O monitoramento da litemia é essencial para garantir a segurança e eficácia do tratamento com carbonato de lítio, devido à sua janela terapêutica estreita e eliminação predominantemente renal. Além disso, fatores como idade, função renal, interações medicamentosas e variações individuais na farmacocinética podem influenciar os níveis séricos do fármaco. Com base nessas informações, assinale a alternativa CORRETA.
Durante a fase de manutenção do transtorno bipolar, a litemia deve ser mantida entre 0,8 e 1,2 mEq/L, considerando que níveis inferiores a 0,8 mEq/L estão geralmente associados à redução da eficácia terapêutica, enquanto valores próximos a 1,2 mEq/L aumentam significativamente o risco de toxicidade, especialmente em pacientes com comorbidades.
Pacientes com comprometimento renal moderado podem manter um esquema terapêutico com lítio, desde que seja adotada uma estratégia de redução de dose proporcional ao clearance de creatinina, evitando picos de toxicidade que podem ocorrer mesmo com doses padrão ajustadas pelo peso corporal.
A coleta da litemia deve ser realizada preferencialmente 12 horas após a última dose, podendo ser ajustada para um intervalo entre 6 e 12 horas, considerando fatores como regime posológico e meia-vida do fármaco, que pode variar de acordo com a idade, função renal e uso concomitante de diuréticos.
A toxicidade do lítio pode apresentar manifestações neurológicas, gastrointestinais e cardíacas, sendo que sintomas mais graves, como delirium, convulsões e arritmias, ocorrem com maior frequência quando a litemia ultrapassa 3,5 mEq/L. Níveis entre 1,5 e 2,5 mEq/L são considerados seguros para a maioria dos pacientes e raramente resultam em efeitos adversos significativos na prática clínica.
O uso prolongado de lítio pode levar a alterações em múltiplos órgãos, sendo as enzimas hepáticas um dos principais parâmetros laboratoriais monitorados, dado o potencial de toxicidade hepática associada ao metabolismo do fármaco.