A partir das informações colhidas na história clínica, no exame físico e nos exames complementares, é feita a estratificação de risco cirúrgico-anestésico dos pacientes que serão submetidos a uma cirurgia. Ao longo dos anos, diversos índices foram desenvolvidos para esse fim. Os principais objetivos desse processo são orientar o planejamento anestésico, programar a utilização de recursos e informar o paciente e seus familiares sobre os riscos envolvidos.

Dentre os índices de risco de desfechos cardiovasculares, podem ser citados os índices de Goldman, o índice de Detsky e o Índice de Risco Cardíaco Revisado (IRCR) de Lee.

O índice de Goldman leva em consideração variáveis referentes à avaliação clínica, o eletrocardiograma e o tipo de cirurgia (intra-abdominal, intratorácica, aórtica ou de emergência), conferindo pontuações com intuito de estratificar o paciente nas classes I a IV quanto ao risco de apresentar complicações cardiovasculares ou evoluir para óbito.

O índice de Detsky atualiza o índice de Goldman, ao avaliar também a presença de angina, história prévia de infarto do miocárdio ou edema agudo de pulmão. A partir de uma somatória de pontos, o índice de Detsky classifica o paciente em categorias de risco 1, 2 ou 3.

O IRCR é uma revisão do índice de Goldman, em que os pacientes são divididos em quatro classes de risco, constituídas a partir de seis variáveis: cirurgia de alto risco, histórico de doença isquêmica cardíaca, histórico de insuficiência cardíaca congestiva, histórico de doença cerebrovascular, diabetes insulino-dependente e creatinina sérica > 2,0 mg/dL. A classe de risco I, II, III e IV é atribuída ao paciente a partir da somatória do número de fatores de risco que o paciente apresenta.