Diferentemente dos tumores primários do pulmão, onde nos preocupamos essencialmente com sua disseminação linfática, a metástase pulmonar com origem do tumor testicular é de origem hematogênica, portanto, um dos princípios oncológicos da cirurgia curativa para o carcinoma pulmonar de ressecar toda a sua drenagem linfática não se aplica.

A cirurgia das metástases pulmonares é balizada por dois princípios:

- Devem ser totalmente ressecadas com margens cirúrgicas livres de doença;

- A ressecção do parênquima pulmonar sempre deve ser a mais econômica possível.

Os fundamentos do primeiro princípio são óbvios: a cirurgia das metástases já é uma cirurgia de resgate com caráter curativo, a citorredução ou a manutenção de um resquício não intencional de células tumorais é manter a metástase e as curvas de sobrevida dos pacientes submetidos à ressecção incompleta se assemelham as daqueles não submetidos à ressecção alguma.

O segundo princípio é justificado pelo fato de que pacientes submetidos à metastasectomia pulmonar não raramente apresentam novas metástases pulmonares, o que os torna candidatos potenciais a ressecções pulmonares subsequentes. Além disso, esses pacientes apresentam também maior probabilidade de desenvolverem um segundo tumor primário, que pode ser pulmonar, o que reforça a necessidade de economia do parênquima.

Como as metástases pulmonares costumam ser em sua maioria nódulos periféricos e superficiais, na maior parte das vezes, a ressecção em cunha com margens livres é a ressecção predominante, considerada oncologicamente adequada.

As segmentectomias e lobectomias devem ser evitadas a todo custo, mas podem ser necessárias em metástases maiores e/ou de localização mais central, impróprias para ressecções mais econômicas.

A presença de patologista na sala cirúrgica é de suma importância, tanto para a confirmação diagnóstica da natureza metastática das lesões como para a certificação das margens cirúrgicas livres de doença.