GABARITO: ALTERNATIVA D

Futuro Residente, a crise hipóxica, também chamada de crise de cianose ou crise hipoxêmica, é um quadro clínico decorrente do agravo de determinadas cardiopatias congênitas cianogênicas. É a causa principal da alta mortalidade dos pacientes com esses tipos de cardiopatias congênitas, e a razão principal pela qual é rara a incidência dessas patologias sem correção na idade adulta.

Há uma das alternativas que não corresponde a uma cardiopatia congênita que cursa com cianose, portanto não apresenta crises hipoxêmicas.

As duas principais causas cobradas nas provas de Residência Médica são:

• Constrição da via de saída do ventrículo direito (VD) - a mais clássica delas e é tipicamente o que ocorre em pacientes com tetralogia de Fallot;

• Fechamento e/ou diminuição do canal arterial em cardiopatias com fluxo pulmonar dependente dele.

Aproveitando para lembrar:

As crises de hipóxia geralmente começam com agitação e/ou choro, evoluem para respirações rápidas e profundas e com piora súbita da cianose. Após esse período de agitação vem um período de sonolência, apatia, podendo ocorrer perda de consciência e eventos mais graves, como parada cardiorrespiratória.

O tratamento, principalmente no caso de constrição da via de saída do VD, consiste em administração de oxigênio, que ajuda na vasodilatação pulmonar e, para otimizar a oxigenação sanguínea, colocar a criança, quando possível, em posição inclinada para frente para aumentar o retorno venoso (nos maiores, posição genupeitoral). Podemos administrar sedativos. Geralmente, a morfina é usada para acalmar a criança e relaxar o infundíbulo pulmonar. Expansão com cristaloide pode ser realizada aumentando a pré-carga e facilitando o fluxo pulmonar. Betabloqueador (antagonista beta adrenérgico) pode ser usado para relaxamento do infundíbulo pulmonar.

Nos casos de ser decorrente do fechamento do canal arterial, podemos tentar reabri-lo com uso de prostaglandinas.

Se todas essas medidas falharem, pode ser necessário cirurgia de emergência com shunt arterial sistêmico pulmonar ou correção total.