GABARITO: ALTERNATIVA D

A combinação de dor súbita e intensa no abdome superior ou no tórax, associada a vômitos severos e incapacidade de passar uma sonda nasogástrica, é conhecida como tríade de Borchardt, e está presente em até 70% dos pacientes com volvo gástrico agudo, sendo essa, a nossa principal hipótese diagnóstica.

O volvo gástrico pode ser classificado quanto ao eixo de rotação. Preste atenção, pois a UFRJ já cobrou isso!

Organoaxial: resulta da rotação ao longo do eixo longo (vertical) do estômago, da junção gastroesofágica ao piloro. É o tipo mais comum, ocorrendo em 60% dos casos de volvo gástrico, e está associado a etiologias secundárias (por exemplo, hérnia paraesofágica, hérnia diafragmática). O estrangulamento nesse tipo de volvo também é mais comum, ocorrendo em até 30% dos casos.

Mesenteroaxial: ocorre com a rotação ao longo do eixo curto (transversal), através de uma linha perpendicular que conecta as curvaturas maior e menor do estômago, de modo que o piloro gire acima da junção gastroesofágica. A rotação geralmente é parcial (<180 °) e costuma não estar associada a um defeito anatômico secundário.

Combinada: associação da rotação organoaxial e mesenteroaxial.

Na radiografia simples de abdome, o achado clássico é uma única bolha grande de ar, esférica, localizada no abdome ou no tórax superior com nível hidroaéreo. Geralmente, existe uma escassez de ar no intestino distal. As radiografias contrastadas apresentam alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico do volvo. Se persistir a dúvida diagnóstica com a radiografia simples ou contrastada, o próximo passo será a realização de uma tomografia com contraste oral, que mostrará a posição anormal do estômago, bem como poderá identificar anormalidades anatômicas associadas, como defeitos diafragmáticos.

https://trello.com/c/3P97C7k2/157-volvo-mesenteroaxial

https://trello.com/c/vXwhn9KQ/156-volvo-organoaxial

Tratamento imediato: é feito com a “distorção” e descompressão gástrica que pode ser feita através da colocação de uma sonda nasogástrica às cegas e, na falha desta, por via endoscópica sob visão direta. É feita a aspiração do ar e do conteúdo gástrico, além da avaliação da viabilidade da mucosa gástrica. Uma sonda nasogástrica é deixada até o procedimento cirúrgico definitivo.

Tratamento definitivo:

Volvo gástrico primário ou idiopático: distorção e gastropexia, que pode ser realizada via endoscópica (tubos de gastrostomia endoscópica percutânea), ou via cirúrgica por laparotomia ou laparoscopia.
Volvo gástrico secundário (mais comum, associado a anormalidades anatômicas, como hérnia paraesofágica): reparo cirúrgico do defeito anatômico em vez da fixação gástrica isolada. Se o defeito anatômico for uma hérnia paraesofágica, um procedimento anti-refluxo e fechamento do hiato são realizados.