GABARITO: ALTERNATIVA C

Estrategista, essa questão traz um tema frequente no dia a dia: hipercalemia com alteração eletrocardiográfica!

A hipercalemia é uma condição grave e ameaçadora à vida devido a alterações na contratilidade cardíaca, com risco de arritmia e parada cardiorespiratória. As alterações eletrocardiográficas acontecem na seguinte ordem: onda T apiculada > achatamento da onda P e prolongamento intervalo PR > alargamento do QRS > padrão sinusoidal (taquiarritimia ventricular). A figura abaixo ilustra as alterações eletrocardiográficas que ocorrem na sequência:

Na presença de alteração eletrocardiográfica, o primeiro passo é a administração de solução de gluconato de cálcio, pois o cálcio atua como estabilizador de membranas celulares e assim controla a arritmia.

Em segundo lugar, temos as medidas para reduzir o potássio sérico: medidas de shift e medidas de eliminação.

As medidas de shift não reduzem o conteúdo corporal total de potássio – elas atuam promovendo a reorganização do potássio entre o meio extracelular e o meio intracelular. No caso da hipercalemia, essas medidas promovem a entrada do potássio que está na corrente sanguínea para dentro das células, reduzindo a concentração sérica de forma rápida, porém momentânea: após um certo tempo, o potássio volta a se reequilibrar e vai sair novamente de dentro da célula para o sangue. As medicações mais utilizadas são a insulina e a inalação de agonistas beta-adrenérgicos (como fenoterol e salbutamol), pois ambos atuam favorecendo a movimentação do potássio para o meio intracelular. Quando administramos insulina, utilizamos a solução polarizante, que é a combinação de insulina regular (ação rápida) com soro glicosado, afim de prevenir hipoglicemia. Outra medida efetiva é a reposição de bicarbonato de sódio para corrigir a acidose – mas só deve ser utilizada se houver acidose!

As medidas de eliminação realmente reduzem o potássio corporal total através de eliminação via trato urinário (conseguida pelo uso de diuréticos de alça, como a furosemida), via trato gastrointestinal (através do uso de resinas de troca, como o poliestirenossulfonato de cálcio – o sorcal) ou hemodiálise (indicada quando temos casos refratários não responsivos às medidas clínicas previamente comentadas).

Analisando as alternativas, temos: