Gabarito: D

Comentário:

Para responder essa questão, é necessário o diagnóstico eletrocardiográfico, que é bem difícil.

O ECG é de uma pré-excitação com fibrilação atrial!

A síndrome de WPW é o protótipo das síndromes de pré-excitação. O que é a pré-excitação? É uma excitação antes da hora! Ocorre, pois existe um atalho para o estímulo atrial chegar antes ao ventrículo. Esse atalho é a via acessória! Como a ativação será mais rápida (essas fibras possuem condução mais rápida), teremos PR curto e onda delta, achados característicos de WPW.

Para o paciente ser considerado portador da síndrome de WPW, além da alteração eletrocardiográfica, é necessária a presença de sintomatologia: palpitações, tontura e falta de ar (sintomas relacionados à taquicardia paroxística).

A manifestação eletrocardiográfica da taquicardia atrioventricular (TAV) relacionada à síndrome de WPW pode ser de duas formas: ortodrômica (o estímulo desce pelo nodo AV e sobe pela via anômala) e antidrômica (o estímulo desce pela via anômala e sobe pelo nodo AV). A mais comum é a ortodrômica (90% dos casos).

Quanto ao tratamento, devemos inibir a condução pela via de reentrada. Na TAV ortodrômica, em que o estímulo desce pelo nodo AV, manobra vagal e/ou adenosina serão o tratamento de escolha (mesma dose utilizada na reversão das taquicardias regulares de QRS estreito). Na TAV antidrômica, bloquear o nodo AV não será uma boa ideia, pois irá aumentar a condução pela via acessória, que é uma via rápida. Dessa forma, a droga de escolha é a propafenona (quando não houver cardiopatia estrutural) ou cardioversão elétrica. As outras drogas que podem ser utilizadas não estão disponíveis no Brasil (ibutilida, procainamida e flecainida).

Uma complicação temida no portador de WPW é a ocorrência de fibrilação atrial. Cerca de 1/3 dos pacientes irá desenvolver essa arritmia, independentemente da presença de cardiopatia estrutural. A causa não é conhecida. Por que essa complicação é temida? Pois aumenta o risco de morte súbita! Lembra que falamos que o nodo AV funciona como um grande filtro? A presença de uma via lenta no nodo AV protege o ventrículo de altas frequências atriais. No paciente com WPW, todavia, não existe esse filtro. Lembre-se: a via acessória possui uma condução mais rápida! Logo, muitos estímulos atriais podem chegar ao ventrículo e evoluir para fibrilação ventricular.

Essa é a situação clínica em que você não pode PENSAR em fazer adenosina ou qualquer outra droga que reduza a condução pelo nodo AV (senão, todos estímulos iriam descer pela via acessória e nosso paciente evoluiria para fibrilação ventricular). Nesse caso, não tem muito o que pensar: é CARDIOVERSÃO ELÉTRICA

Medicações contraindicadas na FA + WPW:

Verapamil
Diltiazem
Amiodarona
Digoxina
Adenosina
Betabloqueadores