Olá, Estrategista!

O tema cardiopatias congênitas é bastante cobrado em provas de residência médica e por isso merece toda a nossa atenção. Vamos revisar alguns conceitos?

Didaticamente podemos dividir as cardiopatias congênitas:

• Com base na presença ou não de cianose, em cardiopatias cianogênicas e acianogênicas;

• Com base no fluxo pulmonar, em cardiopatias de hiperfluxo ou de hipofluxo pulmonar.

As cardiopatias acianogênicas de hiperfluxo pulmonar são aquelas em que existe uma passagem de sangue do lado de maior pressão (esquerdo) para o de menor pressão (direito) através de uma comunicação. Esta comunicação pode acontecer a nível dos átrios, dos ventrículos ou mesmo de um canal arterial que não se fechou.

Como consequência desta passagem de sangue da esquerda para a direita, existe um hiperfluxo pulmonar, com congestão pulmonar e graus variáveis de desconforto respiratório. Estes lactentes podem apresentar baixa aceitação das mamadas, por piora do desconforto, e baixo ganho ponderal.

Vamos relembrar na tabela os principais exemplos de cardiopatias acianogênicas que cursam com hiperfluxo pulmonar:

Comunicação interventricular (CIV)

Comunicação interatrial (CIA)

Defeito do septo atrioventricular (DSAV)

Persistência do canal arterial (PCA)

Drenagem anômala parcial de veias pulmonares

Vamos, agora, falar especificamente da CIV. Observe a figura a seguir e imagine comigo o caminho do fluxo:

Por essa imagem fica mais claro o entendimento do hiperfluxo pulmonar. Podemos esperar, portanto, que o paciente com CIV apresente ao ECG sobrecarga de VD, AE e VE.