Questão sobre doença arterial obstrutiva periférica.

A doença arterial obstrutiva periférica é uma condição secundária à aterosclerose, caracterizada pelo acúmulo de lipídios e tecido fibroso na parede arterial. Esse processo leva a estenose arterial, nos mais variados graus podendo gerar redução no aporte sanguíneo distal. Por ser uma manifestação sistêmica da aterosclerose, a doença arterial obstrutiva periférica geralmente apresenta acometimento arterial difuso.

As manifestações clínicas da doença arterial obstrutiva periférica resultam do desequilíbrio entre a demanda metabólica dos membros e o aporte sanguíneo insuficiente.

A lentificação do fluxo sanguíneo e a ruptura das placas ateroscleróticas favorecem a formação de trombos na superfície da placa, podendo gerar trombose distal bem como hipofluxo por diminuição do lumen do vaso por crescimento da placa.

Clinicamente, a doença arterial obstrutiva periférica pode variar desde casos assintomáticos até quadros graves, com dor de repouso e/ou lesões tróficas. Essa variação depende do grau de estenose, da extensão e da quantidade de artérias afetadas.

Pacientes assintomáticos apresentam suprimento vascular suficiente para atender à demanda metabólica do membro, mesmo na presença de estenose. Em contrapartida, os sintomas surgem quando o fluxo sanguíneo não é capaz de suprir as necessidades metabólicas, sejam durante o movimento ou mesmo em repouso.

O sintoma mais característico da doença arterial obstrutiva periférica é a claudicação intermitente, que consiste em dor muscular em queimação nos membros inferiores após caminhada, aliviada pelo repouso. Essa dor é atribuída à isquemia transitória dos grupamentos musculares nutridos pelo vaso obstruído.

Ao cessar a demanda metabólica, o paciente apresenta recuperação e o quadro de dor cessa, reaparecendo quando recrutado novamente.

Com a progressão da doença, os sintomas tornam-se mais intensos e surgem após percursos menores.

Em estágios avançados, a isquemia severa provoca dor contínua, mesmo em repouso, caracterizando a isquemia crítica dos membros. Esse quadro indica risco iminente à viabilidade do membro.

Nessa fase, os pacientes podem adotar posturas como deixar o membro pendente na borda da cama ou dormir sentados para aliviar a dor.

Ao exame físico, é comum a redução dos pulsos periféricos, pele atrófica, rarefação dos pelos e onicodistrofia.

Nos casos de isquemia crítica, observam-se lesões tróficas, incluindo úlceras de difícil cicatrização e gangrena.

O diagnóstico da doença arterial obstrutiva periférica é primariamente clínico, baseado na história e no exame físico. A confirmação é feita por meio do índice tornozelo-braquial (ITB), um método sensível e específico.

O diagnostico definitivo e a extensão da doença pode ser comprovada pelo doppler.

Em casos mais complexos, exames como angiotomografia, angioressonância ou arteriografia são indicados, especialmente no contexto pré-operatório ou quando os métodos iniciais são inconclusivos.

Mesmo que haja a possibilidade de tratamento cirúrgico, o primeiro pilar do tratamento é clínico.

Medidas clínicas incluem modificações no estilo de vida, como cessação do tabagismo, controle do diabetes e da hipertensão, além do uso de medicamentos antiplaquetários, estatinas e vasodilatadores.

A terapia farmacológica tem como objetivo melhorar o fluxo sanguíneo e reduzir o risco de eventos cardiovasculares.

Pacientes com claudicação intermitente podem beneficiar-se de programas supervisionados de exercícios físicos, que ajudam a melhorar a capacidade funcional e a distância percorrida sem dor.

O tratamento da doença arterial periférica tem dois objetivos: controlar os fatores de risco cardiovasculares e minimizar os sintomas relacionados à isquemia dos membros inferiores. Nesse contexto, todo paciente com doença arterial obstrutiva periférica deve receber tratamento clínico e, alguns deles, podem necessitar de tratamento cirúrgico.

O enunciado da questão nos mostra um paciente claudicante e que mantém tabagismo e possui fatores de risco para DAOP.

São fatores de risco para doença arterial periférica: hipertensão, raça negra, diabetes, tabagismo, histórico de doença cardiovascular e idade, homens de forma global e mulheres após a menopausa.

Vejamos as alternativas!