GABARITO: ALTERNATIVA D

Caro aluno, essa questão aborda a avaliação pré-transplante de um doador vivo. O princípio do transplante inter-vivos é a melhora da qualidade de vida do paciente em diálise SEM que outra pessoa tenha risco de evoluir para a necessidade de diálise no futuro. Dessa forma, existe uma avaliação criteriosa que elege os indivíduos saudáveis com BAIXA probabilidade de desenvolverem doença renal crônica (DRC) terminal no futuro.

O primeiro passo é a avaliação da função renal, sendo que os potenciais doadores precisam ter uma taxa de filtração glomerular ≥ 90mL/min/1.73m2 medido preferencialmente na seguinte ordem: clearance de uma substância exógena como a inulina (padrão-ouro), clearance urinário de creatinina, cálculo de fórmula utilizando creatinina-cistatina C e por último cálculo através de fórmula de creatinina. Doadores entre 60-89mL/min/1.73m2 podem ser elegíveis para doação em avaliação individualizada realizada pelo centro transplantador. A presença de albuminúria > 100mg/dia exclui o potencial doador. Devemos avaliar a hematúria persistente quanto à ocorrência de nefrolitíase, malignidade e glomerulopatia – em geral, a presença desses diagnósticos exclui o paciente como doador, mas casos individuais específicos podem ser reavaliados.

Em segundo lugar, devemos analisar as comorbidades do paciente. Aqueles com condições de alto risco para desenvolvimento de DRC devem ser excluídos da doação: hipertensos com uso de mais de dois anti-hipertensivos ou com evidência de lesão de órgão-alvo, diabéticos, obesidade com IMC ≥ 40kg/m2 (entre 30-40kg/m2 podem ser avaliados individualmente, mas em geral não são indicados) e dislipidemia grave. Pacientes devem ser aconselhados a cessar tabagismo e reduzir ingesta alcoólica. Outras condições que oferecem risco para o receptor e aumento de morbidade para o doador também são contra-indicações, como malignidade ativa e algumas infecções, como a infecção por HIV.