Questão
SP - Universidade de São Paulo - USP - SP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - HC)
2021
Residência com pré-requisito - Pediatria (R+ PED)
CRV-9-anos-previamente191f82fb4e0
CRV, 9 anos, previamente hígido, foi admitido na UTI após quadro de 4 dias de febre, rash mobiliforme em tronco e membros, dor abdominal, associados a taquicardia, hipotensão e rebaixamento de nível de consciência. Ao exame físico, apresenta ritmo de galope, pulso fino e tempo de enchimento capilar de 5 segundos, GCS = 11, exame pulmonar sem alterações significativas. Realizada intubação orotraqueal e acoplado em ventilação mecânica para suporte. Iniciado antibioticoterapia com ceftriaxone, passado acesso central e administrada adrenalina contínua, titulada até 0,4 mcg/kg/min e associada dobutamina 10 mcg/kg/min com melhora de perfusão. Os exames colhidos a admissão mostraram:

Hemograma: Hb = 10,0 Ht = 31% leucócitos = 12.500 (S 80% / L 15% / Mo 5%) plaquetas 102.000 / PCR = 300 / Procalcitonina = 3,5 / Troponina I = 0,120 / CKMB = 12 / pH 7,30 / pCO2 34 / pO2 122 / BIC 18 / SaO2 100% / Lactato = 24 / INR = 2,1 / R TTPa = 1,9 / D-dímero = 2.300 / Ecocardiograma = fração de ejeção 35%; disfunção sistólica e diastólica bilateral. Coronária Esquerda com Z-score = +4,0.

Sobre o quadro acima, podemos afirmar que:
A
Trata-se de quadro de choque séptico, com padrão de vasoplegia sistêmica. O mais indicado seria a administração de noradrenalina, uma vez que não eleva o consumo miocárdico de oxigênio.
B
Na presença de PCR de nasofaringe positivo, sorologia positiva para SARS-CoV-2 ou histórico de contato com indivíduos com COVID-19 nos últimos 28 dias, o paciente fecharia diagnóstico de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Temporalmente Associada ao SARS-CoV- 2.
C
Trata-se de quadro de sepse grave, com comprometimento hemodinâmico importante. A necessidade de aumento de droga vasoativa aponta para hipovolemia efetiva. Deve-se administrar bôlus de soro fisiológico 20 mL/kg, até um máximo de 60 mL/kg.
D
O paciente apresenta um quadro de insuficiência cardíaca por uma provável miocardite aguda. Nesse caso, a administração de pressão positiva na ventilação mecânica leva a redução do retorno venoso e aumento da pós-carga, piorando a performance ventricular e diminuindo o débito cardíaco.