CORRETA. O princípio da irretroatividade da Lei Penal impede a aplicação de uma lei que, ao aumentar a pena para determinado crime, como o de furto, venha a reger fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor.

Dessa forma, um delito praticado em julho de 2023, como o mencionado no caso de Sônia, será regido pela lei penal vigente à época da conduta. Por isso, a lei posterior, por ser mais severa, não pode retroagir para prejudicar a agente.

Apenas na possibilidade de a nova lei ser mais benéfica à ré poderia retroagir para alcançá-la, ainda que após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, conforme expressamente previsto em nosso ordenamento jurídico. Vejamos:

CP, Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Contudo, na situação apresentada, em que a nova lei aumenta a pena, essa retroatividade benéfica não se verifica, e a lei mais severa não se aplica aos fatos acontecidos previamente à sua publicação.