GABARITO: ALTERNATIVA B

Leishmaniose visceral (ou calazar) é uma doença infecciosa crônica, caracterizada por febre, anemia ou pancitopenia, perda de peso e hepatoesplenomegalia. Hipoalbuminemia é um achado laboratorial típico, embora não exclusivo dessa doença. A hipergamaglobulinemia é comum, e resulta da ativação de células B policlonais. Assim, é frequente a inversão da relação albumina/globulinas.

A dica para identificar leishmaniose visceral em provas de residência médica é procurar os seguintes achados clínicos e laboratoriais:

O diagnóstico de leishmaniose visceral pode ser realizado com método:

• Imunológico: imunofluorescência indireta ou teste rápido imunocromatográfico (rk39);

• Parasitológico: é o método padrão-ouro. Deve ser realizada a pesquisa de formas amastigotas em material biológico, preferencialmente medula óssea (a sensibilidade é maior de amostra de aspirado esplênico, mas esse procedimento traz risco elevado de sangramento). A pesquisa do parasita também pode ser realizada por meio de método de biologia molecular (PCR).

O tratamento de escolha para a leishmaniose visceral é o antimonial pentavalente (antimoniato de N-metil glucamina). Essa medicação é feita via endovenosa ou intramuscular diariamente, durante 20 a 40 dias, que são calculados a depender da resposta clínica do paciente (melhora da febre, ganho de peso, redução de esplenomegalia, aparecimento de eosinófilos no hemograma e redução das provas inflamatórias).

Quando há contraindicação para o uso de antimonial pentavalente, devemos utilizar a anfotericina B lipossomal. Veja as indicações de anfotericina B lipossomal abaixo.

Considera-se abandono de tratamento todo caso em que o paciente não completou as 20 doses indicadas no tempo previsto, ou ainda quando não retorna para avaliação até 30 dias após o último agendamento, sem justificativa. Nessa situação, a conduta dependerá do número de doses já recebidas, do estado clínico atual e do tempo desde a última administração da medicação. Veja no quadro abaixo as recomendações para o manejo após interrupção do tratamento: