísia Trindade Lima possui mais de 20 anos de experiência na liderança de instituições científicas voltadas para a Saúde, adquirida em cargos como o de Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em que está à frente desde 2017.

Durante a sua gestão, a Fiocruz liderou ações de enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil, como a criação de um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos e coordenou, no país, o ensaio clínico Solidarity da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

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Sua gestão também foi marcada pelo aumento da capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens e pela organização de ações emergenciais junto a populações vulneráveis. Além disso, incentivou o aperfeiçoamento profissional do Sistema Único de Saúde (SUS), com cursos de manejo clínico e atenção hospitalar para pacientes de Covid-19, além de lançar  manual de biossegurança em escolas. 

Nesse período, a Fiocruz tornou-se laboratório de referência para a OMS em Covid-19 nas Américas e, na mesma oportunidade, Nísia Trindade criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil. 

Em 2005, Nísia Trindade tornou-se membro dos comitês científico e executivo do 4º Congresso Mundial de Centros de Ciências – 4SCWC, sediado pelo Museu da Vida e Fiocruz.

Perfil acadêmico de Nísia Trindade

Doutora em Sociologia (1997), mestre em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980). Sua tese de doutorado ‘Um Sertão Chamado Brasil’ conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj e sua publicação encontra-se na 2ª edição. Na Editora Fiocruz (2006-2011) atuou na implementação da Rede SciELO Livros. 

Recebeu também as seguintes Medalhas de Mérito: Oswaldo Cruz do Ministério da Saúde (2018); Academia Brasileira de Medicina Militar (2018); Academia Brasileira de Ciências Farmacêuticas (2018); Rui Barbosa (2016); Euclides da Cunha (2008); 110 anos da Academia Brasileira de Letras (2007); e Centenário da Fiocruz (2000); Doutor Honoris Causa pela UFRJ; Carioca do Ano pela Revista Veja (2020); Prêmio Personalidade França-Brasil; Prêmio Personalidade Profissional; II Prêmio EMERJ de Direitos Humanos; Medalha Tiradentes (2021); e Comenda Celso Furtado (2022).

Em seu perfil na Fiocruz, Nísia Trindade é reconhecida pela sua gestão e produção acadêmica “baseada na promoção do valor social da ciência no Brasil e na realização de ações que aproximem a ciência da sociedade.”

Histórico do Ministério da Saúde 

Na nova gestão, Nísia Trindade substitui o médico cardiologista Marcelo Queiroga no Ministério da Saúde, que estava à frente da pasta desde 23 de março de 2021. Queiroga, por sua vez, foi precedido por Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta durante a presidência de Jair Bolsonaro. 

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