Gabarito: A

Comentário:

A parada cardiorrespiratória (PCR) durante a gestação é um cenário dramático e que apresenta algumas particularidades. Dentre as causas mais comuns, temos as complicações da hipertensão (eclâmpsia e AVE hemorrágico), hemorragias e sepse. Nessa questão, está bem evidente que a causa foi um tromboembolismo pulmonar (TEP) maciço.

A abordagem dessas pacientes com compressões cardíacas, ventilações, desfibrilação e cuidados pós-PCR é a mesma das não gestantes. A diferença consiste em deslocar o útero 15º para a esquerda para a descompressão aortocaval quando ele for palpável acima da linha umbilical e, assim, facilitar o retorno venoso e a perfusão tecidual.

Uma causa comum de PCR em gestantes é a hipóxia, por isso, é fundamental ventilar com oxigênio em 100%. Uma recomendação recente da AHA sugere que nessas pacientes seja mais forte a indicação de estabelecer uma via aérea avançada.

As drogas devem ser usadas, nesse cenário, da mesma forma que em não gestantes, exceto pela vasopressina, que deve ser evitada por ter efeitos deletérios no útero. Outro ponto de extremo interesse nessa população é que 40% das PCRs são por causas reversíveis. Sendo assim, é mandatório buscar descobrir e tratar a causa da PCR.

Mas e os batimentos fetais? Vale a pena tentar detectá-los? A resposta é não! Esse procedimento pode ser demorado, sendo assim, é recomendável iniciar a RCP sem se preocupar com os batimentos fetais. Após o retorno à circulação espontânea, o feto deve ter, então, os batimentos acompanhados.

Um ponto que chama muito a atenção nesse cenário é a cesárea perimortem, que deve ser realizada no mesmo local de atendimento da PCR. A decisão não pode levar mais do que 4 minutos, dado que o feto deve ser retirado em até 5 minutos. A retirada do feto melhora a hemodinâmica cardíaca materna e confere maiores chances de retorno à circulação espontânea. No entanto, em gestantes com até 24 semanas, esse procedimento não é consensual.