Questão difícil, caro estrategista. A hipertensão intracraniana idiopática, também conhecida como pseudotumor cerebral, é uma condição em que o paciente apresenta um quadro de hipertensão intracraniana (cefaleia, edema de papila, perda visual) e a análise do LCR e a neuroimagem são normais. O mecanismo fisiopatológico exato é desconhecido e se especula a associação com alteração na dinâmica de drenagem venosa e reabsorção liquórica nas granulações aracnóides. O que você precisa saber são os fatores de risco/doenças associados a essa condição:

• Mulheres em idade fértil e com sobrepeso (principal faixa etária acometida).

• Uso de hormônio do crescimento.

• Uso de tetraciclinas.

• Excesso de vitamina A. Geralmente a partir de suplementos alimentares ou do uso de retinóides sistêmicos (um exemplo é a isotretinoína, usada em casos de acne).

• Lupus eritematoso sistêmico

• Síndrome de Behçet

• Anemia severa

• Uremia

Uma vez que o mecanismo fisiopatológico não é conhecido, a contribuição dos diferentes fatores supracitados é especulativa.

A principal complicação é a instalação de perda visual, que pode ser definitiva, nos casos de edema de papila e compressão dos nervos ópticos com perda irreversível de neurônios.

O tratamento consiste na retirada do fator causal, caso identificada. Nos casos de pacientes com sobrepeso, o que ocorre principalmente em mulheres, a perda de peso é uma estratégia terapêutica. O manejo sintomático pode envolver o uso de medicamentos que reduzem a atividade da anidrase carbônica e com isso, diminuem a produção de LCR. A principal medicação é a acetalozamida e o topiramato é uma alternativa. Nos casos em que há edema de papila com risco imediato para a função visual, pode se lançar mão de um procedimento chamado fenestração do nervo óptico. Basicamente, consiste na realização cirúrgica de uma abertura na bainha do nervo óptico com intuito de impedir a compressão do nervo pelo excesso de líquido.