Questão
SP - Hospital Israelita Albert Einstein - HIAE
2024
Residência (Acesso Direto)
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Clarice, 48 anos, procurou a unidade básica de saúde da comunidade onde vive por apresentar dor de cabeça intensa, insônia, perda de apetite e emagrecimento há 4 meses. Fez uso de ervas e rezas, mas não obteve melhora e decidiu pedir ajuda. O enfermeiro do acolhimento solicitou avaliação da médica de família, porque a pressão arterial estava elevada: 150 x 90 mmHg e ela estava claramente em sofrimento psíquico, apresentando fala rápida, choro e inquietude. A avaliação médica identificou que Clarice é indígena, curandeira de sua comunidade e sem histórico de hipertensão ou outras comorbidades. Conta que está muito preocupada com seu filho mais novo que usa drogas, convive com amigos ruins e quase foi preso pela polícia há alguns meses. Com exceção da pressão arterial elevada, o exame físico geral e neurológico de Clarice foi normal. Após conversar com a paciente e expor a possibilidade de tratamento medicamentoso para transtorno depressivo, a médica se colocou à disposição para retomo breve para avaliar os efeitos do medicamento e a evolução dos sintomas. Ao retornar, em 3 semanas, Clarice contou que abandonou o medicamento porque a impedia de manter suas atividades de cura. Resolveu viajar para a aldeia de sua família, no norte do país, para se tratar. A médica, então, investigou novamente sinais de alarme e a orientou a procurar ajuda se necessário. Explicou que a equipe de saúde pode ajudá-la em outros momentos e desejou sucesso em sua viagem. Segundo os princípios do atendimento centrado na pessoa e da atenção primária em saúde, a postura da equipe de saúde no atendimento de Clarice foi:
A
inadequada por não valorizar a integralidade do cuidado ao não abordar a hipertensão e por considerar a cultura e hábitos de paciente com transtorno depressivo.
B
adequada por levar em consideração a cultura e os hábitos da paciente e por respeitar o código de ética médico valorizando a autonomia do paciente.
C
adequada por permitir consulta com a médica de família sem agendamento prévio e inadequada por não se responsabilizar pela coordenação do cuidado.
D
inadequada por valorizar as crenças e costumes da pessoa sobre os riscos inerentes do transtorno depressivo e adequada por promover o acesso e a longitudinalidade do cuidado.