Gabarito: ANULADA.

COMENTÁRIO – BRUNO FERRAZ – CARDIOLOGIA / TEMA: RISCO CIRÚRGICO

Na avaliação pré-operatória, devemos sempre levar em consideração 2 pontos: o risco do paciente e o risco do procedimento. Na avaliação inicial, devemos identificar se o procedimento é de urgência e se existem condições cardiovasculares graves no perioperatório. Veja o fluxograma abaixo:

A diretriz de avaliação perioperatória recomenda aguardar, no mínimo, 30 dias após um infarto agudo do miocárdio. Várias condições devem ser levadas em conta, entre elas, a urgência do procedimento cirúrgico, o risco de sangramento, a presença de lesões residuais e o uso de stents.

Caso o procedimento cirúrgico seja urgente (uma neoplasia em evolução, por exemplo), aceitamos o risco e encaminhamos o paciente para o procedimento. Lembre-se de que devemos suspender o segundo antiplaquetário para o procedimento (5 dias antes) e retornar assim que permitido.

Em situações de elevado risco de sangramento, quanto mais distante do infarto, melhor. O infarto gera um quadro pró-trombótico que demanda uso de medicações que fazem sangrar. Submeter um paciente a procedimento cirúrgico nesse período aumenta muito o risco de sangramento. Assim, devemos postergar ao máximo o procedimento.

Em pacientes com lesões residuais, é importante definir se elas são anatomicamente importantes, pois o estresse cirúrgico pode instabilizar placas ateroscleróticas, levando ao infarto perioperatório que aumenta e muito a mortalidade. Em caso de lesões graves, optar pelo tratamento antes do procedimento cirúrgico.

Por fim, na presença de stent coronariano, devemos respeitar, pelo menos, o período de 30 dias. Esse é o período com o maior risco de trombose de stent. Se pudermos postergar o procedimento cirúrgico mais ainda, ótimo!

Algumas outras publicações recomendam esperar em torno de 4 a 6 semanas após infarto do miocárdio. A questão foi anulada porque não envolvia as opções citadas.